Comparamos os preços de revisões até 60 mil km entre modelos movidos a bateria e veículos a combustão equivalentes
O custo da bateria ainda é um dos principais responsáveis pelo preço elevado dos carros elétricos na comparação com modelos equivalentes a combustão. Porém, apesar de custarem até 3 vezes mais na hora da compra, os automóveis movidos a bateria podem ter custo de revisões até 70% menor do que os demais. Para mostrar na prática as diferenças, pesquisamos 4 duplas de veículos leves da mesma fabricante e comparamos os valores de manutenção entre eles.
Por dispensarem motor a combustão, os modelos 100% elétricos não exigem gastos com troca de componentes como óleo lubrificante, filtros de óleo e de ar, velas, correias e tensionadores, entre outros. Ainda assim, as revisões dos carros elétricos devem ser feitas no intervalo determinado pela fábrica (por tempo ou quilometragem, o que ocorrer primeiro), já que eles mantêm elementos de desgaste natural comuns a qualquer veículo, como discos de freio e pastilhas, fluido de freio, bateria de 12V, sistemas de climatização e arrefecimento, filtro de cabine, amortecedores e palhetas, entre outros.
“Os veículos elétricos têm sistemas complexos de refrigeração da bateria e dos componentes elétricos. Esses conjuntos também precisam ser revisados preventivamente, especialmente em relação a nível de fluido, concentração de aditivo e estanqueidade. Em alguns modelos, há ainda uma interligação com o sistema de climatização do veículo”, explica o professor de Engenharia Mecânica e consultor técnico da Revista O Mecânico, Fernando Landulfo.
PREÇOS DE REVISÕES
Se tomarmos como exemplo um Peugeot 208 com motor 1.6, que custa a partir de R$ 72.990, o custo básico de revisões até os 60 mil quilômetros é de R$ 4.828 (o que representa cerca de 6,6% do valor do zero-quilômetro). Na versão elétrica e-208 GT (R$ 244.990), a conta final do plano de manutenção para a mesma quilometragem é de R$ 2.103 (0,8% do valor do carro). Na comparação entre os motores 1.6 e elétrico, a redução no valor de revisões é de 56%.
A JAC Motors é outra fabricante que oferece opções a combustão e elétrica para o mesmo modelo, embora a nomenclatura dos carros seja diferente. Para o SUV JAC T60 Plus, que custa R$ 144.990 e tem motor 1.5 turbo, o pacote de revisões até 60 mil km tem preço sugerido de R$ 5.964 (4,1% do valor do veículo novo). Já para manter em dia o SUV elétrico JAC E-JS4 (R$ 264.900), o proprietário deverá desembolsar R$ 2.094 ao longo de 60 mil km (0,8% do custo de aquisição). Neste caso, a economia na hora da manutenção básica chega a 65%.
Na Fiat, o hatch subcompacto elétrico 500e (R$ 248.990) tem revisões programadas a cada 15 mil quilômetros. Até os 60 mil km, o proprietário deverá desembolsar R$ 1.216 no pacote de quatro paradas (o equivalente a 0,5% do total). Como a configuração a combustão do 500 não está disponível no Brasil, fizemos a comparação com o modelo mais próximo em porte e potência, o Argo com motor 1.3 Firefly (que custa a partir de R$ 78.990). Neste caso, a manutenção programada pelo mesmo período tem preço fixo em R$ 4.080 (5,1% do valor do carro). Na comparação entre os dois modelos, o custo de revisões do elétrico é 70% menor.
Na gama Renault, colocamos lado a lado os custos de revisões do elétrico Zoe E-Tech (desde R$ 204.990) ao de um Stepway 1.6 (a partir de R$ 93.890). No modelo com motor a combustão, as paradas até 60 mil km nas oficinas das concessionárias custam, ao todo, R$ 3.760,42 (4% do valor do carro). Já para manter em dia os serviços do elétrico pelo mesmo período, é preciso desembolsar R$ 2.829,75 (1,4% da tabela). Mesmo menor que nos demais exemplos, a redução no custo em favor da manutenção do elétrico é de 24,7%.
Apesar da vantagem dos elétricos nos custos de revisões básicas em concessionárias, o professor de Engenharia Mecânica faz uma ressalva. “Talvez ainda possa ser um pouco cedo para cravar que o custo real de manutenção do carro elétrico é menor. Isso porque toda a parte mecânica do veículo continua existindo, assim como a eletrônica embarcada, que é complexa e cujo custo de manutenção não é baixo”, afirma Fernando Landulfo.
Em relação ao custo de reposição das baterias de tração do veículos elétricos, que geralmente têm garantia de fábrica entre 8 e 10 anos, em média, o consultor técnico espera uma redução no longo prazo. “Com a economia de escala, o aumento de fornecedores e o surgimento de novas tecnologias e técnicas de produção, haverá uma tendência de queda no custo das baterias”, acrescenta Landulfo.
Por Gustavo de Sá
Fotos Divulgação
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