sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Como analisar os sinais de ativação da bomba de combustível – Motor 1.4 TSI VW/AUDI

Falhas na bomba de baixa pressão podem causar insuficiência na alimentação de combustível

 

 

No sistema de alimentação de combustível dos veículos com injeção direta, a bomba de baixa pressão tem a função de levar o combustível do tanque até a bomba de alta pressão, para que ele seja injetado na câmara. Pensando nisso, a revista O Mecânico mostra como analisar os sinais elétricos de ativação da bomba de combustível de baixa pressão do motor 1.4 TSI.

Esse motor, da família EA211, equipou e ainda equipa diversos veículos da Volkswagen e Audi, incluindo T-Cross, Virtus, Taos, Tiguan, A3, Q3 e outros. Atualmente, esse motor entrega 150 cv e 25,5 kgfm de torque. Os valores apresentados são válidos para a configuração flex desse propulsor.

Para iniciar o diagnóstico, é preciso medir o sinal do pino 1 da bomba de baixa pressão, que é o sinal de ativação comandado pela ECU. Como é uma bomba pilotada, a corrente não se mantém no limite máximo o tempo todo. Os valores de referência foram obtidos com o motor aquecido, abastecido com gasolina e em marcha lenta.

 

 

Depois, a recomendação é comparar o sinal do pino 5 da bomba de baixa pressão com os valores de referência, que é o sinal de comunicação entre a ECU do motor e a bomba de combustível. Os valores de comparação também foram obtidos com o motor aquecido, abastecido com gasolina e em marcha lenta.

 

 

Mecânico Pro

 

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Motor Renault M9T diesel (master): passo a passo com desmontagem parcial e manutenção

Confira os detalhes da primeira geração do motor que estreou na Renault Master em 2010 

texto Vitor Lima   fotos Diego Cesilio / Renault / Nissan divulgação 

 

M9T é um motor diesel desenvolvido pela Renault, com foco na durabilidade e eficiência, o que garantiu uma ampla gama de aplicações, equipando vans, furgões e chassis-cabine que são pilares em frotas comerciais ao redor do mundo. 

Criação e Desenvolvimento 

Lançado em 2010, o motor M9T fez sua estreia com a terceira geração da Renault Master. Ele foi projetado para substituir o motor G9U (2.5 dCi), oferecendo melhorias em termos de desempenho, economia de combustível e emissões de poluentes, atendendo às normas europeias da época. Sua concepção foi fruto da aliança Renault-Nissan, o que explica sua presença em veículos de ambas as marcas, além de modelos da Opel e Vauxhall, através de acordos de compartilhamento de plataforma. 

Novo Renault Master 2013. Curitiba/PR./ Foto: Rodolfo Buhrer / La Imagem.

Os principais modelos que utilizam este motor incluem: 

 

  • Renault Master:Sendo o veículo de lançamento, a Master é o principal modelo a utilizar o motor M9T em suas diferentes configurações de carroceria e potência.

  • Nissan NV400/Interstar:Como parte da aliança, a Nissan adotou o M9T para sua van de grande porte, inicialmente chamada de NV400 e posteriormente renomeada paraInterstar em alguns mercados. 

  • OpelMovano/VauxhallMovano: Através de um acordo de cooperação, a Opel (e sua marca irmã britânica Vauxhall) também utilizou o motor M9T em sua van Movano, até a aquisição da marca pelo grupo PSA (atualmente Stellantis). 

  • Nissan Frontier (YS23):Uma variação deste motor, conhecida como YS23, equipa algumas versões da picape Nissan Frontier (também conhecida comoNavara em outros mercados). Esta versão pode apresentar calibrações e componentes específicos para a aplicação em picapes. 

 

Especificações 

O motor M9T é um quatro cilindros em linha com um deslocamento de 2.3 litros (2298 cm³). Ele possui um cabeçote de 16 válvulas com comando (DOHC) e sistema de injeção direta de combustível common-rail. Ao longo de sua produção, o M9T recebeu atualizações e foi oferecido em diferentes configurações de potência, tanto com um único turbocompressor de geometria variável quanto com um sistema biturbo, encontrado na segunda geração do motor. 

Novo Renault Master 2013. Curitiba/PR./ Foto: Rodolfo Buhrer / La Imagem.

Revista O Mecânico foi até o Centro Técnico da Renault, em Jundiaí, para realizar a desmontagem parcial do motor M9T de primeira geração, bastante usado em veículos comerciais, e que combina sistemas de sincronismo por corrente e engrenagens, o que exige cuidado redobrado na desmontagem e na análise de seus componentes. 

 

Desmontagem 

 

1) Trave o volante do motor usando a ferramenta específica, quebre o torque (1a) e remova o parafuso e a polia do virabrequim (1b), externa na tampa de sincronismo.  

 

2) Para retirar a tampa do sincronismo, remova os 23 parafusos (2a). Há um parafuso central, localizado na parte superior que precisa ser retirado (2b). Caso este parafuso não seja removido, a tampa pode entortar ou até quebrar durante a remoção, fique atento para não o esquecer. 

3) Após a remoção da tampa, trave o tensionador hidráulico com ajuda de um pino 3mm ou com uma chave, solte os parafusos de fixação e remova o componente. 

4) Realize a remoção das sapatas de tensionamento, que tem contato direto com a corrente. 

5) Trave a engrenagem do comando de válvulas (5a) com a ferramenta especial 14307 fixada por um parafuso M6, para conseguir quebrar o torque dos parafusos de fixação da engrenagem do comando. (5b). 

6) Após quebrar o torque, retire a ferramenta de travamento da polia, solte os parafusos de fixação e remova a polia do comando e a corrente de sincronismo. 

7) Para retirar a tampa de válvulas, será necessário a remoção dos periféricos. Comece pelas tubulações metálicas.  

8) Faça a remoção dos injetores de combustível que são fixados por um parafuso cada.  

9) Retire a bomba de alta pressão de combustível. 

10) Após, remova a bomba de vácuo que está ao lado da bomba de alta.  

11) Remova os parafusos da tampa de válvulas (11a) e, por fim, retire a tampa da árvore de cames (11b). 

12) Para conseguir liberar o cabeçote do motor, ainda é necessário a remoção de alguns componentes. Inicie retirando o turbocompressor. 

13) Após, solte o duto derivado do sistema de EGR, que está conectada no coletor de escape e conclua a retirada do coletor.  

14) Partindo para o outro lado do motor, faça a remoção do sistema de EGR do motor. 

15) Com tudo liberado, solte os 10 parafusos de fixação do cabeçote com auxílio de uma chave Torx E18. 

16) Remova o cabeçote do motor e não esqueça da junta. 

Como colocar o motor no ponto? 

Antes de instalar a engrenagem, verifique novamente se a ranhura do comando de válvulas de escape está na posição horizontal, com a parte mais larga voltada para cima. Confirme também se a ranhura do comando de válvulas de admissão está alinhada na posição das 12 horas. 

 17) Verifique se o pino 14307A está devidamente inserido no orifício de referência. 

Obs: Gire o motor no sentido horário até que o pino da ferramenta entre totalmente. Se necessário, volte um pouco no sentido anti-horário para que o colo do virabrequim encoste no pino, confirmando o batente. 

Confira visualmente: 

  1. a) A chaveta do virabrequim deve estar voltada para cima.
  2. b) O elo escuro da corrente devecasarcom a marca branca da engrenagem inferior. 

 

Sincronismo e ajuste das engrenagens 

O M9T utiliza um sistema misto: parte por corrente e parte por engrenagens. 

 

18) No topo do motor, alinhe o elo escuro da corrente com o furo de referência na engrenagem do comando. Para arte: preciso de zoom na área demarcada na foto 18edit, como se fosse aquele efeito em lupa 

 

19) Trave os comandos com a ferramenta de enquadramento 14307. 

Verifique o alinhamento: 

  1. a) O risco da engrenagem deve coincidir com a marca na carcaça da tampa de válvulas (posição “12 horas”).
  2. b) O comando deve estar com a meia-lua menor para baixo e a maior para cima.

 

20) Encoste os parafusos da engrenagem da árvore de comando de válvulas de escape. 

21) Recoloque as guias da corrente (lado branco de nylon voltado para a corrente). 

22) Coloque o tensionador hidráulico.  

Realize o aperto os parafusos com os torques e ângulos de acordo com a fabricante e, somente após o torque correto, remova as ferramentas de fixação e tensione a corrente de sincronismo. 

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quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Delphi lança novos sensores MAP para o mercado de reposição

 

A PHINIA, responsável pela marca Delphi no Brasil, anunciou a expansão de sua linha de componentes de gerenciamento do motor com a inclusão de novos sensores MAP destinados ao aftermarket automotivo. 

Os novos códigos passam a atender mais de 50 aplicações de veículos de diferentes fabricantes, com motores a gasolina e flex.

O sensor MAP (Pressão Absoluta do Coletor) mede a pressão no coletor de admissão e envia os dados para a unidade de controle eletrônico (ECU), que calcula a proporção de ar e combustível necessária para o funcionamento do motor.

“Para que a injeção de combustível seja eficiente, é fundamental que o sensor MAP opere com precisão”, afirma Pedro Valêncio, Supervisor de Suporte ao Cliente da Delphi. “É ele que ajuda a determinar a quantidade ideal de combustível a ser injetada, conforme a carga do motor e a pressão do ar no coletor de admissão.”

Falhas no componente podem gerar aumento no consumo, perda de potência, dificuldade de partida e oscilações na marcha lenta. A marca reforça que usar sensores de procedência comprovada reduz o risco de danos ao sistema de injeção.

Segundo a Delphi, os novos sensores MAP utilizam chip de circuito integrado encapsulado em gel de silicone, que protege contra variações térmicas e vibrações. A tecnologia também aumenta a imunidade eletromagnética, reduzindo interferências de sinais externos e elevando a durabilidade do componente.

 

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terça-feira, 18 de novembro de 2025

ZF Aftermarket apresenta novos cilindros mestre de freio TRW

A ZF Aftermarket, por meio da TRW, lançou novos cilindros mestre de freio para o mercado de reposição, ampliando a oferta de componentes de frenagem no Brasil.

A linha atende modelos de Chevrolet, Toyota, Citroën, Peugeot, Honda, Audi/Volkswagen, Hyundai/Kia, Nissan e Fiat, incluindo veículos populares como Onix, Corolla, C3, Fit, Golf, Amarok, Versa e Argo.

Os cilindros trazem referência cruzada e código original para facilitar a identificação na oficina. Cada peça possui código de barras individual, pertence à NCM 87083090 e vem em embalagem padronizada.

Confira todos os códigos e aplicações disponíveis:

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Desgaste excessivo da bandeja de suspensão: Saiba como identificar

Ruídos metálicos, direção instável e desgaste irregular dos pneus são sinais de problemas na peça

Também chamada de braço oscilante, a bandeja de suspensão liga a manga de eixo ao chassi e permite o movimento vertical da roda. Ela absorve irregularidades do solo e mantém o pneu em contato com a pista. “A bandeja é essencial para garantir estabilidade, conforto e segurança, por isso deve ser inspecionada regularmente”, afirma Leandro Leite, coordenador de Assistência Técnica e Garantia da Nakata.

Leite explica que, quando danificada, a bandeja compromete a estabilidade e pode afetar outros sistemas. “Ruídos metálicos geralmente indicam desgaste nas buchas ou no pivô. Em lombadas e pisos irregulares, barulhos também podem apontar falhas no componente”, diz.

O especialista lembra que pivôs, terminais e outras peças desgastadas prejudicam o alinhamento, causam trepidação e desgaste irregular dos pneus. Ele reforça que as buchas ajudam a reduzir impactos e ruídos, e que muitas vezes sua troca resolve o problema sem precisar substituir toda a bandeja. “O mecânico consegue identificar isso no diagnóstico”, conclui.

 

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Raio-X: Renault Kardian vs. Volkswagen Tera

Confira o comparativo de manutenção entre os concorrentes diretos em suas versões topo de linha 

texto Vitor Lima   fotos Diego Cesilio  

 

Dois modelos que chamaram atenção em seus lançamentos foram o Renault Kardian, novo projeto, até então, por parte da montadora francesa e, lançado este ano, o Volkswagen Tera, que fez a introdução da marca alemã nesta categoria de veículos. Os dois modelos disputam diretamente entre si, além de terem o terceiro concorrente que é o Fiat Pulse, mas, neste comparativo, trouxemos as duas versões topo de linha dos concorrentes franceses e alemães. 

O Kardian Première apresenta dimensões como 4.119 mm de comprimento, 1.747 mm de largura e 1.544 mm de altura, com entre-eixos de 2.604 mm e porta-malas de 410 L. Já o Tera High é um pouco mais comprido, com 4.151 mm, mais estreito em altura 1.504 mm e um pouco mais largo 1.777 mm, entre-eixos de 2.566 mm e porta-malas de 350 L. O Kardian, portanto, oferece ligeiramente mais espaço útil, especialmente no entre-eixos, enquanto o Tera exibe proporções um pouco mais “SUV esportivo”, com visual mais baixo e largo. 

No quesito motorização, ambos optam por um motor 1.0 turbo de três cilindros, flex. O Kardian gera 125 cv a 5.000 rpm e torque de 22,4 kgfm a 2.900 rpm, atingindo 0-100 km/h em cerca de 10,4 segundos e velocidade máxima de 188 km/h. O Tera High, por sua vez, entrega uma potência de 116 cv (álcool) ou 109 cv (gasolina) com torque máximo entre 16,8 kgfm a 4.250 rpm, acelera de 0-100 km/h em cerca de 11,7 segundos e atinge até 184 km/h. 

Nos acabamentos e equipamentos internos, o Kardian Première conta com ar-condicionado digital com modo automático e partida chave presencial, retrovisores elétricos, bancos rebatíveis 60/40, multimídia de 8 polegadas com espelhamento sem fio, painel digital de 7 polegadas, carregador por indução, seis airbags, assistências como frenagem automática (AEBS), alerta de ponto cego, controle de cruzeiro adaptativo (ACC), entre outros itens de segurança e conforto. 

Já o Tera High traz também um pacote tecnológico vasto com botão de partida, assistências como ACC, frenagem autônoma de emergência (AEB), sistema Volkswagen Play Connect com tela de 10,1 polegadas e conectividade sem fio aos sistemas Android Auto e Apple Car Play, painel digital e rodas de liga diamantadas que adicionam sofisticação externa. 

No design externo, o Kardian segue com a nova identidade visual da Renault, barras de teto usuais e linhas mais suaves. O Tera apresenta uma leitura estética mais agressiva, com faróis integrados à grade e porte pensando na aerodinâmica. 

Ao analisar a manutenção do Renault Kardian e do Volkswagen Tera, percebe-se que ambos foram projetados para a nova geração de SUVs compactos, com forte presença de componentes eletrônicos e padrões de emissões mais rigorosos. No entanto, quando o assunto é manutenção, a abordagem de cada fabricante resulta em vantagens e desafios distintos para a oficina e, para demonstrar isso aos mecânicos, convidamos Cleyton André, proprietário da oficina Elevance Automotive, localizada em São Bernardo do Campo, SP, para analisar as condições de manutenção entre os dois modelos. 

  

Capô Aberto 

Logo ao abrir o cofre do Kardian, chama a atenção a disposição limpa e direta dos componentes de rotina. Reservatórios de óleo do motor, fluido de arrefecimento e fluido de freio são de fácil acesso, e o filtro de ar pode ser removido sem desmontes adicionais (1). O profissional observa. “A rotina de revisão aqui é mais ágil, você não precisa desmontar meio carro para trocar óleo ou filtro”.  

No Tera, por outro lado, a Volkswagen optou por um cofre mais protegido por coberturas plásticas e dutos que, apesar de manterem melhor vedação térmica e acústica, exigem pequenos desmontes adicionais para chegar a itens de rotina, como o filtro de ar ou os injetores (2). “É um padrão da VW, pensado em durabilidade e vedação, mas na oficina a gente sente que gasta um pouco mais de tempo para chegar no que precisa”, acrescenta Cleyton.  

Falando em injetores, o Kardian utiliza peças piezoelétricas que, ao serem substituídas, precisam ser codificadas via scanner para que o módulo do motor as reconheça corretamente. Isso torna a troca dependente de equipamento de diagnóstico atualizado, o que nem toda oficina possui. Em compensação, o acesso físico aos injetores é relativamente simples. O mecânico comenta: “Aqui a peça está na mão, não tem que desmontar meio cofre, mas sem o scanner adequado você não faz a adaptação, então a oficina precisa estar preparada”. 

No Tera, os injetores são do tipo bobina e não exigem programação, mas ficam posicionados sob o coletor de admissão, sendo necessário remover o coletor ou deslocar peças adjacentes, uma operação que demanda mais tempo de mão de obra. “No Tera a gente não precisa do scanner para trocar, mas perde tempo desmontando o que está por cima”, completa o Cleyton. 

A bomba de vácuo no Kardian é acionada mecanicamente e depende diretamente da qualidade do óleo do motor para lubrificação (3). O especialista reforça. “Se o cliente negligenciar a troca do óleo, essa bomba será uma das primeiras a sofrer”. Já no Tera, a bomba é elétrica, menos vulnerável à degradação do óleo, reduzindo um ponto crítico de falhas (4). “É um detalhe que muda muito o dia a dia na oficina. A gente não fica tão dependente do histórico de troca de óleo do cliente, o que é uma vantagem do Tera”, comenta o profissional.   

Isso reflete também nos intervalos de manutenção. No Kardian, trocas de óleo regulares (5) a cada 10.000 km ou 12 meses são fundamentais para preservar não só o motor, mas o sistema de vácuo. Já no Tera, o mesmo intervalo é recomendado (6), porém a dependência da bomba pelo óleo é menor.   

No que diz respeito ao sistema de sincronismo, o Kardian utiliza corrente de comando, que dispensa troca periódica se bem lubrificada e se não houver ruídos ou desgaste atípico. O tensionador hidráulico, no entanto, exige óleo limpo para manter pressão estável. “A corrente é uma vantagem no dia a dia, mas só se o cliente respeitar os intervalos de troca de óleo, porque o tensionador sofre quando o óleo está contaminado”, comenta Cleyton. 

Já o Tera adota correia dentada, que demanda substituição preventiva de acordo com o manual, geralmente entre 100.000 e 120.000 km ou 5 anos, um serviço que envolve mais mão de obra e custo adicional, mas é obrigatório para evitar falhas catastróficas. “É um trabalho que a gente já conhece bem, mas precisa ser programado com o cliente para evitar surpresas”, acrescenta o mecânico. 

 

UNDERCAR 

Na parte inferior, ambos apresentam proteções plásticas, mas no Kardian o acesso ao bujão de dreno e ao filtro de óleo é mais direto, enquanto no Tera pode ser necessário retirar mais de uma tampa protetora. Essa diferença impacta nos tempos de troca de óleo e filtros. 

O sistema de transmissão do Kardian é de dupla embreagem, que entrega boas respostas dinâmicas, mas exige fluido específico e manutenção preventiva cuidadosa para preservar o conjunto. “É uma transmissão moderna, mas é sensível. Se o cliente não respeitar troca de fluido ou rodar muito no trânsito pesado, a gente vai ver problemas mais cedo”, explica Cleyton. 

O Tera utiliza uma transmissão automática com conversor de torque, já consolidada na linha VW, com maior disponibilidade de peças e familiaridade para as oficinas, além de intervalos de troca de fluido geralmente mais amplos, em torno de 60.000 km, dependendo das condições de uso. “Na prática, a gente já conhece bem esse câmbio, tem menos surpresas e peças fáceis de achar”, completa o mecânico. 

Na suspensão dianteira, ambos utilizam McPherson, mas o Kardian oferece acesso mais simples às bandejas e pivôs (7), enquanto o Tera possui alguns componentes mais protegidos, o que pode aumentar levemente o tempo de serviço (8). No eixo traseiro, ambos utilizam suspensão de eixo de torção (9 e 10), de concepção simples, mas no Kardian a substituição dos amortecedores traseiros, dependendo da versão, exige a remoção de parte do acabamento interno do porta-malas.  

Os freios nos dois modelos são modernos e de fácil manutenção, com discos dianteiros ventilados e, dependendo da versão, freios a tambor ou a disco na traseira. No Kardian, o acesso às pinças dianteiras é um pouco mais desobstruído, o que torna a troca de pastilhas mais ágil. “Na hora de fazer freio, o Kardian é um pouco mais rápido, nada que seja decisivo, mas no volume de serviço faz diferença”, pontua o profissional. 

Para os serviços programados, as revisões de ambos costumam seguir ciclos de 10.000 km ou 12 meses, englobando troca de óleo, filtro de óleo, filtro de ar e verificação de fluidos e freios. No Kardian, a corrente de comando e a bomba de vácuo exigem atenção contínua à saúde do óleo, enquanto no Tera a troca periódica da correia dentada é um ponto fixo no cronograma. Para a transmissão, recomenda-se especial cuidado: no Kardian, o fluido da dupla embreagem deve ser verificado mais cedo, em torno de 40.000 km, enquanto no Tera o câmbio automático costuma ter intervalos maiores, conforme o manual. 

 

Afinal, qual dos dois tem a  manutenção mais favorável? 

Para a oficina, o Kardian se mostra um pouco mais rápido nos serviços de rotina, mas exige maior investimento em scanners compatíveis para programação de injetores e cuidados constantes com a lubrificação. Já o Tera oferece manutenção mais previsível e procedimentos mais familiares aos mecânicos, embora requeira mais tempo para intervenções em alguns componentes por conta das proteções adicionais e da substituição periódica da 
correia dentada. 

“O que faz diferença na prática é o tipo de cliente. O Kardian exige disciplina com as trocas de óleo e oficina equipada com scanner atualizado. O Tera exige planejamento para a troca da correia dentada e um pouco mais de tempo em alguns desmontes. Cada um tem sua rotina de oficina bem definida”, conclui Cleyton André. 

 

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