Analisamos as condições de manutenção da picape média da Ford, com motor 3.2 diesel, na versão XLT
A Ford Ranger é uma das principais referências em picapes de médio porte no Brasil. A picape possui versões com opção de motores diesel de 2.2 litros ou 3.2 litros. A versão XLT com tração 4×4 analisada pela Revista O Mecânico possui o motor Duratorq 3.2 turbo-alimentado, capaz de gerar 200 cv de potência a 3.000 rpm e 47 kgfm de torque a 1.750 rpm. A Ford Ranger possui câmbio automático de 6 marchas.
No exterior, os faróis são em LED e possuem DRL, além da grade frontal, maçanetas de porta e gancho para reboque em cromo. Para as dimensões do veículo, a picape tem 5.354 mm de comprimento, largura máxima de 2.163 mm, altura de 1821 mm e 3.220 mm para distância entre-eixos.
Já no interior da picape os bancos são revestidos em couro e possui 6 posições de ajustes eletrônicos para o motorista. O sistema de multimidia é o SYNC3, possuindo uma tela de 8 polegadas central e permite a conexão com Android Auto e Apple Carplay.
Para analisar as condições de manutenção da Ford Ranger XLT 4×4 AT 2023, versão que tem preço a partir de R$ 308.190, convidamos o mecânico Edson Roberto de Ávila, o Mingau, proprietário da oficina Mingau Automobilística, localizada em Suzano/SP.
Por baixo do capô
Após abrir o capô, Mingau fala sobre o sistema de amortecedor para sustentação do capô aberto e o espaço disponível ao mecânico para manutenção (1). “O profissional terá liberdade para executar manutenção. O mecânico irá perceber que o cofre é bem preenchido. Quanto mais liberdade para executar a manutenção, melhor”.
O reservatório do líquido de arrefecimento tem boa localização do lado direito do veículo (2), ao lado do filtro de ar do motor (3). No manual de manutenção do veículo, há duas recomendações de fluido para utilização no arrefecimento do motor, WSS-M97B44-D2 (cor laranja) e WSS-M97B57-A2 (cor amarelo).
Os fluidos possuem recomendação de substituição diferente. Para o fluido na cor laranja, a Ford recomenda a primeira troca a cada 160 mil km ou 6 anos e depois a cada 80 mil km ou 3 anos. Para o fluido de coloração amarela, a primeira substituição deve ocorrer a cada 320 mil km ou 10 anos, e depois a cada 160 mil km ou 5 anos. A substituição do filtro de ar deve ocorrer a cada 30 mil km. Diminua os períodos de substituição pela metade em caso de uso severo.
Outro fluido que necessita de atenção referente aos prazos de manutenção é o óleo do motor. A tampa de óleo do motor (4) e a vareta de verificação de nível (5) possuem boa localização. Em manual, a Ford recomenda que o nível de óleo do motor seja verificado e completado a cada 10 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. Não há informações sobre substituição completa do óleo.
Para utilização do óleo de motor, a Ford recomenda viscosidade SAE 5W-30 com classificação WSS-M2C913-D. Caso não seja encontrado o óleo com a classificação indicada, é aceitável à utilização do fluido que mantenha a viscosidade SAE 5W-30 com classificação ACEA C2.
Para acessar a flauta que contêm as tubulações metálicas para injeção direta de combustível (6) é necessário a retirada de uma capa protetora, mas sem dificuldades para o mecânico. ;
Ao lado do turbocompressor (7) está a sonda lambda pré-catalisador (8). Próximo ao catalisador, há um sensor de temperatura (9).
O filtro de combustível (10) possui fácil acesso ao mecânico e deve ser substituído a cada 10 mil km, conforme indicado no manual de manutenção.
A bateria de 12V tem capacidade de 80Ah e CCA de 650A (11). O componente está localizado do lado esquerdo do veículo sem nenhuma dificuldade para o mecânico.
Caso o mecânico necessite realizar alguma intervenção ou diagnóstico com os fusíveis e réles, a caixa de fusíveis do compartimento do motor (12) está bem localizada, ao lado da bateria de 12V.
O módulo do ABS (13) não possui restrição de acesso, sendo fácil para o mecânico efetuar diagnósticos no componente. Ao lado, está localizado o reservatório do fluido de freio (14). O fluido de freio que deve ser utilizado é o DOT 4 Low Viscosity (LV) ou fluido equivalente que respeite a classificação WSS-M6C65-A2. A substituição deve ocorrer a cada 36 meses, independente da quilometragem.
A correia de acessórios tem boa visibilidade e acesso para intervenção do mecânico (15). É possível enxergar o tensionador semi-automático (16) e o alternador (17) que está com acesso fácil. A substituição da correia de acessórios deve ocorrer a cada 200 mil km ou 20 anos, o que ocorrer primeiro. Nos casos de utilização severa do veículo, reduza os períodos pela metade.
A ventoinha do radiador possui o sistema de acionamento por uma polia multiviscosa (18). Mingau explica como é o funcionamento do sistema. “Existe uma polia que possui um líquido, onde a densidade do líquido é alterada em função da temperatura do motor”.
Undercar
Após erguer o veículo no elevador, Mingau mostrou a localização do filtro de óleo que é do tipo ecológico, onde é realizada apenas a troca do refil e se mantém a tampa plástica (19). A substituição deve ocorrer a cada 10 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. Lembrando que a tampa plástica possui torque de aperto de 25 (+3) Nm. O sistema de suspensão da picape é multibraço e os componentes possuem fácil acesso, como a bandeja de suspensão inferior (20).
O amortecedor dianteiro da suspensão (21) é fixado na bandeja inferior e superior da suspensão da Ford Ranger. “Para efetuar a remoção do amortecedor e a mola que trabalha em conjunto, é necessário fazer o manuseio da parte inferior, o profissional tem que se atentar bastante a isso”, reforça o mecânico.
Para acessar o diferencial dianteiro não há dificuldades para o mecânico. O bujão de dreno está virado para a parte traseira do veículo (22). O fluido do diferencial traseiro e dianteiro possui viscosidade SAE 80W-90 e norma WSP-M2C197-A. A substituição do fluido deve ocorrer a cada 200 mil km ou 20 anos, o que ocorrer primeiro. Em caso de utilização severa do veículo, reduza os períodos pela metade.
Próximo do diferencial dianteiro, está o motor elétrico que faz assistência direção da picape (23). A caixa está conectada diretamente com a parte mecânica da direção.
Do lado esquerdo do veículo, está o trocador de calor da transmissão (24) e ao lado é possível ver o trocador de calor para o óleo do motor (25). A substituição do fluido do câmbio automático deve ocorrer, em uso severo, a cada 80 mil km ou 8 anos, o que ocorrer primeiro.
A caixa de transferência está bem localizada (26). O fluido utilizado na caixa é o WSS-M2C938-A MERCON LV, e deve ser substituído a cada 200 mil km ou 20 anos, conforme o manual de manutenção do veículo.
Mingau comentou sobre a cruzeta do eixo cardan que conecta a caixa de transferência com o eixo traseiro (27). “Ela não tem o bico para engraxar o eixo. A lubrificação é interna, da para ver que existe uma blindagem”.
O mecânico abordou a existência de um guarda pó no eixo que faz a ligação com o eixo traseiro (28). “Esse eixo cardan é móvel. Internamente existe um eixo deslizante. Conforme a suspensão traseira se movimenta, o eixo pode ter um movimento. A coifa é de material rígido e resistente, exercendo uma função parecida como a de uma mola”. Mingau acrescenta “Cuidado no momento de efetuar uma manutenção e acabar adquirindo componentes com matéria prima inferior, podendo acarretar problemas como infiltração de água”.
No diferencial traseiro, o bujão de dreno está voltado para parte de baixo do componente (29) e o bujão para abastecimento do fluido está mais ao centro do diferencial (30). O fluido utilizado é o mesmo do diferencial dianteiro, SAE 80W-90 que se enquadre na norma WSP-M2C197-A.
O conector do freio ABS para as rodas traseiras são de fácil acesso (31), assim como o cabo do freio de estacionamento (32).
Para manutenção com os amortecedores no eixo traseiro do veículo, não há segredos para o mecânico. O amortecedor do lado esquerdo, está voltado para a parte de trás do eixo diferencial (33). Já o amortecedor do lado direito possui a fixação superior à frente do diferencial traseiro (34).
O reservatório de combustível tem capacidade para 80 litros e possui um reforço na proteção do componente (35). “Essa proteção parece ser de material plástico, ela serve para absorver os impactos e ajudar no deslizamento em casos de off-road”, comenta o profissional.
No sistema de exaustão da Ford Ranger, está localizado todo o sistema de Arla 32. Para que o sistema de pulverização funcione corretamente, existe um sensor que realiza a leitura das emissões pós o sistema catalítico (36).
Mingau explica a importância do sensor para o sistema de Arla 32. “Essas informações vão até o sistema operacional responsável pelo acionamento da válvula que faz a pulverização com Arla (37). A responsabilidade de informar o sistema que deve ser acionado o pulverizador de Arla 32 é do sensor”. O profissional completa comentando sobre as consequências caso o sensor pare de funcionar. “Se ele der problema, possivelmente o sistema de Arla vai ficar ineficiente e muitas vezes irá parar de funcionar. Desta maneira, aparecerá uma luz indicativa no painel de instrumentos”.
Ao lado do bocal de enchimento de combustível, há uma tampa na coloração azul que indicada o bocal para abastecimento de ARLA 32 (AdBlue) (38). A capacidade máxima do tanque de ARLA 32 são de 20 litros e o reabastecimento mínimo para as versões com motor 3.2 litros, são de 14 litros.
A autonomia de ARLA 32 vai depender da forma de utilização do veículo. Para situações de utilização de reboque, condução agressiva ou uso urbano, sua autonomia tem variação entre 3 mil km a 10 mil km. Nos casos de condução normal, os números aumentam e vão de 10 mil km a 14 mil km. Já para os veículos que possuem condução estável em rodovias, a autonomia é de 14 mil km a 18 mil km.
https://youtu.be/k3t_LOot-QE
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