Sedã vem equipado com dois propulsores elétricos que juntos entregam 530cv, tem suspensão independente duplo A e sistema de arrefecimento parecido com o Dolphin Mini
texto Felipe Salomão fotos Revista O Mecânico
Lançado no final de 2023, o BYD Seal chegou ao mercado brasileiro chamando atenção, ou melhor no linguajar popular, “causando”, uma vez que traz desenho arrojado, motorização elétrica que passa os 500 cv, muita tecnologia embarcada e com um preço de R$ 296.800. Com isso, clientes de BMW, Mercedes-Benz, Audi e até Porsche, começaram a se interessar pelo sedã chinês refletindo nas vendas. Inclusive a potência do BYD Seal equivale a do Audi E-Tron GT RS que custa quase o dobro do preço.
Apenas no acumulado deste ano, o Seal já teve 1.910 unidades vendidas, ficando atrás apenas do Nissan Sentra e do Toyota Corolla. Todavia, é preciso saber se o luxuoso modelo da BYD é de fácil manutenção. Para isso, a Revista O Mecânico chamou José Martinho, que é professor do Senai, para avaliar o BYD Seal em um Raio X completo.
“Olha, é sempre uma grande satisfação passar pelo Raio X da Revista O Mecânico, descobrindo coisas novas, o que é um mundo perfeito para um professor”, disse com entusiasmo Martinho, que também falou sobre a postura da BYD no mercado brasileiro. “Esse carro é outro nicho de mercado, o que mostra a agressividade da marca chinesa com a eletrificação para atender desde o público de entrada até os luxuosos, mostra uma postura agressiva, que traz produtos interessantes para gente”, analisou.
Em relação ao BYD Seal, Martinho salientou sobre os cuidados para dirigir um carro elétrico com muita potência. “Para um amador dirigir esse veículo não é uma brincadeira de criança, pois se a pessoa acelera com vontade pode causar acidentes, uma vez que tem muita potência e torque instantâneo e linear dos motores elétricos. Claro, que os clientes que vão comprar o Seal já estão acostumados com essa potência. Embora, em uma condução “normal” ele se comporta como um veículo manso”, explicou.
Um sedã “envergonhado”
Por fora, o BYD Seal tem um desenho esportivo e elegante com luzes diurnas no formato de “C” e convencionais no angulares, que até lembram o Porsche Taycan, e amplas lanternas traseiras, gerando elegância ao sedã. Contudo, ao abrir o capô (1) não é possível ver nada, posto que há uma capa plástica cobrindo todos os componentes elétricos e um porta-objetos de 32 litros (2), além de alguns pontos de acesso como a tampa azul do reservatório (3) do limpador de para-brisa e a tampa do fluído de freio, que indica um lubrificante DOT 4 (4).
Apesar de ser um sedã “envergonhado” ao abrir o capô, o BYD Seal conta com etiquetas que mostram alguns detalhes importantes como a etiqueta da fluído de arrefecimento de ar-condicionado, que além de trazer conforto térmico para cabine também tem o controle térmico da cadeia elétrica de todo o veículo, pois tem a capacidade de 1,6 kg e um óleo para sistema de ar-condicionado POE (5) totalmente sintético, que requer atenção do mecânico. “É importante que o mecânico tenha atenção com esse novo óleo, pois além dele ser totalmente sintético, é um óleo que traz um isolamento elétrico alto para não deteriorar prematuramente o compressor de ar-condicionado, não trazendo falha de funcionamento para o ar-condicionado”, disse Martinho.
Essa tecnologia também é utilizada no BYD Dolphin Mini, que já foi avaliado pela Revista O Mecânico. No entanto, há algumas diferenças, como explica Martinho. “O Dolphin Mini tem aproximadamente 400 gramas. Portanto, no Seal é quatro vezes mais, pois há uma necessidade maior para fazer o controle térmico de toda a cadeia de tração, que tem uma bateria de 82,56 kWh, isso sem falar nas máquinas elétricas, que tem mais potência, que precisam ter um controle térmico maior”, informou Martinho.
Além disso, Martinho salienta que a gestão térmica será o item que merecerá atenção do mecânico com a manutenção no futuro. “Isso é essencial. Eu diria que é o item que mais vai dar manutenção. Pois quando o veículo sofrer uma colisão simples que furar um condensador, que diferente dos carros a combustão, que é possível reparar quando o cliente pudesse, aqui no veículo elétrico não é possível, uma vez que é a gestão térmica da cadeia de tração usa o sistema de ar-condicionado”, lembrou.
Undercar mostra um pouco mais
Se no cofre do motor não é possível ver nada, por baixo já dá para notar algumas diferenças, como uma grande placa para melhorar a passagem do vento pelo sedã, que também tem a função de proteger o inversor, a máquina elétrica, entre outros componentes (6). “Veículo de alto desempenho precisa ter o fechamento na parte inferior para acompanhar o formato da silhueta do carro para questões aerodinâmicas”, afirmou Martinho. A bateria LFP, que ocupa todo o assoalho, também traz uma proteção especial.
Já a suspensão é independente com duplo ar com braços individuais com amortecedor convencional (7). Já a pinça de freio (8) conta com quatro pistões, bem como tem um tamanho avantajado. Todavia, por ser um veículo baixo é preciso ter atenção com os pontos de içamento do carro, uma vez que um pequeno descuido pode causar problemas com a bateria (9).
A suspensão traseira é multilink (10), assim como tem freios a disco com freio de estacionamento elétrico (11). Também há uma árvore de transmissão e outro motor elétrico localizado na traseira (12).
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