Conheça como fazer a substituição correta do componente da suspensão do sedã esportivo
O sistema de suspensão é composto por diversos componentes, entre deles está o amortecedor, que é responsável por suavizar movimentos bruscos e garantir que as rodas estejam em contato constante com o solo. Portanto, manter a manutenção desta peça é imprescindível para qualquer automóvel, ainda mais se o veículo tiver uma quilometragem avançada, como é o caso do Mitsubishi Lancer GT, ano 2012.
por Felipe Salomão fotos Fernando Lalli
Com 120 mil quilômetros rodados, o sedã esportivo apresentava problemas de dirigibilidade por desgaste dos amortecedores. A suspensão traseira já havia passado por manutenção em outra oportunidade, mas os amortecedores dianteiros ainda eram os originais. Por isso, o carro continuou a apresentar sintomas de uma suspensão “cansada” em seu comportamento de rodagem.
O desgaste por alta quilometragem foi constatado pelo supervisor de treinamento da Nakata, Eduardo Guimarães, no momento em que removeu os amortecedores do veículo e percebeu que a resistência da haste ao movimento era mínima. “A peça já estava comprometida, impedindo o correto funcionamento da suspensão”, afirma.
Para comprovar com 100% de certeza que um amortecedor está comprometido, Fernando Landulfo, professor de engenharia mecânica da FMU e consultor técnico das revistas O Mecânico e Carro, explica que, “o correto é fazer uma medição da sua eficiência em equipamento especializado e seguir as normas ABNT específicas. Mas como isso na prática não é possível, deve-se utilizar outros recursos, por exemplo a quilometragem rodada”.
Segundo a Nakata, os amortecedores de um veículo leve devem ser trocados a cada 40 mil km para manter a eficácia do componente. “Fabricantes desse tipo de peça explicam que, aos 40 mil km, na média, o amortecedor já atingiu o número de oscilações (acionamentos) previstos em projeto para o fim da sua vida útil. No entanto, esse período pode ser estendido ou diminuído de acordo com a utilização do veículo, se ele recebe muita carga, tipo de piso onde roda etc.”, explica Landulfo.
Por isso, o mecânico deve recomendar a seu cliente que leve o carro à oficina a cada 10 mil km para uma inspeção visual de todas as peças do sistema de suspensão. Procure por folgas nas rodas, vazamentos prematuros, rompimentos de coifas e batentes e desgaste irregular dos pneus. Além disso, oriente o seu cliente a ficar atento a ruídos ou impactos acentuados ao passar por buracos, lombadas ou valetas. O condutor também deve ter atenção redobrada a qualquer sinal de balanço excessivo em curvas, arrancadas e frenagens, vazamento de óleo no amortecedor e desgaste irregular dos pneus.
Nesta reportagem, acompanhe o procedimento completo de troca dos amortecedores dianteiros do modelo japonês. Vale destacar que, ao final do processo, deve ser realizado o alinhamento das rodas do veículo.
AMORTECEDORES DIANTEIROS
1) Utilize uma chave de roda ou soquete de 21 mm para afrouxar as porcas da roda. O carro deve estar posicionado no chão. Depois, com o veículo erguido no elevador, retire a roda.
2) Com uma chave combinada de 14 mm, afrouxe as três porcas de fixação do coxim superior. Mas não o remova.
3) Em seguida, com um alicate, solte a trava metálica de fixação do flexível de freio do suporte do amortecedor.
4) Com uma chave combinada de 12 mm, solte o suporte do flexível do freio e do cabo do ABS. Este suporte tem função de fixar o flexível e alinhar o cabo do ABS.
Obs: Tome cuidado com o cabo do ABS, pois é frágil é pode se romper facilmente.
5) Com uma chave combinada de 14 mm e uma Torx t30, solte a bieleta.
6) Trave o parafuso com uma chave combinada 19 mm. Utilize uma chave catraca de 19 mm para soltar as porcas superior e inferior quefixam a manga de eixo no amortecedor.
7) Com uma chave combinada de 14 mm, retire as porcas de fixação superior da torre de suspensão. Ao mesmo tempo, segure a torre do amortecedor para que ele não caia no chão.
8) Remova a torre de suspensão.
NA BANCADA
9) Com o amortecedor na bancada, utilize um compressor de molas para conter a tensão da mola helicoidal.
10) Utilize uma chave combinada de 8 mm e trave a haste. Na sequencia, com uma chave combinada de 17 mm, remova a porca da haste e retire o coxim, o aparador de náilon e o prato do amortecedor, que neste carro tem um isolador acústico.
11) Retire a mola, o batente e a coifa (11a). Neste veículo, o batente e a coifa formam uma peça só, mas já demonstrava o cansaço da suspensão: em ambos os lados, a peça combinada estava rompida (11b).
12) Coloque o novo amortecedor no suporte na bancada e realize o procedimento de escorvamento (ou sangria). Este processo é necessário, pois o amortecedor é bitubular, com tubo externo e interno. Neste caso, o tubo interno tem que estar totalmente carregado de óleo e sem nenhum efeito de espumação. Por isso, é necessário abrir e fechar pelo menos 5 vezes.
Obs: Nunca coloque o amortecedor na posição horizontal. Mantenha sempre na posição vertical até a instalação no veículo.
13) Instale a coifa e o batente. Com o compressor de mola, comprima a mola helicoidal para montá-la no amortecedor. Coloque a mola helicoidal com a parte de borracha no prato inferior do amortecedor. Observe o ponto de encosto da mola.
Obs: Assim como os amortecedores as molas são elementos de segurança. Elas que suportam as forças estáticas e dinâmicas do veículo. O amortecedor apenas controla a velocidade de oscilação. Em um veículo dessa idade não é incomum as molas estarem com fadiga. Por isso, examine as molas de acordo com os parâmetros e especificações do fabricante. Se não estiverem adequadas, aproveite o momento da mão de obra e as substitua.
14) Coloque o prato superior na mola com o furo localizador alinhado com o furo localizador do prato inferior.
15) O prato superior possui um revestimento de borracha como guia que deve ser encaixado no terminal do elo da mola.
16) Encaixe o coxim novo no prato e com uma chave combinada de 17 mm. Aperte a porca e trave a haste com uma chave combinada de 8 mm para realizar o aperto.
Obs: Não utilize parafusadeira pneumática, pois a rotação na haste do pistão do amortecedor pode danificar a peça. Além disso, os novos pistões dos amortecedores têm um revestimento que não pode sofrer rotação dentro do tubo de pressão.
17) Antes de soltar o compressor de molas, verifique se o alinhamento do amortecedor está correto.
19) Solte o compressor da mola e dê início à instalação do amortecedor no carro.
20) A instalação do amortecedor segue o procedimento inverso ao da desmontagem, com os torques de aperto recomendados pelo fabricante no manual de reparação do veículo.
Obs: O torque de aperto final sempre deve ser dado apenas com o carro apoiado no solo. Tome cuidado de instalar as porcas de fixação inferior no mesmo sentido em que estavam originalmente instaladas.
SISTEMA TRASEIRO
Antes de realizar a troca dianteira, o Mitsubishi Lancer GT, ano 2012, já havia passado por processo de troca dos amortecedores traseiros, pois apresentava barulho excessivo ao rodar. Além disso, foi constado que a bucha central da barra estabilizadora estava deteriorada e, também, foi realizada a substituição, resolvendo o problema de folga e eliminando o ruído do veículo.
Mais informações
Nakata: 0800-707-8022
Suspensão: Troca dos amortecedores dianteiros do Mitsubishi Lancer GT Publicado primeiro em http://omecanico.com.br/feed/
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