Versão amansada do SUV da General Motors traz motor inédito no Brasil e câmbio mais moderno em relação ao sedã Cruze
A estilização escurecida virou febre entre as montadoras. A General Motors entrou na moda e seu portfólio das versões Midnight ganhou um novo membro: o Chevrolet Equinox 1.5 Turbo. Rival do Jeep Compass e Volkswagen Tiguan Allspace, o SUV médio fabricado no México traz motor 1.5 a gasolina inédito no Brasil, capaz de gerar potência de 172 cv a 5.600 rpm e torque de 27,8 kgfm a 2.500 rpm. A versão ainda conta com câmbio automático de seis marchas e tração dianteira. Seu preço é de R$ 131.990.
Para avaliar a reparabilidade do modelo, contamos com a ajuda do mecânico Marcos Hiroshi Yoshida, sócio da oficina Híbrido Premium Auto Center, localizada na Zona Norte de São Paulo/SP. Antes da avaliação técnica, o profissional já ressaltou que para a família Equinox ser completa só falta uma opção de 7 lugares. Segundo ele, embora o espaço interno atenda às expectativas, uma possível versão maior talvez colocaria mais força nas vendas do modelo, que ainda não alavancou a ponto de ameaçar seus adversários.
MOTOR
Marcos explica que o motor 1.5 turbo a gasolina aqui no Brasil é lançamento, estreando no Equinox. Segundo o mecânico, esse propulsor é uma evolução do motor do Cruze 1.4 e, por conta disso, o layout chama atenção pelas semelhanças entre os dois modelos da GM. A principal diferença fica por conta da maior cilindrada e torque que o 1.5 do Equinox possui.
O ambiente de trabalho debaixo do capô agrada a Marcos, principalmente por conta da preocupação da fabricante em fazer um cofre de motor bem distribuído e organizado. “A GM sempre pensa na questão de manutenção, oferecendo um cofre de motor com mais espaço para o trabalho do mecânico”, comenta.
Já sobre o sistema de lubrificação, o mecânico comenta que a fabricante optou a um óleo bastante fino, o DEXOS 0W20. Segundo ele, essa adoção é por conta da exigência de redução na emissão de poluentes cada vez mais rígida.
Se não for colocado o lubrificante correto, Marcos ressalta que o motorista corre o risco de ter problemas de carbonização no motor e mau funcionamento do carro como um todo.
O acesso ao bujão do óleo é fácil, ajudando na hora de drenar o lubrificante, fato que segundo Marcos é um problema para modelos de outras montadoras.
ELETROELETRÔNICA DO MOTOR
Para acessar o turbo e a parte de injeção, o mecânico relata que não há nenhum problema, pois tudo fica bem exposto, inclusive os bicos injetores e a f lauta da injeção. As bobinas estão bem acessíveis também. Sobre o sistema eletrônico, Marcos elogia a qualidade do isolamento dos chicotes da GM. “Não temos problemas com chicotes e fios em carros da General Motors, pois tudo é bem distribuído e bem encaixado”.
Por outro lado, chamou a atenção do profissional a pinça amperimétrica que o veículo possui. Marcos explica que esse item tem como papel ler a amperagem da bateria, porém, segundo ele, o modo em que está posicionada parece uma adaptação de último minuto. “A GM deveria posicionar melhor o componente para deixá-lo menos exposto”.
Marcos também se deparou com um terminal negativo posicionado na lataria, ao lado da bateria. O mecânico explica que o componente serve para transferência de energia, a famosa chupeta. “Apesar de estar aqui, não indico que seja usado, pois em carros como esse, com muita tecnologia embarcada, a realização de ‘chupetas’ pode resultar em um colapso na linha do alternador, queimar o módulo do veículo, além de ocasionar perda de arquivos de funcionamento elétrico do carro”, alerta.
TRANSMISSÃO
Marcos observa que o câmbio 6T40 automático de 6 marchas é mais moderno em comparação ao 6T30 presente no Chevrolet Cruze, principalmente por conta das configurações de válvulas. Os componentes de transmissão de força para as rodas são bem robustos com braços bem acoplados, além da bitola do eixo ser bem grossa, trazendo mais segurança ao veículo. Vale lembrar que sua tração é dianteira, diferentemente da versão Premier 2.0, que possui sistema integral (AWD).
SUSPENSÃO
Assim como o motor, os mecânicos podem ficar tranquilos quanto ao espaço de trabalho no undercar do novo SUV. Na parte dianteira, a suspensão independente McPherson vem com bandejas de ferro fundido e coxim hidráulico. O mecânico explica que essa combinação na suspensão ajuda na estabilidade do veículo, proporcionando maciez e ajuste ideal para rodar no piso irregular das estradas e ruas brasileiras. “Isso já é uma evolução antiga nos veículos, porém continua porque é robusta e ajuda na durabilidade das peças”, comenta.
Marcos destaca que “o projeto do Equinox é muito robusto na suspensão, pois projetos estadunidenses visam bastante essa questão de suspensão, assim como os carros japoneses”. Ele ainda chama atenção ao escapamento que é bem acoplado à carroceria. O modelo tem vão livre do solo de 160 mm, um ponto positivo segundo o mecânico, pois essa altura protege itens como, por exemplo, o tanque de combustível de impactos causados por lombadas.
A suspensão multibraço traseira já se diferença da dianteira por trazer bandejas de mangas de eixo em alumínio. Marcos diz que por conta do material, esse tipo de item ajuda a aliviar o peso do veículo. A manga de eixo também é de alumínio. O mecânico salienta que “todos os concorrentes do Equinox estão no mesmo nível. Todos visam segurança e economia”.
FREIOS
No eixo traseiro, o sistema conta com disco de freio sólido. Já na parte dianteira, o Chevrolet Equinox 1.5 Turbo tem disco ventilado. O sistema é gerenciado por ABS aliado a EBD.
No disco de freio dianteiro percebemos um leve desgaste causado pela entrada de alguma impureza. Perguntamos ao mecânico se isso seria um problema a longo prazo e ele nos respondeu: “É sempre bom ficar atento aos danos que essas impurezas podem fazer no freio. No veículo novo não é um problema, mas quando o veículo é antigo causa muito barulho, além de acelerar a necessidade de troca da peça”.
Uma questão inusitada é o uso do fluido de freio DOT 3, algo que Marcos estranhou por conta do tamanho do veículo. Outros modelos parecidos normalmente utilizam fluido DOT 4. “O uso do DOT 3 deve ser por conta da eficiência do freio que é bem distribuído quanto à questão de peso e tem uma dissipação de calor muito rápida, exigindo menos do fluido. Porém, acredito que caso se prefira usar um fluido de freio DOT 4 não haverá problema, pois você colocará algo de qualidade superior e não inferior”.
Marcos destaca o fato de o freio de estacionamento ser elétrico: “É uma peça muito eficiente, pois não perde regulagem, vai se ajustando automaticamente. Fora que deixa o uso do freio de estacionamento muito mais cômodo para o motorista”.
CAIXA DE DIREÇÃO
Com uma caixa de direção assistida eletricamente e não hidráulica, o modelo precisa de atenção no sensor de ângulo, explica Marcos. O mecânico orienta ter muito cuidado ao fazer qualquer intervenção na suspensão do veículo, como por exemplo quando for tirar a roda. “É bom evitar batidas com martelo ou ferramentas pneumáticas, pois essas trepidações podem afetar o sensor de ângulo. Se queimar o sensor, já era a caixa”.
Em situações de enchente, apesar da caixa ser bem vedada, ela fica vulnerável, pois se o veículo passa por esse tipo de situação extrema, a caixa pode rapidamente ser afetada gravemente pela água. “Tenho visto muitos mecânicos fazendo reparo na caixa de direção por conta de infiltração de água, por isso reforço a atenção no item”, finaliza.
Texto: Raycia Lima
Fotos: Pedro Valori
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