segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

ID.BUZZ: analisamos por completo a nova “Kombi elétrica”

Minivan é oferecida pela VW apenas na modalidade de assinatura mas há unidades importadas para o Brasil de forma independente

texto Vitor Lima   fotos Divulgação VW

 

A pós 10 anos do fim da produção da Kombi, em 2013, que teve o seu primeiro modelo fabricado no Brasil em 1957, inaugurando a fábrica de São Bernardo do Campo, a Volkswagen decidiu trazer ao Brasil o Id.Buzz, ou Kombi elétrica como é carinhosamente chamada, como parte das comemorações dos 70 anos da montadora no país.

De cara, o ID.Buzz causa a impressão de ser uma releitura da saudosa Kombi, em meio a era dos SUVs e Picapes no mercado brasileiro, a Kombi elétrica chama atenção até de quem nunca viu a verdadeira Kombi de perto.

Mas, é importante lembrar que, o visual pode até trazer memórias, porém, a construção do ID.Buzz é totalmente diferente da Kombi. O modelo elétrico é desenvolvido sob a plataforma MEB, mesma utilizada em outros veículos da VW como o ID.3, ID.4, ID.7, ou Passat Elétrico como é popularmente chamado.

Na Europa, o ID.Buzz é comercializado em versões para 5 e 7 ocupantes, em solo brasileiro a Volkswagen trouxe apenas a versão para 5 passageiros. Com 70 unidades espalhadas pelo Brasil, o consumidor que espera ver a Kombi elétrica pelas ruas, pode se considerar com sorte, pois, as unidades estão disponíveis apenas por assinatura, por meio do serviço Sign&Drive da VW.

Em meados deste ano, já encontramos diversos anúncios do ID.Buzz com unidades importadas de forma independente com preços em torno dos R$ 700 mil. Nos países da Europa, a Volkswagen anunciou em agosto deste ano, a linha Id.Buzz 2025 com preços que partem de US$59,9 mil dólares, cerca de R$ 360 mil em conversão direta considerando a moeda norteamericana a R$ 6 que é a cotação média apurada no momento desta publicação.

A unidade analisada pela Revista O Mecânico tem bateria de 77 kWh de capacidade, com autonomia declarada pelo INMETRO de 337 km. É importante lembrar que, a autonomia pode variar a depender do estilo de condução, velocidade, peso total do veículo e as temperaturas do ambiente externo. Contamos com a ajuda de José Martinho, Professor de Ensino Superior – Especialista II – Senai. Em comparação com a Kombi, o Id.Buzz apenas não tem dimensão maior na altura, com 1927 mm, contra os 2040 mm da Kombi Standard de 2013. Porém, o comprimento de 4712 mm, largura de 1985 mm e entre eixos com 2989 mm de distância, acomodam toda tecnologia e modernidade da Kombi elétrica.

 

Capô aberto

O capô da Id.Buzz é pequeno, porém, Martinho informa que há muita coisa importante que é possível verificar, como o acesso a tampa do reservatório do líquido de arrefecimento (1). “A gestão térmica em um carro elétrico é fundamental”, pontua.

Para efetuar intervenções com um veículo elétrico, é importante realizar o processo de desconexão dos sistemas elétricos. O conector Low Voltage Service Desconnect (2) está a vista e com fácil acesso.

Outro sistema de acesso facilitado são os dutos para carga de gás do ar-condicionado (3). A linha de alta e a linha de baixa pressão estão próximas

Martinho comenta que, a bateria de 12V do ID.Buzz está localizada embaixo do banco do motorista e para ter acesso é um pouco mais difícil, exigindo a remoção de alguns acabamentos. Pensando nos casos de necessidade da transferência de carga para bateria, no cofre dianteiro há um terminal negativo e outro positivo para facilitar o trabalho (4).

O reservatório do fluido de arrefecimento chamou atenção por sua dimensão. Questionado se era suficiente para arrefecer a bateria de 77 kWh, Martinho confirmou que sim. “É muito provável que a bateria seja arrefecida pelo líquido de arrefecimento em conjunto com o sistema de ar-condicionado. O volume de fluido, com certeza remete ao que tínhamos na Kombi com motor a combustão com radiador dianteiro, também havia um volume alto. Provavelmente é algo parecido ou um pouco maior”.

O professor do Senai comentou sobre a utilização de materiais compósitos poliméricos em substituição de metais como o aço. “É uma tendência do setor automotivo utilizar materiais com emissão de carbono menor em sua construção. Ao verificar toda a cadeia na utilização do aço, o material compósito se sobressai na questão de emissão de carbono.

O compósito tem a mesma durabilidade, além de ajudar no aspecto de segurança para zona de deformação programada em caso de colisão”.

 

No elevador

Ao levantar o veículo, nota-se que toda a parte de baixo é fechada, mas é pensado em garantir eficiência e redução do atrito aerodinâmico. Por ser uma minivan, a dianteira tem a característica de reduzir a passagem do ar, por isso, eles deixam a parte de baixo fechada com formas aerodinâmicas para tentar compensar.

Na suspensão dianteira, é utilizado o sistema McPherson comum (5) sem nenhum segredo ao mecânico. Mas algo que chama atenção é a presença de um material plástico por volta da bandeja de suspensão. Martinho comentou sobre. “Esse plástico tem a finalidade de reduzir o atrito aerodinâmico. Como a bandeja é estampada, existem pontos que o ar pode causar turbilhonamento, gerando a perda de eficiência do carro”.

Na parte central para traseira do veículo, está localizada a bateria de alta tensão do ID.Buzz. Não é possível ver de fato a bateria, mas sim, a proteção de alumínio (6) que fica abaixo para proteger a bateria de qualquer tipo de detritos que possam danificá-la.

A suspensão traseira é independente (7) e composta por peças em alumínio para ajudar na redução de peso, além de contarem com o mesmo tipo de acabamento plástico utilizado nas bandejas de suspensão dianteiras. Toda essa inovação tecnológica contrasta com os freios traseiros que são a tambor. Segundo Martinho, o freio a tambor possui maior capacidade de frenagem do que os freios a disco. “Eu comento com os meus alunos que, o freio a tambor tem maior capacidade de frenagem do que o freio a disco, porém, o seu ponto delicado é a ineficiência em função a temperatura”.

Ainda sobre a suspensão traseira, é possível realizar o processo de cambagem, já que há existência de um parafuso oblongo (8) para ajustar a geometria dos braços que compõem o eixo traseiro.

O motor elétrico do ID.Buzz de 204 cv e 31,6 kgfm de torque fica localizado na parte traseira. Não é possível vê-lo sem que haja desmontagem dos acabamentos inferiores. Para o freio de estacionamento, é utilizado o sistema eletrônico ao invés do mecânico através de cabo.

Mudando para aspectos de conforto, o professor do Senai gostou do modelo, como a parte interna, posição de dirigir, a ampla visão que o para-brisa permite sem que as colunas A atrapalhem, além de comentar um pouco mais sobre a minivan. “Foi um carro percursor da eletrificação do grupo Volkswagen. É um carro muito elegante. Sou fissurado por tecnologia automotiva então fico emocionado em um momento desse”.

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