Apesar de eles estarem na moda, os modelos eletrificados surgiram há muito tempo. Chagaram a disputar espaço com os a combustão
Uma das saídas para reduzir as emissões de poluentes e recuperar um pouco do tempo perdido está no ingresso da mobilidade elétrica, algo que já vem sido tentado aplicar pela quarta vez. De acordo com o professor de engenharia da FMU, Fernando Landulfo, as tentativas de colocar o carro a energia para rodar de verdade começaram desde que o carro virou automóvel, em 1840. Ele explica que: “muito se engana quem pensa que os veículos elétricos são uma novidade. No final do século XIX e início do século XX, os carros elétricos competiam de igual para igual com os de tração por combustão.
Analistas da época afirmavam todos os tipos iriam coexistir. E não era por menos. A tração elétrica gozava de uma enorme simpatia do público e da comunidade científica. A respeitada revista Scientific American, de 1899, defendia fervorosamente os veículos elétricos, alegando que a eletricidade eliminava dispositivos complicados, associados aos motores de combustão, evitando assim ruídos, vibrações e os calores. Inventores renomados, como Thomas Edison, promoviam esses veículos ou tomavam parte no seu desenvolvimento. Além disso, muitos usuários preferiam utilizar os carros elétricos, devido a não necessidade de se utilizar a incômoda e perigosa manivela de partida do motor, nem manipular um complicado sistema de troca de marchas. Em 1900, cerca de vinte e oito por cento dos carros produzidos nos Estados Unidos eram elétricos. E mais! No salão do automóvel de Nova Iorque, daquele mesmo ano, a quantidade de carros de tração elétrica exposta superava a dos equipados com motores de combustão interna ou a vapor”.
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O professor acrescenta que, no entanto, no final dos anos 1920, o carro elétrico era um produto comercialmente morto. Em 1905, os veículos a gasolina começaram a tomar a dianteira, no quesito popularidade. E as razões eram bem simples: eram mais baratos, apresentavam maior autonomia e um custo operacional bem mais baixo. Isso, sem falar na descoberta de grandes campos de petróleo, que fez os custos operacionais cariem ainda mais. Entre 1906 e 1910 tornou-se evidente que, para a época, o carro elétrico tinha um desempenho inferior. Além disso, naquela época, não havia qualquer preocupação com a poluição do ar, ou o déficit da balança comercial gerado pelas importações de petróleo. Logo, não havia razão em se gastar tempo e dinheiro com o desenvolvimento de uma tecnologia que, naquele momento, se mostrava desinteressante. Para piorar ainda mais a situação, o surgimento do motor de arranque elétrico em 1912 tornou os motores de combustão interna ainda mais atraentes.
“O carro elétrico ficou meio que ‘engavetado’ até meados dos anos 1960, quando a poluição produzida pelos veículos automotores, em áreas urbanas, tornou-se uma preocupação para os governantes. Os projetos, que surgiram no final dessa década visavam aumentar a autonomia e a velocidade máxima. Grandes fabricantes, como a Ford, GM e Renault, chegaram a produzir alguns protótipos. No entanto, como as velocidades de cruzeiro e autonomias, deixavam muito a desejar, os projetos acabaram fracassando”, esclarece o professor.
Aí a crise do petróleo dos anos 1970 trouxe novas esperanças para os carros elétricos. Mas as motivações para o desenvolvimento do programa, agora, eram políticas e econômicas. As questões ambientais apenas consideravam o uso de carros elétricos para a melhoria da qualidade do ar. Apesar das iniciativas governamentais, os consumidores continuavam não vendo razões para comprar carros elétricos que, na ocasião, eram caros, lentos e de baixa autonomia. “Do final dos anos 1990 até os dias atuais, tendo a consciência ambiental como um dos tratores, tem-se a introdução dos veículos híbridos e o desenvolvimento tecnológico dos carros elétricos, que os tem tornado bem mais atrativos.”.
“No entanto, muito ainda há que se discutir a respeito do tema. Sobretudo no que se refere a produção da energia necessária ao abastecimento dos veículos totalmente elétricos e do processo de reciclagem das baterias exauridas ou danificadas em acidentes.”.
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