sábado, 19 de outubro de 2024

Sistema híbrido 48V: você sabe como atender esse veículo em sua oficina?

O 7º Congresso Brasileiro do Mecânico iniciou com duas palestras simultâneas, divididos entre auditório B com o tema “Fluido de arrefecimento: tipos, aplicações, mitos e verdades” e no auditório A “Híbridos: sistema 48 V é o primeiro a chegar em sua oficina, saiba como atender esse veículo”.

Os veículos com sistema híbrido leve ou MHEV (Mild Hybrid Eletric Vehicle), proporcionam maior praticidade as montadoras que desejam ter em seu portfólio um sistema eletrificado e atender as normas de emissões cada vez mais pesadas, mas que exige maior atenção nos momentos de diagnóstico e manutenção por parte dos mecânicos.

Iniciando a palestra, Fábio Delatore, Professor com mais de 20 anos de experiência na docência e coordenação de cursos de graduação, 10 anos de experiência em competições e membro do Comitê Técnico FIA para Fórmula 1 e Fórmula E, no GP do Brasil, destaca os itens e a construção dos diferentes sistemas que formam um veículo híbrido com sistema 48V.

Em termos práticos, o sistema é composto por dois motores, um à combustão e outro elétrico. Por causa do nível de tensão que o sistema MHEV opera, ele não é classificado como sistema de alta tensão, o que trás mais “tranquilidade” no momento da manutenção em comparação com um veículo totalmente elétrico, mas alguns componentes tem a sua diferença, como a bateria que pode ser, em alguns casos, única de 48V do tipo AC/DC.

O alternador BRM é maior em comparação com um alternador convencional, pois há detalhes de construção e componentes elétricos que o diferenciam visualmente, e claro, de maneira que o sistema atua no veículo.

Fábio alerta para a segurança necessária no momento da manutenção, o carro não pode estar em funcionamento, a utilização de scanner nesse tipo de veículo é mandatória e, caso necessite efetuar uma intervenção no veículo, é necessário luvas de no mínimo classe 0. Sempre utilize uma luva de borracha com adição de uma proteção de couro.

O professor informa que os carros de Fórmula 1 são classificados como MHEV, e não andam totalmente no regime elétrico, assim como um veículo leve de rua. Fábio da o exemplo de que os carros da maior categoria do automobilismo necessitam recarregar essa bateria, principalmente depois de uma volta de classificação.

Leonardo Pereira, Instrutor Técnico da Bosch, abordou as topologias do sistema híbrido 48V, em que as máquinas elétricas, ou motores elétricos como é conhecido popularmente, podem ser posicionados em diferentes posições, o que se traduz em diferentes modos de funcionamento.

O instrutor deu exemplos de diferentes aplicações com o motor elétrico, um posicionado para mover o motor a combustão a partir de uma correia e realiza a frenagem regenerativa, e o outro acoplado ao conjunto de transmissão, localizada entre o motor a combustão e a caixa de transmissão, no disco de embreagem.

Para o público presente, Leonardo trouxe uma apresentação demonstrando um caso de falha real com uma bateria de 48V, que em sua saída apresentava 0V, ao invés de 48V nominal e na saída de tolerância. Neste caso, a entrada que é a parte de conversão para 12V também apresentava uma tensão baixa. Foi realizado o procedimento de recarga da bateria de 12V e mesmo assim, a bateria de 48V se apresentava em estado aberto.

O profissional deu ênfase aos mecânicos que, antes de trabalhar no sistema da bateria de 48V, é necessário que o sistema 12V esteja íntegro. Exemplificando o diagnóstico com base em um código de falha, medindo uma bateria de 48V em estado aberto, foi encontrado uma tensão muito inferior, fazendo com que o próprio sistema entre em proteção, é aberto uma chave contatora na saída da bateria de 48V, inibindo o funcionamento de start e regeneração do veículo MHEV.

Com isso, Leonardo informa da importância da bateria de 12V para o fechamento do contator na saída da bateria de 48V e relembra sobre os casos em que a bateria entra em proteção para que não haja funcionamento do sistema por causa da carga da bateria de 48V estar muito baixa.

Maurício Marcelino é mecânico sócio proprietário da Auto Mecânica Louricar LM, e instrutor técnico de veículos leves em mecânica, eletrônica e veículos eletrificados, traz a visão do profissional e acadêmica, além de informar que já pensa em preparar sua oficina para começar a atender esse tipo de veículo híbrido leve.

Um dos principais detalhes que esse sistema ajuda a diminuir a emissão de poluentes para o meio ambiente é no momento de partida do veículo. Após ligar o veículo, o maior esforço do motor é para retirar o veículo da inércia, e é nessa hora que entra o motor elétrico e faz com que a força necessária para o veículo se movimentar seja exercida por ele, diminuindo a emissão de CO2 e economizando combustível por parte do motor à combustão.

De acordo com Maurício, os benefícios de ter um veículo híbrido 48V MHEV, vem da isenção e impostos dependendo do estado do Brasil, a economia de combustível e, principalmente, o sistema tem uma redução de cerca de 9% de CO2 emitido na atmosfera.

O sistema gira em torno da bateria de 12V do veículo, que é a bateria do sistema de baixa, por isso, o mecânico tem que prestar muita atenção na bateria de 12V. O sistema 48V só é estabelecido quando o sistema de 12V está em funcionamento.

Para desligar a bateria de 12V há necessidade de alguns cuidados para que a rede de comunicação possa ser desativada totalmente e não ocorra nenhum problema com os sistemas elétricos do veículo. Um dos principais fatores, é o tempo de dormência para que o sistema esteja totalmente desativado que gira em torno de 20 a 30 minutos.

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