Confira os aspectos de manutenção do sedã híbrido da marca japonesa, que conta com os dois motores elétricos e um motor 2.0 a combustão
O Honda Civic está em sua décima primeira geração e chegou ao Brasil, com importação da Tailândia, na configuração híbrida, estreando a tecnologia e:HEV na família Civic. O trem de força é formado por dois motores elétricos que são combinados a um motor 2.0 a combustão, de ciclo Atkinson.
Um dos motores elétricos é destinado a tração do veículo, este é capaz de gerar 184 cv e 32,1 kgfm. O segundo é destinado a geração de energia para as baterias de íons de lítio. O de ciclo Atkinson é capaz de gerar 143 cv de potência a 6.000 rpm e 19,1 kgfm a 4.500 rpm, tem alta taxa de compressão de 13,9:1 e possui alimentação de combustível por injeção direta.
| LEIA MAIS: Raio X Peugeot 208
De acordo com a Honda, a eficiência térmica de seu motor 2.0 de ciclo Atkinson é 11% maior do que a média dos motores de combustão interna com 30% de eficiência, ou seja, o motor do Civic híbrido chega a valores de 41% de eficiência térmica. Os dados de consumo do modelo apresentam números de 18,3 km/l na cidade e 15,9 km/l na estrada (eficiência energética de 1,21 MJ/km), conforme o Programa Brasileiro de Etiquetagem.
A transmissão é automática do tipo e-CVT e conta com três modos de condução para o sistema e:HEV, o modo totalmente elétrico (EV Drive), o modo híbrido que utiliza o motor elétrico e a combustão em conjunto (Hybrid Drive), e o modo em que o Civic utiliza apenas o motor a combustão (Engine Drive). Os modos são alternados automaticamente de acordo com alguns fatores como nível de energia das baterias, demanda do acelerador do veículo, topografia, etc. Em ambos os modos de condução que o veículo estiver atuando, as frenagens e as desacelerações fazem a recuperação de energia para a bateria.
O Civic híbrido possui multimídia de 9 polegadas que permite comandos por voz e conexão com Android Auto e Apple Car Play. O painel de instrumentos é digital, com tela de 10,2 polegadas. As informações são personalizáveis, porém, há priorização para visualização de dados como velocidade do veículo, nível de energia que está armazenado ou sendo regenerado e dos sistemas que gerenciam o estado geral do veículo. A Honda possui o We Power, que funciona como um conta-giros, mas que apresenta dados com o percentual de potência, ao invés da tradicional medição de rotações por minuto (RPM).
Para segurança do veículo, o Civic híbrido conta com o sistema de auxílio a condução Honda Sensing, presente também em outros modelos da fabricante. O sistema possui funções como controle de cruzeiro adaptativo com Low Speed Follow que mantém o controle de distância do veículo à frente em baixas velocidades; Ajuste automático do farol; CMBS, sistema que realiza o acionamento dos freios quando detecta possíveis colisões frontais; assistente de permanência em faixa – LKAS; e o sistema de mitigação de evasão de pista.
As condições de manutenção do Honda Civic híbrido que, tem preço partindo de R$ 244.900, foram analisadas por Camilo Matos e Matheus de Moura Matos, da oficina Garagem 85 de Guarulhos (SP), especializada na linha Honda a convite da Revista O Mecânico.
Por baixo do capô
Logo na abertura do capô, Matheus comentou sobre os dois pontos para apoio do capô (1) e (2) que mudam o nível de abertura do capô. “Se for abrir o capô só para analisar alguma coisa, você pode escolher como vai utilizar o apoio, no primeiro ou no segundo estágio.
A bateria de alta tensão do Civic híbrido está localizada sob o banco traseiro de passageiros, conforme é indicado pela etiqueta existente no capô (3).
Os cabos de alta tensão são identificados pela cor laranja (4) e (5) podem ser vistos com facilidade pelos mecânicos. Vale lembrar que para qualquer tipo de manutenção no veículo, é necessário desligar a chave geral de energia.
Outro ponto que pode ser observado com facilidade é o acesso facilitado as fixações superiores dos amortecedores dianteiros (6), Camilo comentou sobre: “Agora é possível avaliar o conjunto sem precisar retirar a proteção plástica que existia nas gerações anteriores. Isso ficou muito bom, pois nos modelos antigos, a simples ação de montar e desmontar diversas vezes essa proteção fazia com que ocorresse um desgaste natural”.
Para o sistema de frenagem, o módulo do ABS (7) e o reservatório do fluido de freio (8) são de fácil acesso para qualquer tipo de intervenção. O fluido de freio utilizado é o DOT 4 e deve ser substituído a cada 36 meses, independente da quilometragem. O Civic possui um sub reservatório do fluido de freio que pode ser facilmente localizado (9).
As válvulas de serviço da linha de alta e baixa pressão do ar-condicionado são acessíveis ao mecânico (10).
O motor 2.0 do Civic utiliza óleo de motor 0W-20 API SN ou Superior, e possui o produto homologado óleo Pro Honda para utilização. A substituição deve ocorrer a cada 10 mil km ou 12 meses. Em caso de uso severo do veículo, a Honda recomenda a substituição na metade do período, ou seja, a cada 5 mil km ou 6 meses.
Para efetuar a reposição do óleo lubrificante, o bucal de enchimento (11) é facilmente visto na tampa do motor. Já a vareta para verificação de nível do óleo (12) está próxima a um dos cabos laranjas e possui a mesma cor.
O sistema de arrefecimento possui dois reservatórios. O primeiro, destinado ao motor a combustão (13). “A Honda melhorou bastante a acessibilidade, a verificação de nível, e o processo de retirada do reservatório para realizar uma limpeza ou uma troca de fluido”, explica Camilo.
A pressão do sistema é variada conforme o controle da tampa que possui uma válvula, localizada no radiador do veículo, comum entre os veículos da marca.
O segundo reservatório é utilizado para o inversor (14). A tampa tem uma válvula que faz a regulagem da pressão interna do sistema.
A primeira substituição do líquido de arrefecimento deve ocorrer com 200 mil km ou em 120 meses, após o período inicial o tempo deve ser reduzido a cada 100 mil km ou 60 meses, o que ocorrer primeiro. O fluido utilizado tanto para o sistema de arrefecimento do motor a combustão quanto para o inversor é o Líquido de Arrefecimento Pro Honda, homologado pela marca.
Indo para a parte de exaustão do veículo, a sonda lambda pré-catalisador é do tipo banda larga com 5 fios (15) e tem acesso facilitado. Já a sonda pós-catalisador (16) é possível visualizar, mas o acesso é um pouco mais trabalhoso.
Outro componente de fácil acesso é a válvula de EGR (17) e possui uma particularidade de resfriamento, Matheus comentou sobre. “Logo na frente é possível visualizar duas tubulações que saem do cavalete onde está a válvula termostática. Os gases que serão circulados novamente têm sua temperatura diminuída, assim há um melhor aproveitamento no momento da queima dos gases”.
Para ter acesso a bomba de alta pressão (18) é necessário a retirada da capa do motor que funciona como manta acústica para reduzir o som emitido pelas vibrações.
Na parte de injeção, as bobinas são facilmente encontradas com a retirada da capa do motor (19). As velas de ignição são de irídio e tem prazo de substituição a cada 100 mil km. A Honda recomenda a utilização regular do Engine Cleaner Pro Honda, a fim de prevenir qualquer tipo de formação de depósitos na câmara de combustão e no sistema de injeção de combustível.
O filtro de ar do motor (20) possui acesso fácil ao mecânico e o sensor MAF tem sua localização próxima (21). A caixa de ressonância do Civic é facilmente encontrada (22). A recomendação da troca do filtro de ar do motor é de 30 mil km ou 36 meses. Para o filtro de cabine, a troca deve ocorrer a cada 20 mil km. Em casos de inspeção visual que seja constatado saturação do componente, os períodos de troca devem ser reduzidos.
A bateria de 12V (23) do Civic é do tipo AGM com 45Ah e CCA de 310A.
O módulo de injeção está ao lado da bateria (24) e a caixa de fusíveis está próxima e com fácil acesso (25).
Undercar
Após levantar o veículo no elevador e retirar o defletor que o Honda Civic Híbrido possui, é possível acessar sem dificuldades o filtro de óleo do motor (26). A substituição do filtro deve ser feita a cada 10 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. Em caso de utilização severa do veículo, os períodos devem ser reduzidos pela metade, ou seja, a cada 5 mil km ou 6 meses.
O bujão de drenagem do óleo do motor (27) está voltado para a parte de trás do veículo. Matheus faz uma observação importante sobre o dreno. “O parafuso de dreno é com aba, mas entre a aba e a carcaça existe uma arruela. Essa arruela precisa ser trocada, pois ela faz a vedação. Evitem reaproveitar esse componente”.
A caixa da transmissão e-CVT possui o bujão de dreno na cor preta (28) e possui acessibilidade simples. De acordo com a Honda, o fluido da transmissão e-CVT deve ser substituído a cada 150 mil km ou 72 meses, o que ocorrer primeiro. Em caso de uso severo, a Honda recomenda a troca a cada 80 mil km ou 48 meses. O fluido utilizado é o HEVF-Tipo 1.
Na parte da suspensão, as bieletas possuem a fixação superior na torre do amortecedor e a fixação inferior na barra estabilizadora. Os amortecedores dianteiros necessitam de ferramenta específica para soltar a fixação inferior da torre (29).
O sensor de temperatura que fica localizado no radiador do veículo (30) possui fácil acesso e o mecânico tem um espaço amplo para realizar qualquer tipo de manutenção.
O coxim inferior do motor (31) está mais reforçado conforme informado por Matheus. “Ele está bem mais robusto. Creio que por conta do aumento de torque por causa do motor elétrico, o coxim tem que ser bem reforçado”.
A suspensão traseira foi elogiada por Matheus e Camilo por conta dos braços da suspensão (32) e das buchas (33). O conjunto, assim como as bieletas são simples para necessárias intervenções (34). Camilo enfatizou a criação de um agregado para a suspensão traseira (35) no qual não interfere na estrutura do veículo. “No caso de um reparo onde o veículo sofreu algum tipo de colisão que afetou o veículo por baixo, com o sub chassi, fica mais fácil remover tudo e fazer um serviço de maneira mais tranquila”.
O canister pode ser acessado tranquilamente (36), mas o filtro de combustível não foi localizado. De acordo com o plano de manutenção do Honda Civic Híbrido, a substituição do filtro deve ocorrer a cada 180 mil km. Caso haja uso severo do veículo a quilometragem para troca deve ser reduzida pela metade. Nas situações em que haja suspeita de combustível contaminado, o filtro deve ser substituído em um período menor.
Para o sistema de frenagem traseiro, há utilização de discos de freio e o sistema de freio de estacionamento possui um motor de passo (37).
texto & fotos Vitor Lima
https://youtu.be/RDQlWXLc0TU
The post Raio X: Honda Civic Híbrido 2023 appeared first on Revista O Mecânico.
Raio X: Honda Civic Híbrido 2023 Publicado primeiro em http://omecanico.com.br/feed/
Nenhum comentário:
Postar um comentário