A linha 2020 do Toyota Corolla chega ao Brasil com o inédito sistema híbrido flex. O motor 1.8 l de ciclo Atkinson, originalmente movido a gasolina, passou por modificações para receber etanol, gasolina ou a mistura dos dois em qualquer proporção.
Segundo a fabricante, o desenvolvimento foi um trabalho conjunto entre a engenharia brasileira e japonesa. Adicionaram sistema de aquecimento do etanol para partida a frio (tipo flauta aquecida) e foram trocados os assentos das válvulas por material mais duro. Além disso, o sistema de controle do motor foi recalibrado. Em relação ao propulsor movido a gasolina, trocaram o sistema de tratamento de gases (catalisador) e os bicos injetores. Outra alteração é que todo o sistema de combustível (tanque, bomba, filtros de linha e tubulações) foi preparado para receber o combustível derivado da cana-de-açúcar. No motor de ciclo Atkinson, que trabalha com taxa de compressão alta (13:1), não foi necessária a modificação.
Entenda o sistema híbrido
O modelo híbrido utiliza dois motores elétricos, que passaram por ajustes no programa de partida a frio com temperaturas abaixo de 15°C. Quando o motor a combustão utilizar misturas superiores a 85% de etanol (E85), ele sempre será acionado e o sistema de desligamento automático (Start-Stop) é desativado até que a temperatura do motor e do lubrificante esteja nas condições ideais. Em baixas temperaturas e com misturas acima de E85, o sistema de injeção aumenta a quantidade de combustível para evitar que o motor desligue. Se o sistema Start-Stop estiver acionado, uma eventual parada pode fazer com que a maior quantidade de combustível não queimado desça ao cárter, contamine o lubrificante e, eventualmente, sature o sistema de blow-by, o que pode confundir os sensores do veículo.
Só o motor a combustão entrega 101 cv (E)/ 98 cv (G) a 5.200 rpm e 14,5 kgfm de torque. Os motores elétricos têm 72 cv e 16,6 kgfm, o que confere uma potência combinada de 123 cv. Vale lembrar que, como os motores elétricos não estão posicionados nas rodas, não se deve somar as duas potências para obter a total.
O câmbio é o Hybrid Transaxle, sem correias e polias, como utilizado em um câmbio CVT. Ele é formado por um conjunto de engrenagens e planetária, com uma relação para frente, outra para a ré e a de freio motor (B). O efeito das relações contínuas acontece por causa do movimento relativo entre o motor a combustão e os elétricos. No conjunto há um redutor com um dispositivo de divisão de potência. Ele comuta o fornecimento de potência entre o motor a combustão e os elétricos.
Novo motor 2.0 Flex de ciclo Atkinson
O motor 2.0 também evoluiu. Denominado 2.0 Dynamic Force Dual VVT-iE 16V DOHC de ciclo Atkinson Flex, ele possui um motor elétrico que modifica os tempos de abertura das válvulas de admissão. De acordo com a fabricante, os ângulos das válvulas foram ajustados por sistema laser. Esse motor recebeu também injeção de combustível direta e indireta, entregando 177 cv de potência (E)/169 cv (G) a 6.600 rpm, com torque máximo com qualquer combustível de 21,4 kgfm a 4.400 rpm.
Como funciona a nova transmissão Direct Shift
Acoplado a esses motor está o câmbio Direct Shift de 10 marchas. Para obter o efeito CVT convencional, foi acoplada uma engrenagem mecânica que atua quando o veículo arranca, o que deixou a aceleração de saída mais eficiente.
Outra mudança significativa ocorreu no sistema de suspensão: na dianteira continua o McPherson e, na traseira, o eixo de torção deu lugar ao sistema independente multibraço.
Nova plataforma para o Toyota Corolla
A 12ª geração do Corolla passa a ser produzida na plataforma GA-C, baseada na TNGA. Segundo a fabricante, o novo sedã médio ganhou centro de gravidade 10 mm mais baixo e o chassi ficou 60% mais rígido. O Toyota Corolla é um dos modelos mais vendidos do mundo. Para não perder esta marca, agradar os clientes e conquistar novos, a fabricante de origem japonesa promoveu mudanças radicais no seu automóvel por todo o planeta, mas respeitou as necessidades locais, apesar de ser um modelo global.
Nas dimensões ele tem altura de 1.455 mm (-20 mm), comprimento de 4.630 mm (+10 mm), 1.780 mm de largura (+5 mm), e a distância entre-eixos continua a mesma da geração anterior, 2.700 mm, assim como a capacidade do porta-malas de 470 litros.
No visual, a Toyota ousou, deixou de lado as linhas clássicas. O capô tem vincos nas extremidades que formam um V, os faróis têm formato de L com luzes diurnas em LED na parte inferior e a grade frontal foi substituída por filetes cromados com o símbolo da marca no centro.
A moldura do para-choque é na cor do veículo, ao centro há uma grande grade preta, e as extremidades são ressaltadas. A lateral recebeu pequenas mudanças: o vinco superior nasce no para-lama traseiro, passa por cima das maçanetas e termina no para-lama dianteiro. O inferior passou a ser côncavo. As rodas permaneceram em liga-leve 17 polegadas e os pneus 215/50 foram substituídos por modelos nas medidas 225/45.
Na traseira as linhas foram refinadas, o conjunto ficou mais arredondado, as lanternas têm novo desenho que invade a tampa, ganhando um discreto friso cromado na parte inferior, que também avança pela tampa. O para-choque na mesma cor do carro confunde-se com o porta-malas, e as extremidades são ressaltadas. Dois refletores inferiores nas pontas do para-choque completam o conjunto.
Equipamentos, preços e versões
A versão de entrada é a GLi 2.0 Dynamic Force Flex com preço sugerido de R$ 99.990. Traz o ar-condicionado manual com filtro antipólen e ar quente, banco do motorista com regulagem de altura, distância e inclinação, banco do passageiro dianteiro com regulagem manual de distância e inclinação, direção eletroassistida progressiva, computador de bordo com tela de 4,2”, vidros com acionamento elétrico e sistema de áudio central multimídia Toyota Play com tela tátil de 8”, rádio AM/FM, função MP3, entrada USB, Bluetooth, conexão para smartphones e tablets com Android Auto, Apple CarPlay e SDL.
A opção intermediária é a XEi 2.0 Dynamic Force Flex, que custa R$ 110.990. Traz de série o ar-condicionado automático, controle de velocidade de cruzeiro, modo de seleção de condução Sport, borboletas no volante para trocas manuais, sistema de destravamento das portas por sensores na chave, partida do motor por botão, faróis de neblina dianteiros em LED e espelho retrovisor interno eletrocrômico.
O modelo topo de linha é o Altis 2.0L Dynamic Force que custa R$ 124.990. Os faróis dianteiros são em LED e ela conta ainda com pacote de segurança ativa Toyota Safety Sense. Ele é composto por sistemas semiautônomos como o alerta de mudança de faixa, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, farol alto automático e assistente de pré-colisão com alerta sonoro e visual e, se necessário, frenagem automática, com comandos controlados pelo volante. Há, ainda, o pacote premium, composto por ar-condicionado automático de duas zonas, banco do motorista com regulagem elétrica (altura, distância, inclinação ou altura com distância), espelhos retrovisores externos eletro-retráteis com regulagem elétrica e rebatimento automático ao fechar o veículo, teto solar elétrico, limpador do para-brisa com sensor de chuva e faróis e lanternas traseiras em LED.
A versão híbrida é a Altis Híbrido Flex oferecida pelo mesmo preço R$ 124.990. Nela o painel de instrumentos tem tela TFT de 7” digital, colorida, com computador de bordo. O pacote premium é opcional e custa R$ 6.000,00.
Toyota Corolla 2020: conheça o sistema híbrido flex e o novo câmbio Publicado primeiro em http://omecanico.com.br/feed/
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