Ações em prol do futuro do planeta estão por toda a parte. Elas existem e são palpáveis, estão diante dos olhos de quem quer e não quer ver. Mas quanto essas ações impactam positivamente a natureza, o mercado?
texto Rodrigo Samy
Não dá mais para remediar, a Terra está esquentando, e o maior vilão dessa história é a combustão. A malvada queima do combustível fóssil que serviu para ajudar a evolução da humanidade agora está sendo culpada por tudo. Exagero, sim ou não? Uma das saídas para reduzir as emissões de poluentes e recuperar um pouco do tempo perdido está no ingresso da mobilidade elétrica, algo que já vem se tentando aplicar pela quarta vez. De acordo com o professor de engenharia da FMU Fernando Landulfo, as tentativas de colocar o carro a energia para rodar de verdade começaram desde que o carro virou automóvel, em 1840. Por outro lado, a BYD defende, pelas mãos do químico Wang Chuanfu, que, para combater as mudanças climáticas do planeta, é preciso transformar a energia solar em movimento. Usando esse pensamento, a fabricante alcançou sólida experiência na construção de baterias recarregáveis e se tornou defensora do desenvolvimento sustentável, expandindo suas soluções dentro e fora do país e propondo ser uma das principais influenciadoras da redução de 1ºC da temperatura do planeta.
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Ao contrário da proposta de mudança climática a longo prazo dos elétricos, a ZF e outras fabricantes de componentes estão investindo imediatamente na remanufatura em série de componentes usados, fazendo com que isso se torne uma parte essencial para as tornar empresas neutras para o clima. O processo de reutilização aliada à produção reduz o consumo de energia, o uso de matérias-primas e de recursos e, portanto, reduz a pegada de CO₂, em comparação com a fabricação de novos produtos.
“É possível economizar até 90% das matérias primas utilizadas para fabricar uma peça nova. E o usuário pode confiar na qualidade e no desempenho do componente”, explica Tomasz Galazka, Diretor de Estratégia de Remanufatura e Desenvolvimento de Negócios da ZF, empresa que tem a meta de se tornar neutra para o clima até 2040. Dentro do portfólio de peças remanufaturadas estão mais de 5,5 mil unidades. Dentro da lista estão pinças de freio, sistemas de direção, transmissões automáticas, entre outros.
Já a Knorr Bremse atua de maneira semelhante no processo de transformação industrial. Trabalha na família de compressores, freios a disco, secadores de ar, servos e cilindros combinados. De acordo com a empresa, o produto remanufaturado original reduz em até 95% o consumo de energia no processo fabril, além de minimizar a geração de resíduos sólidos. A fabricante reforça que o processo também reduz o custo final para o consumidor e sem deixar de lado a mesma qualidade de uma peça nova, o que não ocorre no caso da peça recondicionada, que não tem sua origem atestada.
“O produto remanufaturado está totalmente interligado ao Programa Global de Sustentabilidade e alinhado ao ESG (governança ambiental, social e corporativa) da companhia. Além do melhor custo-benefício para todos, em um cenário de escassez de recursos e necessidade de desenvolvimento sustentável, a maneira no setor automotivo torna-se cada vez mais fundamental”, destaca Jefferson Germano, gerente de Aftermarket para Brasil e América Latina da Knorr Bremse.
No processo de remanufatura, que só pode ser feito pelo fabricante original que possui a certificação IATF 16949 (padrão de qualidade para o setor automotivo exigido por muitas montadoras em todo o mundo), a peça com desgaste (casco) é coletada, limpa, inspecionada, e todas as partes defeituosas são substituídas por novas originais. A peça remanufaturada é testada nos mesmos processos de uma peça nova, e após passar por um processo de pintura, acabamento e embalagem, volta ao mercado com performance, qualidade e garantia de procedência original. A economia ao consumidor chega a ser de 40%. De acordo com a fabricante, os produtos remanufaturados Knorr Bremse estão disponíveis em toda a rede de distribuição com cobertura nacional, porém, como o casco é a matéria-prima para a remanufatura é imprescindível que o comprador entregue a peça antiga como base de troca no ponto de coleta.
LIMPANDO A ATMOSFERA COM A PRÓPRIA FORÇA DO AR
A Mann+Hummel, empresa de filtragens, desenvolve soluções inteligentes que permitem mobilidade, ar e água mais limpos. Uma das inovações da empresa alemã foram as torres de filtragem do ar, em forma de cubo, com 0,94 metro, também chamadas de Public Air Solutions. O sistema consiste em atrair o ar poluído, material particulado (PM10) e 80% do dióxido de nitrogênio (NO2), e levá-lo para um filtro combinado, que compreende uma camada de partículas altamente eficaz de carvão ativado que absorve o dióxido de nitrogênio. Outra solução de filtragem desenvolvida pela companhia é o PureAir, uma espécie de “rooftop”, que pode ser aplicado no teto de veículos comerciais e acaba funcionando como elemento filtrante. A ideia é que, ao se locomover, o próprio veículo acabe limpando o ar por onde ele passa, algo semelhante a uma compensação feita por aquilo que o próprio motor está emitindo. O PureAir remove mais de 90% das partículas PM10 do ambiente e tem um baixo consumo, pois seu ventilador acaba funcionando com o fluxo do ar.
Outra solução criada pela empresa é uma espécie de guarda pó acoplado ao lado da pinça de freio, que se encarrega de não deixar as partículas de poeira do freio escaparem para o ambiente. O meio filtrante é um material resistente à temperatura e à corrosão. Ele filtra com eficiência os diferentes tamanhos de partículas. O filtro pode ser aplicado em automóveis, veículos comerciais, aplicações ferroviárias e na indústria, com todos os tipos de trens de força, incluindo veículos elétricos, híbridos, gasolina e diesel.
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