Com o mesmo DNA de Renault Duster, Captur ganha muita plástica para ter um visual mais sofisticado e fino
Texto e fotos Leonardo Barboza
Lançado em fevereiro de 2017, o Renault Captur é derivado da plataforma Dacia B0, a mesma do Duster e da picape Oroch. Com um apelo mais moderno e atraente, o Captur veio com a finalidade de ser o SUV superior da marca em relação ao Duster. A receita funcionou e olhando friamente, você nem imagina que por de baixo da “casca” o conjunto inteiro é do irmão mais humilde. Fabricado em São José dos Pinhais no Paraná/ PR, o Captur divide a linha de montagem e toda parte de mecânica, transmissão, suspensão e freios, com os outros dois modelos da fabricante. A versão avaliada neste Raio X é a Intense com motorização 1.6 16V , transmissão CVT com 6 marchas.
Levamos o SUV para uma avaliação completa na oficina MotorFast, localizada no bairro do Brooklin, Zona Sul de São Paulo. A oficina da família Martinucci é especializada em marcas francesas: Citroën, Peugeot, Renault e linha DS, divisão de luxo da PSA. O Captur 1.6 CVT passou sob o olhar técnico de Alberto Martinucci Junior, com 27 anos de atuação na area de mecânica automotiva e também socio-proprietário da oficina.
EXCESSO DE PLÁSTICO
Para ficar com uma aparência mais sofisticada, o modelo ganhou muitas partes externas e internas de plástico. “A minha preocupação é com o tempo e a ação climática, essas partes plásticas começarem a ressecarem e ocasionarem barulhos por toda parte do veículo”, relata Alberto.
MANUTENÇÃO DE ROTINA
Os itens mais trocados em uma manutenção de rotina, geralmente a cada 10.000 km rodados, são óleo lubrificante do motor, filtro de óleo do motor, filtro de ar do motor e filtro de combustível.
O filtro de óleo fica localizado na parte frontal do motor, ao lado do compressor do ar-condicionado. “Para a substituição do filtro de óleo e a drenagem do óleo usado, é necessário a remoção do protetor de cárter que é fixado por pequenos parafusos M8. “É preciso tomar muito cuidado de aplicar o torque correto de aperto, a fim de evitar barulho no protetor ou espana e quebra do parafuso”, alerta ele.
Já os filtros de ar do motor e o filtro de combustível possuem boa localização na hora da substituição da peça. “Para trocar o filtro de combustível, é necessário tomar cuidado com a cinta de plástico que fixa o filtro no tanque de combustível”, comenta.
Em relação ao filtro de ar do motor, o procedimento é simplesmente fácil. “Para fazer a troca do elemento filtrante, o mecânico não gasta mais que 2 minutos. Basta apertar as duas orelhinhas da tampa, puxar a peça, fazer a substituição e voltar no lugar. Até uma criança pode fazer o serviço”, brinca o mecânico.
SUSPENSÃO/UNDERCAR
A suspensão e toda parte undercar do Captur é idêntica ao do Duster. Na dianteira, suspensão independente do tipo McPherson, que possuem bandejas com pivôs rebitados. Para trocar o pivô, a mão de obra é um pouco mais trabalhosa. “Para a substituição somente do pivô, é preciso retirar os três rebites que vem de fábrica, isso leva um pouco mais de tempo e mão de obra,” diz Alberto. Na traseira, a fixação do amortecedor é feita no eixo de torção e na parte interna do veículo. “É necessário tomar cuidado na hora de remover o acabamento de plástico nas laterais do porta-malas,” explica.
ALIMENTAÇÃO/IGNIÇÃO
Com exceção do corpo de borboleta (TBI), a terceira e quarta velas de ignição, ao realizar a manutenção do sistema de bicos injetores e a substituição da primeira e segunda velas é inevitável a retirada de todo o coletor de admissão do motor.
“Os parafusos do coletor estão bem localizados e fáceis de retirar. A remoção do coletor é rápida e dá um bom acesso para a flauta dos bicos injetores e as duas primeiras velas. Após a limpeza e substituição das velas de iridium, deve-se verificar o estado dos aneis orings antes da montagem do coletor, afim de evitar entrada falsa de ar”, alerta o técnico.
ELETRÔNICA
Uma curiosidade apontada por Alberto, foi a de um módulo localizado no vão do para-lamas. “Para fazer a manutenção dessa unidade, é necessário a remoção do para-lamas. Mais mão de obra e tempo,” avalia o mecânico especialista em veículos franceses.
Com uma imensa eletrônica embarcada no Captur, é difícil entender ainda a utilização do sistema de partida a frio, através do tanquinho de gasolina, quando abastecido com Etanol. “O tanquinho de gasolina, é um sistema primordial e que necessita uma manutenção frequente em relação ao tipo de gasolina utilizada nele, a fim de evitar problemas quando abastecido com combustível de origem vegetal” finaliza Alberto.
Raio X: Renault Captur tem suspensão e undercar iguais aos presentes no Duster Publicado primeiro em http://omecanico.com.br/feed/
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