Saiba quais são as boas práticas do procedimento de desconexão da bateria de 12 V e que riscos o mecânico corre se não os observar
artigo por Fernando Landulfo
Além da troca compulsória, que ocorre no final da vida útil da bateria, existem outras ocasiões em que o desligamento do sistema elétrico do veículo se faz necessário. Por exemplo, as reparações de chicote e de carroçaria. E não tem jeito: tem que desligar, pois o risco de se fazer determinadas intervenções com o sistema ligado e energizado é muito alto. E todo mundo sabe como esses veículos multiplexados são sensíveis. Basta um deslize… E lá vem uma baita dor de cabeça e prejuízo.
Mas, num passado não muito distante, as coisas não eram assim. Não, esse nem seria assunto para a elaboração de um artigo técnico. Afinal de contas, naquela época, o único dispositivo pré-programado do veículo era o autorrádio, cuja desenergização implicava no seu travamento. Mas bastava ter em mãos o código de segurança do fabricante que a crise estava solucionada.
Mas com o aprimoramento da eletrônica embarcada e a introdução das redes de comunicação, a situação ficou um pouco mais “complicada”. E as razões são bem simples, tendo em vista que a bateria continua tendo uma vida útil e precisa ser trocada quando a mesma se torna imprestável.
Muitas unidades de comando são sensíveis à passagem de corrente, que podem ocorrer na carroçaria durante a realização de soldas. O que implica no desligamento do sistema elétrico como um todo. Além disso, determinadas intervenções em chicotes e sistema eletrônicos não podem ser feitas em “linha viva”.
Só que muitos dispositivos internos do veículo são pré-ajustados. O seu desligamento implica em reprogramação compulsória com o auxílio de um scanner (por vezes, apenas o da concessionária faz esse trabalho). Alternadores modernos também são sensíveis quanto a picos de corrente e, de forma alguma, podem operar sem a bateria conectada.
Ainda, algumas redes de comunicação são sensíveis a desligamento repentino.
Ou seja, o desligamento vai ter que ser feito. Mas não de qualquer jeito.
Vamos iniciar pela simples troca da bateria. Em primeiro lugar, selecione uma bateria 100% compatível com o veículo. Cuidado com a tensão, amperagem e corrente de partida. Além das dimensões físicas da mesma.
Na hora de substituí-la, o seu desligamento repentino pode não só apagar as programações “voláteis” como danificar algumas redes de comunicação, caso não se aguarde o período de dormência.
Para “resolver” esse problema, alguns “profissionais” adotam a prática de remover a bateria com o motor ligado, mantendo todo o sistema energizado. O que isso pode provocar no alternador e no resto do sistema? Melhor nem comentar. Vamos apenas nos ater no seguinte: se isso pudesse ser feito, sem qualquer risco, estaria nos manuais de reparação e do proprietário dos veículos de todas as montadoras e sistemistas.
O mesmo se diz com relação a carregar a bateria com a mesma conectada ao veículo.
Mas, cuidado! Isso é diferente do procedimento de partida de emergência, previsto por todas as montadoras e constante de todos os manuais de proprietário. Logo, se precisar fazer, verifique antes se aquele modelo de veículo não tem alguma instrução especial.
Outros, ligam uma bateria de menor capacidade (mesma tensão e menor amperagem) ao sistema do veículo antes da desconexão da bateria principal para manter o sistema energizado durante a substituição. Com isso, são preservadas as programações.
As montadoras e sistemistas nada dizem a respeito desse procedimento. Logo, não há como condená-lo. No entanto, é preciso deixar bem claro que ele envolve riscos. Uma “bobeada” é o suficiente para causar um curto-circuito na rede de alimentação do veículo, cujas consequências podem ser desastrosas. No que diz respeito às manutenções onde o desligamento do sistema é obrigatório:
a) Consulte previamente os manuais do veículo se não há “tempo de dormência” da rede (um tempo que se deve aguardar com a chave desligada) antes do desligamento da bateria.
b) Desligue e religue o sistema exatamente como recomendado pelo fabricante do veículo. Nada de inventar ou generalizar procedimentos.
c) Consulte previamente o manual do veículo para verificar a necessidade de reprogramação de acessórios. Caso haja necessidade de códigos e senhas especiais, solicite ao cliente. Caso haja necessidade de scanner não disponível na oficina; providencie. Caso haja necessidade de conduzir o veículo à concessionária: orce o procedimento e informe o cliente.
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