Ética profissional é tão importante quanto o conhecimento técnico, seja nos negócios, com o cliente ou nas redes sociais
O dicionário online Aulete (2023), define ética como sendo o: “Conjunto de regras e princípios de decência que orientam a conduta dos indivíduos de um grupo social ou sociedade. Em outras palavras: algo que está diretamente ligado a honestidade e a lisura. A ética profissional é (ou deveria ser) indissociável do mecânico enquanto cidadão.
Não há sombra de dúvidas de que a grande maioria dos “Guerreiros das Oficinas” age de forma ética. Seja como técnico, seja como empresário. Afinal de contas, estamos falando de: pais, mães, filhos, avós, tios e irmãos, dotados de responsabilidade, consciência e que foram educados seguindo aos mais altos padrões de moral. Ou seja, pessoas para as quais o desvio do caminho da honestidade e da lisura seria motivo das mais alta vergonha. E isso se estende as suas empresas (oficinas).
Código de ética profissional do mecânico
Apesar da profissão de mecânico automotivo ainda não ter o seu próprio código de ética, muitas empresas acabam por criar e adotar um. Isso ocorre quando esta empresa define um conjunto de princípios que norteiam os seus valores.
Um documento sagrado que proprietários, administradores e demais colaboradores, assim como, parceiros tem como base para o seu comportamento, práticas e decisões que devem tomar. E muito se engana quem pensa que se trata de um documento longo e complicado. Muito pelo contrário. Os mais simples e concisos são aqueles que ficam gravados na memória de todos os envolvidos:
“O código de ética de uma empresa deve garantir a transparência e o respeito nas relações com o cliente, os funcionários, fornecedores e instituições do setor”, explicou Sérgio Ricardo Fabiano (2015). Como já citado em outras matérias publicadas na revista O Mecânico, estabelecer um código com linhas de conduta é um caminho para a oficina mecânica trabalhar melhor.
Mas não basta formalizar as intenções em um documento. As ações práticas são imprescindíveis. Por exemplo:
- Seguir as leis que regem a profissão;
- Ser transparente com o cliente;
- Aplicar peças de boa qualidade;
- Realizar aquilo que é cobrado;
- Prestar as devidas garantias;
- Pagar os seus fornecedores em dia e não fazer “leilão” de preços;
- Não retirar direitos nem arrochar salários dos funcionários.
E isso é o que ocorre na maioria dos casos. No entanto, ainda existe um grupo de poucos profissionais, se é que podem ser chamados assim, que não pensa dessa forma. Os que se autointitulam: “espertos”. Sim, já falamos deles em outras ocasiões.
Adeptos do dinheiro fácil e de qualquer tipo de vantagem (devida ou não), não pensam duas vezes antes de lesar seus clientes, fornecedores, colaboradores e, por que não, colegas de profissão. E como são muitos dissimulados (hábeis na conversa mole e na choradeira), ainda não entraram em extinção.
“Ah, mas se são tão poucos, não provocam estragos suficientes no mercado. Basta ignorá-los. A Lei de Darwin que atua no mercado, vai acabar eliminando-os naturalmente…” Só que não é bem assim. Isso talvez funcionasse num passado distante, onde a principal propaganda era o “boca a boca”. O advento da internet deu voz alta a essas pessoas.
E como página de website aceita qualquer coisa, basta pagar um bom web-designer que a fumaça está lançada nos olhos dos consumidores. Outros abrem um canal em uma plataforma gratuita de vídeos e começar a falar aquilo que não sabem. Resultado: divulgam um monte de “bobagens técnicas” (sem a menor fundamentação), a fim de atrair vítimas as suas “teias”.
Outros criticam procedimentos praticados ou recomendações feitas por colegas de profissão (suportados por fabricante ou experimentos sérios), com argumentos rasos (quando os tem), ou fazem menções satíricas e, por vezes, desrespeitosas a: pessoas, empresas, marcas e produtos, por meio de comentários em fóruns especializados. Tudo isso para tentar “faturar” com as visualizações. São os “lacradores de embalagens vazias”.
É claro que alguns obtém resultados positivos momentâneo. Mas logo são “derrubados” pela exposição dos fatos. Só que isso gera demanda de tempo e energia por aqueles que “lutam” pelas boas práticas.
A internet é um lugar de respeito. E nela o mecânico deve se portar devidamente, pois a sua imagem está em julgamento contínuo:
- Não fale mal de colegas ou de suas práticas, pois ninguém é senhor absoluto dos conhecimentos;
- Não critique marcas e modelos de veículos, pois você pode precisar dele dentro da sua oficina;
- Não critique fornecedores sem fundamento, pois você pode ficar desabastecido;
- Não critique clientes, pois eles podem te dar as costas.
- Cuidado com as piadas: não desrespeite ninguém.
Talvez não seja possível mudar o modo de agir de algumas dessas pessoas pelo convencimento. Mas como diz aquele ditado popular diz: ou se aprende pelo amor, ou pela dor.
Artigo por Fernando Landulfo publicado originalmente na Revista O Mecânico (ed.347, março/2023)
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