Por Fernando Calmon
Batizado de Bio-Hybrid, trata-se de um recurso eficiente, ajuda a economizar combustível e aumenta os preços dos SUVs compactos Pulse e Fastback em apenas R$ 2.000, ou seja, menos de 2%. No caso da cidade São Paulo, maior mercado de veículos do País e da América Latina, ambos ficam isentos do rodízio pelo final de placa, o que eliminará este martírio dos motoristas há 27 anos. Este tipo de rodízio só foi reproduzido por Bogotá há poucos anos e não existe em nenhuma outra capital do Brasil ou do mundo. Na cidade do México, extremamente poluída, é adotado apenas para veículos com mais de 20 anos.
A iniciativa da Fiat é uma tecnologia de entrada e complementada por mais três níveis até 2030, quando a Stellantis lançará seu primeiro modelo elétrico fabricado no Brasil. Esta data deverá ser antecipada, caso a fabricação de baterias aqui, recentemente anunciada por fornecedores, se concretize (ler abaixo). Bio-Hybrid mostra-se eficiente como primeiro passo na ampla combinação de motores térmicos e elétricos em harmonia. Tecnicamente classificável como semi-híbrido, atende a legislação nacional pertinente. Tendência é de rápida disseminação porque menor consumo representa também menos emissões, em especial de CO2.
O sistema tem bateria adicional de 12 V de íon de lítio, sob o banco do motorista, mais um motor elétrico multifuncional reversível (partida e alternador), de 4 cv (3 kW), com funcionamento silencioso porque usa correia. Isso faz diferença em relação ao liga-desliga tradicional. BSG, sigla em inglês para Belt Start Generator (Partida e Alternador por Correia, em tradução livre), foi utilizado pela primeira vez no sedã Toyota Crown Royal, nos EUA, em 2001. Hoje está na terceira geração, vários fabricantes o utilizam e a bateria adicional pode ter 12 ou 48 V. A engenharia brasileira aperfeiçoou o BSG para oferecer preço atraente.
Em teste nas ruas de Belo Horizonte (MG) foi possível comparar a diferença de consumo entre um Pulse convencional e outro com Bio-Hybrid básico. Percurso urbano, repetido com um carro de cada vez, sempre apresenta variações. Economia média de etanol, entre 18 jornalistas, foi de 19%, o que considero muito bom e melhor que o padrão oficial Inmetro (indica ganho de 10%). No uso rodoviário, não há diferença.
Preços: R$ 125.990 a R$ 140.990 (Pulse) e R$ 151.990 a R$ 161.990 (Fastback).
Produção de veículos aumenta, mas há ainda incertezas
Embora outubro último tenha sido um mês bom e as exportações puxando para cima a produção, ainda não há sinais claros de uma recomposição no ritmo considerado ideal pela Anfavea. Vendas no mercado interno seguiram em alta. Especificamente no mês passado, o Brasil subiu para sexto maior mercado mundial ao ultrapassar a Alemanha. Um ótimo resultado, porém não se trata de consolidação.
Basta lembrar que o País já esteve na posição de quarto maior mercado mundial. Com a ascensão da China e depois da Índia (os mais populosos), o máximo que se pode almejar hoje é justamente a quinta posição. E ainda distante do quarto colocado, o Japão, que no ano passado ocupou a quarta colocação, com o dobro do volume do Brasil.
Segundo o presidente da Anfavea, Márcio Leite, “no acumulado de 2024, as vendas cresceram 15%, enquanto a produção subiu 8,9%”. Significa forte volume de importações e maior protagonismo das marcas chinesas. Todavia, a partir do próximo ano, as chinesas BYD e GWM começarão a produzir na Bahia e em São Paulo, respectivamente.
Leite também previu que haverá montagem de baterias para carros elétricos no Brasil, contudo com baixo conteúdo local. Não dá para fazer previsões, pois uma única fábrica de baterias na China inaugurada recentemente custou nada menos que US$ 7 bilhões (R$ 40 bilhões).
Enquanto isso, um estudo da consultoria britânica PwC apontou alta de 492% na venda de modelos elétricos no Brasil até setembro deste ano, óbvia disfunção estatística. ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) informa 107%, isso somando híbridos. Fato é a participação meramente simbólica de elétricos, até o mês passado: 2,6% (elétricos), 2,1% (híbridos), 2,2% (híbridos plugáveis), 4,1% (gasolina), 9,8% (Diesel) e 79,2% (flex).
Panamera tem suspensão inteligente de verdade
Terceira geração do sedã-cupê grande da Porsche evoluiu bastante sem desdenhar do motor a combustão, inclusive uma versão híbrida plugável que pôde ser avaliada no autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu (SP). A carroceria toda nova, à exceção das quatro portas, tem linhas mais enxutas e para-choque dianteiro com entradas de ar extras.
Entre-eixos de 2.950 mm garante ótimo espaço para quatro ocupantes, com limitações naturais para as cabeças no banco traseiro para passageiros mais altos. As demais dimensões: comprimento, 5.052 mm; largura, 1.937 mm; altura, 1,423 mm. Porta-malas de 430 L não é um ponto forte, mas abriga um estepe convencional.
Trata-se de um híbrido plugável com motor V-6, 353 cv, 51 kgf·m, mais um motor elétrico de 190 cv, 45,9 kgf·m. Combinados os números sobem para 544 cv e 76,5 kgf·m. Caixa de câmbio automatizada, oito marchas e duas embreagens. Este conjunto libera aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 3,7 s para uma massa total de 2.225 kg. Alcance no modo elétrico, 63 km.
O ponto alto do Panamera é a suspensão ativa opcional, que custa R$ 54.494, e demonstrou eficiência surpreendente nas curvas. Compensa automaticamente as inclinações da carroceria, tanto laterais como longitudinais, e ainda oferece um conforto extra ao elevar a carroceria em 5,5 cm ao entrar ou ao sair do carro.
Preços: R$ 803.000 a 922.000.
Potência e bela silhueta destacam-se no Q6 e-tron
A segunda geração de elétricos da Audi mostra evolução rápida desde a estreia da marca neste segmento, três anos atrás. O SUV divide a mesma arquitetura com o Porsche Macan e tem dois motores, um em cada eixo, totalizando 387 cv e 54,5 kgf·m. Aceleração de 0 a 100 km/h, informa a marca alemã, em 5,9 s. Um bom tempo, considerando que sua massa em ordem de marcha alcança 2.325 kg.
Arquitetura de 800 V permite recargas mais rápidas da bateria de 100 kWh: entre 10% e 80%, 22 minutos. Sempre bom lembrar: de 80% até 100%, como todos os modelos desse tipo, o tempo é desproporcionalmente muito mais alto. Com carregador comum leva nove horas, de 10% até 100%. Alcance médio (cidade/estrada) de 411 km, padrão Inmetro. Um ponto de destaque, sua bela silhueta, soma-se ao espaço no porta-malas de 526 litros, mais 64 litros na parte da frente. Outro destaque é a combinação de 61 luzes de lanternas programáveis, segundo o gosto do motorista.
No interior, destacam-se o vistoso display panorâmico curvo formado três telas de 11,9 pol.,14,5 pol. e 10,9 pol. (esta para o acompanhante), além do projetor de dados no para-brisa com realidade aumentada.
Preços: R$ 529.990,00 a 569.990,00.
Ram completa e atualiza linha da picape Rampage
Agora são três versões, todas com capota marítima de série. A de acesso, Big Horn exclusivamente a diesel, traz entre outros destaques grade e para-choque traseiro cromado, luzes de direção dinâmicas, bancos com misto de tecido e couro, tela multimídia de 12.3 pol., Apple CarPlay e Android Auto sem fio e GPS, carregador por indução, freio de estacionamento eletromecânico com imobilização automática, sistema ADAS de auxílio ao motorista e freios a disco nas quatro rodas.
Primeiro contato, no Circuito Panamericano, em Elias Fausto (SP), foi com a versão Laramie em traçado travado. Destaques: boa posição de dirigir, nível de ruído aceitável mesmo em altas rotações e modulação de freio correta. Aceleração melhorou (0 a 100 km/h, em 9,9 s), contudo não se tornou empolgante.
Já a Rebel, em pista fora de estrada, destacou-se pela suspensão de comportamento superior a outras picapes do segmento (raspou só em obstáculos de maior dimensão; com pneus para fora de estrada iria melhor) e apresentou controle de tração bem calibrado.
No total há três versões a gasolina e três a diesel. Os preços vão de R$ 229.990 a 295.990.
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