sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Ferramentaria da Volkswagen completa 65 anos de história

Ao longo de sua história, já exportou ferramentas e dispositivos para produção a países, além da Alemanha, como China, Irã, Argentina, México e Hungria 

 

A Volkswagen do Brasil celebra os 65 anos de fundação da Ferramentaria, localizada na fábrica da Anchieta em São Bernardo do Campo/SP. A unidade inaugurada em 2 de setembro de 1957 já forneceu ferramentas e dispositivos para produção a países como Alemanha – incluindo o ID.4 e ID.3, China, Irã, Argentina, México e Hungria. 

A Ferramentaria da Volkswagen do Brasil vem estendendo seu portfólio e utiliza tecnologia, como uso de robôs com câmera. A área exportou ferramentas de peças estampadas de painéis internos de laterais, caixas de roda e reforços de portas para a fabricação dos elétricos ID.4 e ID. 3 na fábrica de Zwickau, na Alemanha). Recentemente, houve grande participação na construção de ferramentas para laterais externos, tetos, tampa dianteira e tampas traseiras do SUV VW Taos, produzidos tanto na Argentina como no México.

A área tem a otimização das formas tradicionais de itens do ferramental que acarretam na diminuição do peso do material e, consequentemente, menos custos envolvidos e ganho de competitividade, com processos mais eficazes e ágeis.

As simulações digitais dos processos de fabricação de ferramentas e dispositivos de solda permitem redução do tempo no processo de ‘try-out’, que é a etapa anterior a produção de peças e carrocerias dos automóveis. Isso tudo levando em consideração muitas horas de treinamentos as pessoas com tecnologia de ponta. O perfil da equipe que trabalha na área hoje compreende 11% de mulheres — dentre elas engenheiras, ferramenteiras e operadoras de máquina CNC (Controle Numérico Computadorizado) e, embora esteja celebrando 65 anos de existência, a média de idade é de 37 anos. “A área acompanha a evolução tecnológica das plantas da Volkswagen, sendo uma solução para todas elas. A Ferramentaria tem um papel muito forte na qualidade e produtividade de nossos produtos”, afirma o vice-presidente de Operações da Volkswagen do Brasil e Região América do Sul, Miguel Sanches.

A área também está em contato com universidades (ITA, FGV, Centro de Inovação do Instituto Senai, Universidade Federal do ABC) para melhorar os processos de construção de ferramentas e dispositivos ainda mais competitivos em razão do Rota 2030. 

 

Pró-Ferramentaria

São da Volkswagen os primeiros projetos aprovados pelo programa Pró-Ferramentaria, do Governo do Estado de São Paulo. A iniciativa apoia a indústria paulista ao permitir que montadoras e fornecedores usem créditos de ICMS para comprar ferramentais de empresas do Estado, gerando desenvolvimento. Pioneira no Pró-Ferramentaria, a VW apresentou três projetos que resgatam R 41,1 milhões em créditos de ICMS. Outros ferramentais serão objeto de novos pedidos de liberação do imposto. Os projetos da VW servem de referência para outras empresas.

 

65 anos de história no Brasil

No dia 2 de setembro de 1957, a Volkswagen do Brasil iniciou a montagem da primeira Kombi com 50% de peças nacionais, na fábrica de São Bernardo do Campo/SP. Nesse período, o trabalho da Ferramentaria estava restrito à realização de pequenos ajustes.

Foi com a chegada da primeira prensa, em agosto de 1958, que o setor iniciou a preparação do ferramental necessário à estampagem.

O transporte da prensa de 94 toneladas entre o Porto de Santos e a fábrica da Anchieta exigiu uma complexa operação, com a interrupção do tráfego de trens entre Santos e Santo André. Os trilhos duplos da linha férrea foram retirados para que o equipamento passasse pelos túneis existentes ao longo da Serra do Mar. Na estação de Santo André, as partes do maquinário foram divididas em grandes carretas para o transporte até o destino final, em São Bernardo do Campo.

Com a implantação da linha do Fusca e o avanço no processo de nacionalização da produção, a área recebeu equipamentos e ampliou gradativamente sua atuação.

As atividades desenvolvidas pela Ferramentaria nas três primeiras décadas prescindiam da apurada habilidade manual dos profissionais da área. O projeto da Engenharia, apresentado em desenhos de grandes dimensões, era repassado artesanalmente sobre chapelonas e enviado para a modelação. Por exemplo, no caso da lateral do carro, a partir de coordenadas, era criada uma estrutura em madeira e a partir dela, retirado o modelo em resina plástica. Havia também uma operação quando a peça não estava 100% no perfil (em função da própria variação do metal) que era a calibragem.

Outra ação era “flangear” (fazer a dobra) na área que foi cortada, depois furada e enviada para produção. Todos os defeitos de superfície eram retirados e após alguns testes a peça era estampada, pintada de preto para que na luz fosse possível ver alguma variação. 

Os primeiros robôs para solda a ponto chegaram em 1980, para a produção do Gol.

A partir da década de 1990, grandes avanços tecnológicos foram introduzidos, como o CNC (Controle Numérico Computadorizado), um sistema que interpreta um conjunto de instruções pré-gravadas, codificadas em alguns formatos simbólicos, permitindo a máquina executar as instruções e ainda verificar os resultados para que a precisão fosse mantida.

Outro importante equipamento implantado foi o Konzernframer, para o lançamento do Novo Gol, em 2008. O equipamento fazia até quatro carrocerias diferentes, em qualquer sequência, proporcionando mais agilidade e flexibilidade na introdução de novos modelos.

Até o lançamento da Brasília, em 1973 os veículos eram divididos em duas peças, a plataforma e a carroceria, que eram parafusadas apenas na Montagem Final.

No lançamento do Golf, em 1999, a Volkswagen registra um marco tecnológico na forma de produzir veículos e implanta a solda a laser, servindo de modelo para o lançamento do Polo, em 2002. A solda a laser deu início ao novo estilo de produto, com eliminação das calhas no teto e do “borrachão”, aumentando a rigidez e a qualidade da carroceria.

Em 2013, a Volkswagen inaugurou uma linha de Armação exclusiva para o modelo Saveiro, com 152 robôs, mais rápidos e com menor consumo de energia, encontrados apenas em fábricas da Volkswagen na Europa. As máquinas com pinças de solda com mecanismos de servo acionamento controlavam a distância entre um ponto e outro.

Em 2016, a Armação da Nova Saveiro passou a contar com novo equipamento responsável pela junção (grafagem) das peças da tampa dianteira do veículo. Nesse mesmo período, a estamparia adquiriu equipamentos de medição e uma nova esteira para inspeção de peças de superfície.

No ano que a Ferramentaria completou 60 anos, em 2017, a área inaugurou dois centros de usinagem e instalou um terceiro equipamento, no início de 2018. Para isso, a Volkswagen do Brasil investiu cerca de R 30 milhões nas três máquinas, responsáveis pela usinagem de ferramentas de estampagem para peças de grande porte.

Os novos recursos tecnológicos proporcionam mais precisão e agilidade no desenvolvimento e fabricação de ferramentas destinadas à produção de peças, como laterais, portas e dispositivos para a armação de carrocerias, por exemplo.

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