segunda-feira, 24 de junho de 2024

O Mecânico visita a nova unidade de motores da Ford na Argentina

Fábrica foi reinaugurada e vai produzir as versões 2,0 litros Panther e 3,0 litros V6 Lion usados em todas as versões da Ranger

texto Marcos Camargo Jr.    fotos Ford & Marcos Camargo Jr.

 

Faz quase um ano que a nova geração da Ranger foi lançada e a Ford tem motivos para comemorar. O market share da picape saltou de 12 para 19%  e a produção já acelerou 54% entre 2023 e 2024. A Ford investiu US$ 660 milhões na unidade de General Pacheco para produzir a nova Ranger. Há novos sistemas de pintura, captação de energia e uso de recursos renováveis, novas prensas de alta velocidade entre outros recursos seguindo processos de manufatura 4.0.

E como parte final desse investimento a Ford concluiu dentro da unidade de General Pacheco, na Argentina, a linha de montagem dos motores 2,0 litros turbodiesel quatro cilindros e 3,0 litros V6 Lion, usados na Ranger.

A Revista O Mecânico foi a primeira publicação especializada do país a conhecer essas novas instalações em 25 mil m2 dentro da fábrica que fica na região metropolitana de Buenos Aires.

 

Nova área para motores

Dentro do complexo de General Pacheco que tem 250 mil metros quadrados de área construída a fábrica sempre teve uma área de montagem de motores. A versão anterior que era o 3,2 litros cinco cilindros saiu de linha junto com a antiga geração da Ranger. Até o momento os motores da nova geração eram importados da Inglaterra, mas isso mudou como última fase do ciclo de investimentos da Ford.

A nova unidade tem capacidade para produzir até 82.000 motores por ano, tem 129 estações de trabalho e funciona em dois turnos em um espaço de 5.000 metros quadrados e 185 colaboradores diretos. Além da força de trabalho humana há 10 robôs na unidade e sensores capazes de detectar variações de 0,04% de margem de erro no processo de montagem.

Dentro da linha de produção que recebe componentes de vários países (o Brasil fornece o bloco, a turbina entre outros itens) há um sistema de controle automático por estação com sistema inteligente de aperto de parafusos com possibilidade de intervenção direta na linha em caso de falha via conectividade dos processos.

“Há um sistema de controle de contaminação no edifício, pressão positiva no prédio, climatização, sistema LED ajustável às condições de luz conforme a época do ano entre outros recursos”, diz Kleber Fernandes, diretor de Qualidade e Novos Produtos da Ford.

O engenheiro explica que a linha de motores é versátil e produz por hora o motor 3,0 litros Lion V6 “Começamos com esse motor até chegar a plena capacidade e depois iremos para o Panther no segundo semestre mas as linhas irão trabalhar em fases montando os dois motores”, explica.

O próprio presidente da Ford na América do Sul, Martin Galdeano, explicou à revista O Mecânico que a fábrica funciona agora 100% conectada. “Gerenciamos aqui uma grande quantidade de informações dentro do processo de manufatura 4.0 para termos uma planta hiper conectada e essa comunicação permite estar a par de todo o processo para assegurar a qualidade do produto final”.

 

Passo a passo

Acompanhamos o passo a passo da linha de produção dos motores que começa com a montagem do bloco, pistões e virabrequim. Os blocos vem de uma fábrica de injeção do Brasil e chegam em caixas que alimentam um sistema para que a produção seja precisa dentro da demanda necessária.

A montagem conta com 129 estações neste passo a passo e parte do processo é feita por robôs que são 10 e atuam com mais de 2.000 sensores e câmeras. Todo o torque de cada peça é controlado por sistema.

Após a montagem dos itens da parte inferior o motor já recebe a primeira lubrificação antes de dar sequência no processo e em caso de mínima variação de torque, processo errado ou qualquer imprecisão o sistema para. No entanto, a engenharia já sabe onde está o problema e pode fazer a correção recolocando o motor na linha de produção.

Depois das partes móveis montadas entra a parte superior com periféricos de motor como a turbina, sensores e outras peças fundamentais. Após a finalização o motor passa por um teste em câmaras que revisam toda a montagem e, por fim, é testado com combustível dentro de uma câmara isolada.

Depois o motor recebe o volante e segue para o setor de produção da picape em outro ponto da fábrica em um robô autônomo.

“Essa nova unidade permite ter qualidade e flexibilidade para elevar ou reduzir a oferta ou a mescla de motores nesta unidade. Estamos completando um ciclo de investimento com essa fábrica de motores que usa componentes do Brasil e de outros países no processo produtivo tanto que a percepção de qualidade aumentou 20% segundo o NPS (Net Promoter Score)”, disse Martín Galdeano, presidente da Ford América do Sul.

Cidade da Ranger

A Ford Ranger é produzida na fábrica argentina desde 1996. Atualmente a unidade tem 3.500 funcionários, 318 robôs, 1.000 câmeras e sensores e capacidade para produzir até 110.000 unidades da picape por ano. A fábrica de General Pacheco está instalada em um terreno de 250 mil m2 de área construída em 100 hectares e tem capacidade para produzir até 110 mil unidades da Ford Ranger por ano.

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