Conheça os aspectos de manutenção do hatch compacto da marca alemã; saiba sobre os detalhes existentes na suspensão do modelo que está entre os líderes de vendas
texto & fotos Vitor Lima
O Volkswagen Polo é um dos veículos mais vendidos no Brasil, uma vez que teve 62.412 unidades emplacadas até agosto deste ano, segundo a Fenabrave. Atualmente, o hatchback é oferecido nas versões: MPI, TSI, Comfortline, Highline e GTS 250 TSI. Os preços variam entre R$ 89.990 e R$ 149.990.
A versão de entrada do Volkswagen Polo vem equipado com o motor 1.0 MPI de 84 cv e 10,3 kgfm, acoplado ao câmbio manual de cinco marchas. Já as outras configurações têm sob o capô o motor 1.0 TSI turbo de 116 cv e 16,8 kgfm, com transmissão manual ou automática de seis posições. A opção esportiva traz conjunto motriz 1.4 TSI turbo de 150 cv e 25,5 kgfm, com câmbio automático de seis velocidades.
Portanto, por ser um dos carros mais licenciados no mercado e, também, contar com uma ampla gama de motores a Revista O Mecânico traz o Raio-X completo da versão Polo TSI, que é negociada por R$ 100.990. Essa configuração vem equipada com motor 170 TSI, que entrega até 116 cv a 5.000 rpm e 16,8 kgfm entre a faixa de 1.750 a 4.500 rpm. A transmissão á manual de cinco velocidades. Segundo a Volkswagen, o hatch faz de zero a 100 km/h em 10,1 segundos e atinge a velocidade máxima de até 197 km/h.
Após passar por um facelift em setembro de 2022, o novo Volkswagen Polo teve poucas mudanças visuais, além de manter 1.471 mm de altura, 1.751 mm de largura, 4.074 mm de comprimento e 2.566 mm de entre-eixos.
Por dentro, o hatch traz painel de instrumentos digital de 8 polegadas e uma central multimídia de 6,5 polegadas com conexão a Android Auto e Apple CarPlay. Já por fora, a linha 2024 tem faróis e DRL em LED. Na parte de assistência eletrônica que o veículo oferece, estão disponíveis o HHC (Hill Hold Control) que é o assistente para partida em subidas, controle eletrônico de estabilidade (ESC), controle de tração (ASR), bloqueio eletrônico do diferencial (EDS) e sistema de controle de pressão dos pneus e sistema de frenagem automática pós colisão (Post Collision Brake), este último atua com o acionamento automático dos freios após a detecção de um primeiro impacto, com o propósito de evitar colisões secundárias.
Para analisar as condições de manutenção do Volkswagen Polo TSI convidamos Carlos Eduardo Vieira, mais conhecido como China, mecânico do Auto Center Veleiro, localizado em São Paulo (SP).
COMO FUNCIONA O CORAÇÃO DO POLO?
Ao abrir o capô do Volkswagen, o mecânico mostra sobre o espaço disponível no cofre para trabalhar (1). “É bem espaçoso, é fácil de ver os componentes a serem avaliados”.
O mecânico pontuou que gostou da localização do sensor de etanol (2), facilitando o diagnóstico para verificar o tipo de combustível utilizado pelo veículo.
Ao lado direito do veículo, o reservatório do líquido de arrefecimento está destacado (3). “Hoje, a substituição é um dos pontos mais importantes na hora da revisão. É necessário ter atenção a manutenção do sistema como um todo, pois ele é crucial para o bom funcionamento do motor”, informa o profissional.
O líquido de arrefecimento é composto na proporção de 60% de água desmineralizada e 40% de aditivo G12 evo (TL-VW774L). A Volkswagen faz um alerta em seu manual para que não seja misturado com os fluídos G13 (TL-VW 774J), G12 plus (TL-VW 777G) ou (TL-VW774F) e G12 na coloração vermelha.
Acima do coletor de admissão, há um watercooler (4) que tem a função de refrigerar o ar que vem da turbina e melhora o desempenho do motor, pois quanto mais frio o ar estiver maior será a massa de ar injetada dentro do cilindro, e assim, beneficiando o ganho de potência.
O acesso para o mecânico chegar as válvulas de serviço do sistema de ar-condicionado é simples, tanto a linha de baixa pressão (5) quanto a linha de alta pressão (6). “Está fácil para conectar a recicladora de gás. Não vejo nenhuma dificuldade para esse tipo de manutenção com o ar-condicionado na região do cofre do motor”, pontua China.
Referente ao óleo do motor, a vareta para verificação de nível (7) está ao lado do bocal de enchimento do lubrificante (8). O óleo recomendado pela marca alemã é o Maxi Performance 5W-40 API SN com a norma 508 88. A substituição do fluido deve ocorrer a cada 10 mil km ou 12 meses, o que acontecer primeiro. O sistema possui capacidade de 4 litros e o consumo de óleo máximo permitido pelo motor, pode chegar até 500 ml em 1.000 km. Vale ressaltar que, em casos de o motor consumir essa quantidade de lubrificante frequentemente há necessidade de averiguar se o conjunto está com algum problema.
O motor TSI da Volkswagen, que é turboalimentado, tem uma bomba de vácuo, já que trabalha com pressão positiva no coletor de admissão. O componente está localizado ao lado do suporte do motor, e serve para auxiliar o sistema de frenagem (9).
As linhas de ar em que a turbina está conectada existe um sensor de pressão positiva (10). “Com esse sensor, é possível obter a informação se a turbina está gerando a pressão necessária para o motor”.
Fazer o diagnóstico ou remoção para limpeza do corpo de borboletas não é complicado, uma que o componente está localizado na parte da frente, dentro do cofre do motor, (11). O componente está localizado na parte da frente, dentro do cofre do motor, ficando próximo ao watercooler do coletor de admissão.
Ainda sobre as linhas de ar, a caixa do filtro de ar do motor está localizada acima do conjunto motriz (12) e possui recomendação para substituição do filtro a cada 30 mil km ou 24 meses, ou o que ocorrer primeiro. Vale ressaltar que em caso de uso severo do veículo, reduza os períodos pela metade.
Além disso, uma bomba de combustível para o motor TSI tem um valor sugerido de R$ 3 mil na rede autorizada Volkswagen. Por isso, é muito importante que o mecânico recomende ao cliente o abastecimento com combustível de boa qualidade. As sondas lambdas são de fácil acesso. A do pré catalisador, por exemplo, está localizada atrás do motor (13), abaixo da proteção plástica que fica próxima ao para-brisa do veículo.
Quando o assunto é a correia, é possível verificar que a inspeção visual pode ser feita pela parte de cima. “Mas vale lembrar que a substituição deve ser feita apenas pela parte de baixo”, comenta o profissional (14). No manual, é recomendado a troca da correia de acessórios a cada 60 mil km ou 60 meses, o que ocorrer primeiro.
Com a caixa do filtro de ar do motor instalada, é possível apenas visualizar uma das bobinas do motor. O prazo recomendado para troca das velas de ignição é a cada 40 mil km ou 48 meses, ou o que acontecer primeiro.
Outro componente que fica localizado abaixo da caixa do filtro de ar do motor, é a bomba de combustível de alta pressão (15). Porém, diferentemente das bobinas, o acesso à bomba de alta é simples. China comentou qual é um dos maiores causadores de problemas desse componente. “É comum a manutenção desse equipamento, uma vez que a bomba de alta sofre pela má qualidade do combustível. Contudo, ao utilizar um produto de boa qualidade, a vida útil da bomba de alta pressão é ampliado, assim como do conjunto inteiro”.
O reservatório do fluido de freio possui a indicação na tampa do fluido DOT4 (16) e a substituição deve ocorrer a cada 24 meses, sem informação de quilometragem. Compondo o sistema de frenagem, o módulo do ABS está próximo da parede corta-fogo (17), mas não há dificuldades de acesso.
China informou que o motor TSI do Volkswagen Polo possui duas polias variáveis, uma para admissão e outra para exaustão, que são responsáveis pela variação de fase do motor. Para acessar o solenoide de controle é necessário a retirada de uma conexão referente a tubulação da linha de alta pressão do veículo (18). O profissional pontua sobre a importância da utilização do óleo de motor correto. “É primordial utilizar o óleo correto, não só neste motor, mas em todos os outros motores. O lubrificante é fundamental para a vida útil do motor”.
Na parte eletrônica do veículo, os componentes como bateria 12V (19) e caixa de fusíveis (20) estão acessíveis. Todavia, o que chamou a atenção do mecânico foi o módulo de injeção do motor, que está com uma capa protetora com rebite. “Talvez, essa proteção seja para proteger o módulo da Volkswagen de possíveis furtos”, comenta China (21).
UNDERCAR
Com o veículo no elevador, o profissional analisou a parte inferior do VW Polo. “É fácil a troca do filtro de óleo. Esse modelo do Polo já vem sem o protetor de cárter. Portanto, é muito fácil para ter o acesso ao componente”, informa China (22). Já o bujão de escoamento de óleo do cárter é voltado para a parte de trás do veículo (23).
O acesso ao coxim inferior, que também é conhecido como restritor de torque, sustenta a caixa de transmissão manual de 5 marchas, o que é de fácil acesso (24). Assim como é simples chegar ao motor de partida do veículo (25), no qual a sua visualização é possível ser feita pela parte de cima. Porém, vale lembrar que pela parte debaixo o componente pode ser melhor analisado.
Olhando para o início do sistema de escapamento, o mecânico consegue ver o turbocompressor do motor TSI (26) e, também, a sonda lambda pós catalisador (27) que está próxima à malha da tubulação do sistema de escape.
Ao analisar o sistema de suspensão, um detalhe que chamou atenção do profissional foi a oxidação com o semieixo (28), uma característica que acontece nos carros com o eixo de transmissão.
“A bieleta de polímero presente no Volkswagen Polo (29) ajuda a reduzir um pouco o peso dos carros”, informa China.
Acima do agregado da suspensão dianteira, está a caixa de direção (30). “É uma caixa mecânica que possui assistência elétrica”, comenta o mecânico.
Logo à frente do eixo traseiro do veículo, está posicionado o tanque de combustível. “Por ser um veículo que tem injeção direta, ele possui duas bombas de combustível. Dentro do tanque está a bomba de baixa pressão e no motor está a bomba de alta pressão”, explica China. Já o posicionamento do filtro de combustível é ao lado direito do tanque (31) e possui recomendação para substituição a cada 10 mil km ou 12 meses, ou o que ocorrer primeiro.
Com relação à suspensão traseira do Polo, o modelo utiliza o conjunto de eixo de torção com molas helicoidais (32). “O mecânico terá facilidade no caso da troca de molas, a substituição dos amortecedores, tanto na fixação inferior quanto superior. Não há necessidade de intervenção com a parte externa do veículo”, explica o profissional.
O sensor do ABS nas rodas traseiras traz facilidade ao mecânico caso seja necessário a substituição do componente (33). China comentou sobre a localização do sensor. “Por ser um local que recebe bastante impacto, é mais fácil o sensor desenvolver algum tipo de defeito, porém, a sua manutenção é fácil”.
Ao final da análise, China aprovou a manutenção geral com o hatch da Volkswagen. “É um carro muito bonito. Na parte de manutenção não é difícil, porém, para o mecânico há necessidade de um pouco mais de atenção, cuidado, mas nada complicado”.
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