sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Diagnóstico de sinais elétricos: o que o mecânico precisa saber sobre o Motor T200 da Stellantis

Conjunto motriz 1.0 turbo de três cilindros, tem 12 válvulas, potência de até 130 cv e torque máximo de até 20,4 kgfm e equipa modelos Fiat, Peugeot e Citroën

texto Felipe Salomão    fotos Revista O Mecânico

Lançado em 2021, o Fiat Pulse trouxe ao mercado brasileiro o novo motor T200 da Stellantis, integrante da família Global Small Engine (GSE). Esta unidade de potência apresenta uma configuração de três cilindros e 12 válvulas, capaz de gerar uma potência de até 130 cv e um torque máximo de 20,4 kgfm. Embora esse conjunto motriz seja uma novidade técnica no Brasil, sua adoção nas oficinas ainda é limitada, visto que ainda há muitos veículos na garantia de fábrica. No entanto, a Revista O Mecânico disponibiliza nesta reportagem um diagnóstico completo dos sinais elétricos de diversos sistemas desse trem de força.

Vale ressaltar que o motor T200 também é utilizado em outros modelos como o Fiat Fastback e a Strada, além dos Peugeot 208 e 2008, e os Citroën C3, C3 Aircross e o novo Basalt, lançado recentemente. Portanto, o que será informado nas próximas páginas também pode ser válido para os outros carros da Stellantis. Lembrando que a diferença entre cada modelo está na calibração do motor com o câmbio automático do tipo CVT e também no acerto de suspensão e direção, mas essencialmente é a mesma motorização ajustada para diversos perfis diferentes de veículos.

Características do T200

O motor T200 fez sua estreia no Pulse em 2021. O motor Turbo 200 Flex é um três cilindros compacto que tem potência de 130 cv com etanol e 125 cv com gasolina. Com um torque máximo de 20,4 kgfm disponível a 1.750 rpm traz desempenho ágil e com boas relações de consumo no SUV compacto. Esse desempenho é possibilitado pelo turbocompressor com wastegate eletrônica, injeção direta de combustível e o sistema MultiAir III, que otimiza o controle das válvulas de admissão. Com este motor o Pulse chega a 189km/h quando abastecido com gasolina e 197km/h com etanol.

O sistema eletro-hidráulico de controle das válvulas de admissão permite uma operação flexível, reduzindo o consumo de combustível em cargas baixas e médias. Já a nova geração MultiAir III melhora esse controle, permitindo a abertura das válvulas durante a fase de escapamento para a recirculação interna de gases, o que diminui a emissão de óxidos de nitrogênio e o consumo em cargas parciais. Ademais, o perfil de levantamento das válvulas gerencia a taxa de compressão e controla a detonação, resultando em menor consumo em condições de alta carga.

Os motores turbo da família GSE contam com um turbocompressor de baixa inércia, que possibilitam uma resposta mais rápida. Para isso, contam com coletor de escapamento integrado, que reduz o turbo lag e melhora a eficiência do conjunto motriz e do sistema de emissões. Os motores 1.0 e 1.3 GSE (T270 presente nos Jeep Compass, Renegade e Commander e, também, Fiat Toro) utilizam injeção direta de combustível, o que permite manter a temperatura da mistura na câmara de combustão baixa, aumentando a eficiência da queima. A disposição vertical dos injetores e o design otimizado dos dutos de admissão favorecem a mistura e reduzem as emissões de gases nocivos ao meio ambiente.

Ademais, esses conjuntos foram projetados para aquecer rapidamente, diminuindo emissões e consumo de combustível, especialmente em trajetos urbanos. Por isso, a engenharia da Stellantis fez o uso de alumínio no bloco do motor para reduzir o peso e melhorar a condução de calor. O trocador de calor óleo-água e o termostato eletricamente acionado colaboram para otimizar o aquecimento e a eficiência do motor. Por sua vez, a árvore de comando de válvulas é acionada por corrente de comando, eliminando a necessidade de manutenção ao longo da vida útil do motor, aumentando a confiabilidade do conjunto. Neste caso, é o contrário do que acontece nos motores 1.0 da GM, que tem corrente de sincronismo banhada à óleo, o que requer mais atenção com o lubrificante do motor para que a vida útil do conjunto motriz seja preservada.

Desta forma, o Fiat Pulse consegue fazer de zero a 100 km/h em apenas 9,4 segundos, superando alguns concorrentes. Em relação ao consumo de combustível é de 12 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada com gasolina. Com etanol é possível fazer 8,5 km/l no trecho urbano e 10,2 km/l no trecho rodoviário. A transmissão CVT, que está acoplada ao motor simulando sete posições, oferece três modos de funcionamento: Automático, Manual e Sport, que alteram o desempenho e a resposta do veículo de acordo com o que o motorista deseja.

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