Certamente os vários recursos de direção semiautônoma hoje oferecidos em grande parte dos automóveis modernos têm seu papel reconhecido para evitar acidentes ou mesmo diminuir a gravidade dos ferimentos e até a letalidade. No entanto, pelo menos uma instituição pede cautela ao analisar a eficácia dos sistemas em uso.
O Instituto das Seguradoras para Segurança nas Estradas (IIHS, na sigla em inglês) é uma organização não governamental ligada às companhias de seguro nos EUA que faz seus próprios testes de colisão e estuda as soluções mais modernas de segurança ativa e passiva. O país tem 265 milhões de veículos de quatro ou mais rodas em circulação, cinco vezes superior à frota brasileira.
David Harkey, presidente do IIHS, em encontro virtual no Congresso americano no começo deste mês informou que o aviso de colisão frontal e a frenagem automática de emergência (AEB, em inglês) reduzem os impactos em 27% e 50%, respectivamente. Acidentes com pedestres foram evitados em 27% dos casos.
Os sistemas analisados de várias marcas eram do Nível 2 de automação parcial atualmente no mercado. “A pesquisa do IIHS apontou que em alguns casos podem aumentar o perigo nas estradas pois levam os motoristas à complacência ao volante. Os recursos atuais controlam a velocidade e até o volante, porém são incapazes de lidar com todas as situações de risco. Assim o motorista deve permanecer focado e pronto para assumir o comando o tempo todo. Em estudos observacionais, descobrimos que estes usuários tendem a dirigir mais rápido, desviam o olhar da estrada com mais frequência e por períodos mais longos, além de se envolverem em comportamentos de maior distração”, disse Harkey.
Por esse motivo, que aqui já comentei, alguns fabricantes estudam passar direto do atual Nível 2 para o Nível 4 de automação avançada com a ajuda de IA (Inteligência Artificial), descartando o Nível 3 de autonomia condicional. No Nível 4 nenhuma intervenção do motorista é mais necessária. Falta o consenso de quando isso se tornará possível e, principalmente, a que preço.
GWM apresenta três híbridos e nova estratégia de vendas
A GWM (Great Wall Motor e não Motors) escolheu para estrear no Brasil três SUVs importados da China. Os modelos H6 Premium são todos híbridos e em abril já estarão rodando por aqui.
Os preços começam em R$ 209.000 para um híbrido convencional (HEV), com pacote completo desde sistemas avançados de assistência ao motorista (ADAS, sigla em inglês), controle remoto de algumas funções pelo celular e atualização dos aplicativos a bordo pela nuvem (OTA, sigla em inglês). Com um motor elétrico e outro a combustão (1,5 turbo gasolina) entrega potência e torque combinados de 243 cv e 54 kgf.m. Acelera de 0 a 100 km/h em 7,9 s. O Corolla Cross híbrido muito menos equipado e desempenho bem modesto de 0 a 100 km/h em 13 s, além de dimensões inferiores, custa apenas R$ 1.000 a menos na versão XRX. A Toyota tem a seu favor apenas a tradição e uma rede de concessionárias ampla.
Por R$ 269.000, o H6 Premium Plug-in oferece uma solução diferenciada e mais um carregador portátil. Com dois motores elétricos, tração 4×4, 393 cv, espantosos 77,7 kgf.m e uma inédita bateria de 34 kWh em um híbrido que permite alcance de até 170 km (ciclo Inmetro). Pode acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 4,9 s. Como não se trata de um modelo 100% elétrico, há dúvidas se o Immetro também vai exigir um corte de 30% no alcance declarado.
A marca ainda adicionou o SUV cupê H6 GT com o mesmo trem de força e desempenho praticamente igual. Por R$ 30.000 a mais inclui câmera de reconhecimento facial e sistema de som JBL.
Apresenta também comercialização diferenciada com a nomeação de agentes, sem concessionárias tradicionais, em esquema semelhante ao da Tesla. O carro será faturado diretamente ao comprador final que pode optar por receber em casa. O estoque ficará por conta da fábrica. Assistência técnica centralizada também no esquema de leva-e-traz. E nada de lojas suntuosas.
O H6, mesmo na versão de entrada, tem desempenho muito bom numa primeira avaliação nos arredores da fábrica de Iracemápolis (SP). Foi feito ótimo trabalho de acerto dinâmico, o espaço interno é um grande ponto de destaque, os equipamentos de série surpreendem (não há opcionais). Estilo é atraente, mas falta um toque de personalidade.
Ofensiva da CAOA como importadora Hyundai
Dois produtos inéditos serão importados da Coreia do Sul ainda este ano. O modelo mais atraente é o crossover compacto Kona que terá versões híbrida e elétrica, além de dimensões próximas às do Creta. A primeira oferece um motor a combustão de 1,6 L e um elétrico que juntos entregam 141 cv e 27 kgf.m. O câmbio é automatizado de duas embreagens e seis marchas. Também há o Kona 100% elétrico com motor de 136 cv e categórico torque de 40,3 kgf.m. Principal diferença externa é a dispensa da grade dianteira. Alcance médio padrão Inmetro: 252 km. A CAOA ainda não definiu os preços, porém ambos devem chegar ao mercado em julho.
Já o Ioniq híbrido, hoje oferecido apenas em regime de locação, terá sua comercialização aberta agora em março. A mecânica híbrida é a mesma do Kona, mas se trata de um sedã liftback de porte semelhante ao Corolla com um porta-malas de 443 litros (470 litros no modelo japonês).
O grupo brasileiro também anunciou para 2024 a chegada do SUV grande Palisade com seus 4.980 mm de comprimento, 2.900 mm de entre-eixos e motor V-6 a gasolina de 3,8 L/295 cv/36,1 kgf.m. É esperado ainda o Ioniq 5, um hatch 100% elétrico com motor traseiro. Para 2025, ainda sem confirmação, poderão ser importados o Palisade híbrido e a quarta geração do Tucson. Este mesmo modelo produzido na terceira geração em Anápolis (GO) receberá retoques e faróis de LED.
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