Substituir do fluido e elemento filtrante do SUV é simples, mas requer atenção
Você sabia que o mesmo carro pode adotar duas opções distintas de câmbio automático? É o caso da quarta geração do Toyota RAV4, vendida no Brasil entre 2013 e o início de 2019. De acordo com a versão, o SUV trazia opção de câmbio epicíclico convencional ou câmbio continuamente variável (CVT). Cada um deles possui especificações diferentes para o lubrificante, o que requer atenção para efetuar a manutenção correta na hora da troca de óleo e filtro da caixa automática.
por Gustavo de Sá fotos Iasmyn Nascimento
O do carro da reportagem (com 90 mil quilômetros no hodômetro) traz o conjunto adotado na versão topo de linha, formado pelo motor 2.5 a gasolina (código 2AR-FE) de 179 cv de potência e 23,8 kgfm de torque. O câmbio é automático epicíclico de seis marchas e a tração, integral. Já as versões mais simples vinham com o 2.0 a gasolina (3ZR-FE) de 145 cv e 19,1 kgfm acoplado a um câmbio automático do tipo CVT com simulação de sete marchas e opções de tração dianteira ou integral.
No automático de seis marchas do RAV4, a capacidade do cárter do câmbio é de 6,5 litros, enquanto a caixa CVT do mesmo carro possui capacidade para 8,9 litros. Além da quantidade, a especificação do fluido também é diferente entre elas: ATF para a caixa epicíclica e TC/FE para a CVT. O manual do proprietário do veículo recomenda a inspeção do fluido do câmbio a cada 20 mil quilômetros ou 2 anos. Já a substituição do fluido é recomendada a cada 80 mil quilômetros ou 4 anos para situações de uso severo, ainda de acordo com recomendação da fabricante.
Outro cuidado é na hora da medição do nível do lubrificante do câmbio. “O fluido de transmissão automática não é como óleo de motor. Ele cresce até 30% quando atinge a temperatura normal de funcionamento, acima de 64 °C. Por isso a medição deve ser feita com o câmbio aquecido, alavanca na posição P e carro nivelado ao solo”, alerta Enrique Caballero, supervisor técnico da Wega Motors. Acompanhe a seguir o procedimento completo de troca de óleo e filtro da caixa automática do RAV4 2.5 2014, realizado pela mecânica Mara Carneiro, da Senhora Oficina, em Mogi das Cruzes/SP.
TROCA DE ÓLEO E FILTRO DO CÂMBIO
1) Remova as conexões das mangueiras ligadas ao trocador de calor.
2) Com uma chave 7 mm, conecte os adaptadores que ligam o trocador de calor à máquina de extração.
3) Com o veículo no solo, efetue a conexão das mangueiras da máquina de extração de lubrificante ao adaptador. Mesmo que o mecânico eventualmente erre o lado da instalação, a máquina reconhece automaticamente o fluxo e evita a entrada de fluido pela saída (e vice-versa).
4) O lubrificante indicado pelo fabricante é o Dexron VI ATF sintético, específico para câmbio automático. Abasteça a máquina com o novo fluido que será adicionado ao câmbio. Neste RAV4 2.5, a capacidade é de 6,5 litros. Porém, é necessário adicionar quantidade adicional na máquina para que a troca seja completa e não restem resíduos do lubrificante antigo dentro do câmbio. No carro da reportagem, a máquina foi abastecida com 8 litros.
5) Com a máquina abastecida, é hora de iniciar o processo de troca do fluido. Para isso, é necessário ligar o motor do veículo e apertar simultaneamente a tecla “enter” na máquina para iniciar a troca.
6) Dentro do carro, é importante que um ajudante alterne entre as posições do câmbio (P, R, N e D) para que o fluido entre nos circuitos hidráulicos do corpo de válvulas. O processo todo dura cerca de 6 minutos.
7) Ao final do abastecimento, a máquina emite um comprovante com a quantidade abastecida. Em seguida, desconecte as conexões entre a máquina e o carro e suba novamente o veículo com o elevador.
8) Com o fluido substituído, é hora de trocar o filtro da caixa automática. Para isso, utilize uma chave 6 mm para sacar o bujão de esgotar óleo do cárter do câmbio.
9) Como o fluido é novo, ele será adicionado novamente após a troca do filtro. Por isso é essencial coletar o óleo e armazená-lo em um balde limpo, seco, transparente e com graduação em litros. A troca do óleo é feita antes da substituição do filtro pois o novo lubrificante poderia ser contaminado com o fluido antigo.
10) Este veículo não possui vareta de medição do nível do lubrificante do câmbio. Há dois bujões no cárter: o primeiro (metálico) deve ser retirado para verificar o nível. Enquanto o óleo estiver escorrendo, está acima do nível. A partir do momento em que o líquido começar a gotejar, o nível está correto. Como neste caso o objetivo é esgotar todo o óleo, então é necessário remover o segundo bujão (plástico verde). Importante: a medição do nível deve ser feita com o carro nivelado ao solo plano, câmbio aquecido (acima de 64 °C ) e alavanca em posição P.
11) O fluido de transmissão automática é diferente do óleo de motor. “Ele cresce em até 30% quando atinge a temperatura normal de funcionamento. Por isso a medição deve ser feita de acordo com este parâmetro”, explica o técnico. Em carros que possuem vareta de medição, entretanto, há duas marcações de nível na própria vareta: cold (frio) e hot (quente).
12) Com a chave L-10, remova os parafusos do cárter em ordem alternada para evitar empenamento.
13) Ao baixar o cárter, cuide para que o óleo restante seja despejado no balde graduado.
14) Lave o cárter com água e sabão neutros. Atente-se para o descarte correto de resíduos. Na oficina desta reportagem, foi utilizada uma máquina especial, com líquido aquecido entre 25 e 35°C de alto poder de limpeza.
15) A análise do cárter mostra a importância de se trocar preventivamente o lubrificante e o filtro do câmbio automático. Na base, a região dos ímãs acumulava limalhas que mostram o desgaste normal do componente, já que não havia outros sinais de degradação e nem reclamações do proprietário por problemas de funcionamento.
16) Para remover o filtro, solte os dois parafusos de fixação com uma chave L-10. O procedimento de montagem segue o inverso da desmontagem, observadas as observações dos passos seguintes:
17) Antes de instalar o novo filtro, lubrifique o anel de vedação O’ring.
18) O torque de aperto dos parafusos do filtro é de 7 Nm.
19) Troque a junta do cárter por uma nova de mesma especificação e tamanho.
20) Nos parafusos do cárter, aplique o torque recomendado pelo fabricante.
21) Terminado o aperto, utilize a máquina automática para readicionar o fluido novo removido anteriormente (armazenado no balde). Por fim, cheque o nível de acordo com o parâmetro recomendado no passo nº 10.
Colaboração técnica:
Senhora Oficina
Mais informações
Wega – 0800 742 1000
Câmbio: Troca de óleo e filtro do câmbio automático do Toyota RAV4 2014 Publicado primeiro em http://omecanico.com.br/feed/
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