Confira o passo a passo da troca de correia de acessórios, correia dentada e tensionador do Chevrolet Spin 1.8 AT, de 2014, com 66 mil quilômetros rodados
por André Schaun fotos Leonardo Barboza
A correia dentada é essencial para o funcionamento do carro. Ela é responsável pela sincronia entre o comando de válvulas e o virabrequim, o que faz os pistões e válvulas trabalharem no tempo certo dentro do cilindro. Qualquer problema no componente pode trazer sérias consequências ao motor e ao bolso do proprietário, mas é preciso muita atenção. A troca dela, geralmente, ocorre entre 40 e 60 mil quilômetros, e é recomendado que se faça a inspeção visual a cada 10 mil quilômetros, principalmente para veículos que trafegam em lugares com muita poeira e solos irregulares, onde a correia é mais exigida e tem maior exposição à sujeira.
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Quando a correia dentada arrebenta, os pistões entram em atrito com as válvulas, provocando o empenamento delas. Em casos mais extremos, quando o rompimento acontece com o carro em movimento, e em alta velocidade, o impacto é tão forte que pode quebrar os pistões. Se isso acontecer, o prejuízo será enorme para o carro e para o motorista, pois será necessário fazer uma retífica completa do motor. Portanto, o dano da correia pode trazer problemas em diversas peças que compõe o motor.
Para ver as condições de uso da correia, antes de tudo, é bom reforçar que o veículo precisa estar desligado. Depois disso, o mecânico deve tirar a capa protetora da correia e procurar sinais de trincas na borracha ou lona desfiada.
Caso algum desses sintomas seja detectado, a substituição da correia deve ser feita de forma imediata. Portanto, é sempre recomendado que o motorista leve seu carro a um mecânico de confiança para realizar uma vistoria das condições de uso das peças para diagnosticar possíveis problemas e necessidade de troca.
Há mais de 50 anos no Brasil, a Gates, pioneira na fabricação de correias em todo o mundo, dá algumas dicas importantes sobre a preservação e manutenção do componente. Consultor técnico da empresa, Luciano Santana fala para o proprietário seguir sempre a recomendação da fabricante do veículo, como quilometragem e período de troca. Se uma correia for removida do veículo por qualquer razão, ela não deve ser reinstalada, por isso, jamais reutilize a mesma correia. O ruído produzido por uma correia, fora do normal, indica a necessidade de troca. Somente retire a correia da embalagem no momento da instalação.
As correias devem ser armazenadas em ambientes que evitem temperaturas extremas, luz direta do sol, alta umidade e contaminação por qualquer derivado de petróleo, água ou elementos químicos. Ao inspecionar uma correia, Luciano reforça, novamente, para que o motor esteja desligado, bem como a bateria, para evitar o acionamento de ventoinhas acidentalmente.
Confira como é feito o procedimento de substituição do sistema de sincronização, que engloba a correia dentada, a correia de acessórios (ou correia micro-v, no caso da Gates) e tensionador do Chevrolet Spin, ano 2014, com motor 1.8 8V, que possui 66 mil quilômetros rodados e nunca teve as peças trocadas. O procedimento foi realizado utilizando os kits da Gates e a instalação foi feita em parceria com a R. Marques Oficina, em São Paulo/SP.
PASSO A PASSO
1) Retire a roda dianteira direita para ter acesso ao sistema de sincronismo do carro. Em seguida suba o carro no elevador
2) Com o veículo elevado, para facilitar o processo e o espaço de acesso do sistema de sincronismo, faça a remoção do protetor de cárter utilizando uma chave biela 15 mm
3) Remova a correia de acessórios com uma chave de 15 mm.
4) Em seguida, com cuidado, remova a correia por completo retirando com a mão
5) Com a mesma ferramenta, percorra o curso do tensionador por 3 vezes, se estiver enroscando ou muito mole, ele deve ser removido, se não houver nenhum problema e o curso natural, não é necessário retira-lo.
6) Com auxílio da pneumática utilizando uma chave 18 mm, remova a polia do virabrequim
7) Em seguida remova a polia com a mão.
8) Remova a parte inferior da tampa de proteção da correia dentada com uma chave torx 8 mm.
9) Quando a tampa estiver totalmente solta, faça a remoção com a mão.
10) Com o espaço aberto após a remoção da capa protetora (10a), encaixe a parte inferior do virabrequim usando uma chave torx 18 mm (10b).
Obs: siga o ponto indicado na peça, para que o encaixe seja preciso e correto, com a seta virada para baixo.
11) Após abaixar o veículo do elevador, solte os parafusos das abraçadeiras do filtro de ar com uma chave de fenda.
12) Em seguida remova e destrave os conectores do chicote
13) Após soltar todos os conectores, desacople manualmente a caixa do filtro de ar, e então faça a remoção por completo
14) Depois de remover a caixa do filtro e espaço aberto, utilize uma chave torx 8 mm para soltar a tampa de proteção da correia.
15) Após soltar os três parafusos, faça a remoção com as mãos da parte frontal da tampa de proteção da correia.
16) Feito o processo, terá acesso completo para o sistema de sincronismo.
17) Faça a remoção do tensionador utilizando uma chave torx 45 mm.
18) Após soltar o tensionador faça a remoção da correia manualmente.
19) Depois de remover a correia, é recomendado fazer uma análise para ver o estado, e saber se há um outro problema no veículo, ou se é apenas o desgaste na correia.
20) Começando com a correia de acessórios. É recomendado observar sua coloração, para ver se ela está muito avermelhada. No caso da correia removida do Spin, ela realmente estava avermelhada, o que indica que teve alguma contaminação, ou por líquido de arrefecimento ou por sujeira. Porém, o estado de degradação dela está dentro do normal pela quilometragem, necessitando a troca por uma nova.
21) Outra análise que deve ser feita é de medição de desgaste. Utilizando uma ferramenta da Gates. A correia deve ser colocada no sulco da correia, em seguida fazer uma movimentação lateral. O que deve ser analisado é a folga entre a correia e a ferramenta, se a forma for muito grande, a correia apresenta risco de rompimento. Neste caso, a condição da correia é boa, mas com sinais de ressecamento, o que também indica que a troca deve ser feita.
22) Em relação ao tensionador, deve-se ter uma atenção especial. Como já foi dito no início do passo a passo, percorremos o curso normalmente e ele não apresentou nenhum sinal de problema no teste. Mas é recomendado trocar a peça juntamente com a correia, porque com uma correia nova e um tensionador desgastado, pode levar a problemas futuros mais rápidos na peça e na correia, danificando outras partes, acarretando uma nova troca, e de outras peças, consequentemente. Então aproveite para trocar o tensionador junto com a correia para evitar problemas futuros.
23) Analisando a correia dentada, que como todas as outras peças analisadas, nunca foi trocada, é interessante olhar se a sua inscrição original ainda apresenta leitura, e neste caso há, mas muito fraca. Quanto mais apagada, mais sinal de desgaste a correia tem. A que foi efetuada a troca não apresentou marca muito evidente de desgaste, o que mostra boa resistência, mas estava no momento de ser trocada.
24) Novos kits de correias da Gates em mãos.
25) Antes de colocar a correia no lugar, é bom efetuar uma limpeza no retentor e em todos os componentes, para que nenhuma sujeira impeça o bom funcionamento do sincronismo
26) Com todas as indicações feitas, e o material novo em mãos, encaixe a nova correia dentada no local. Na sequência inicie o processo de montagem, trocando a correia de acessórios, correia dentada, e o tensionador.
Motor: Troca do sistema de sincronismo do Chevrolet Spin 1.8 AT Publicado primeiro em http://omecanico.com.br/feed/
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