sábado, 19 de outubro de 2024

O etanol é o causador de problemas em veículos com injeção direta?

Um tema bem comentado pelos mecânicos e rodas de conversas do setor automotivo é em torno da utilização de etanol nos veículos com injeção direta. Já se ouviu muito pela internet que o etanol é um causador de problemas nos sistemas de injeção direta de combustível, mas, afinal, realmente o problema é o etanol?

André Vaz dos Santos é Coordenador de engenharia de desenvolvimento de produto e comenta que, a válvula solenoide precisa ser mais robusta nos injetores de combustível de alta pressão, pois a sua construção é semelhante aos injetores de baixa pressão. Outra diferença entre os injetores esta na esfera que sofre um tratamento para ter maior dureza e resistir ao etanol no Brasil.

O coordenador informa que tem um veículo sob estudos de durabilidade com o etanol com mais de 240.000 km acumulados, a fim de melhorar qualquer componente que seja necessário para garantir o que o motor funcione corretamente e sem desgastar ou avariar alguma peça ou sistema do veículo, como bomba de alta pressão, bicos injetores e afins.

Consultor técnico da Revista O Mecânico e professor de engenharia na faculdade FMU, Fernando Landulfo, abordou o tema com um questionamento ao público: será que ele é o único problema?

Nessa temática, Landulfo explica que o funcionamento a pulverização no momento da injeção de combustível e a mistura estratificada, proporcionam alto rendimento, economia de combustível e baixas emissões de poluentes. Porém, alguns fatores estão sendo estudados para entender sobre o questionamento no que diz respeito a durabilidade desses motores.

Um dos problemas relatados pelos mecânicos é a corrosão, provocada pelo uso tanto de etanol, quanto o aditivo de gasolina. O etanol como aditivo na gasolina aumenta a suavidade, mas o mesmo aumenta o poder corrosivo da gasolina. Além de que também são relatados casos de depósitos que causam a redução da vazão nos injetores de formação de leque, assim como a perda de estanquiedade dos injetores e a formação de depósitos também nas válvulas de admissão.

Os estudos realizados por Fernando, ainda não tem respostas referentes as causas e nem uma solução definitiva para a formação de depósitos a baixas temperaturas ou uma pirólise à altas temperaturas, formando vernizes ou carvão.

Landulfo informa que um estudo desses requer mais um pouco de tempo, pois não existe algo assim aqui no Brasil e também não há em outros países. O que se sabe hoje é que, a utilização do etanol devido ao seu menor poder calorífico diminui a temperatura nas pontas dos injetores.

Gerson Borini é Engenheiro Mecânico e atualmente é editor de testes no site autoentusiastas, explicou sobre as mudanças que ocorreram na época do programa Proálcool, os carburadores tiveram que sofrer muitos ajustes, muito desenvolvimento de material com os carburadores porque o álcool ele é um elemento altamente corrosivo, então se os carburadores e todas as peças que estão em contato com álcool não tiverem um desenvolvimento de material adequado, irá apresentar problemas.

Após algumas explicações sobre o funcionamento e benefícios de um veículo abastecido com etanol, Gerson conclui que o uso seguro e eficiente deste combustível  em motores de injeção direta, não deve apresentar nenhum tipo de problema, nem no motor nem para o sistema de injeção.

O uso seguro e eficiente é o combustível de boa qualidade, confiança que a gente deve ter nos testes que são realizados pelas montadoras e pelos fornecedores, e o editor acredita que, no Brasil o etanol terá um futuro promissor.

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