Confira alguns detalhes de funcionamento, componentes envolvidos, causas mais comuns de danos e a manutenção do sistema
texto Vitor Lima fotos ARQUIVO SCHAEFFELER
Sistemas de sincronismos são popularmente conhecidos pelo acionamento das válvulas de admissão e de exaustão, em sincronia com o eixo do virabrequim, por meio da correia dentada ou correia de sincronismo.
A grande maioria dos veículos utiliza esse componente, que é feito de borracha e não permite o contato com derivados de petróleo, com exceção das correias que foram desenvolvidas para trabalharem banhadas à óleo, solução que leva um desenvolvimento com materiais diferentes para que o contato com o óleo do motor não seja prejudicial a correia de sincronismo. Porém, além dessas soluções para manter o sincronismo das partes internas do motor, surgiu a corrente de comando ou corrente de sincronismo. Esse componente feito em material metálico não possui prazo de substituição nos manuais de manutenção dos veículos, diferente da correia de sincronismo.
Sua construção é simples, pois, em um sistema de sincronismo por corrente, os geralmente os componentes envolvidos são a própria corrente, as sapatas de tensionamento feitas em material plástico e um tensionador que tem atuação hidráulica (figura 1).
Tipos de correntes
De acordo com cada projeto, podem ser utilizados tamanhos diferentes de correntes. Segundo o Engenheiro Sênior 3 da Schaeffler, Attilio Gioielli Jr., isso tem ligação com as características de diminuição de ruído, aumento da suavidade do componente, que são especificações trabalhadas em conjunto com as montadoras (figura 2).
Por serem construídas em material metálico e mais de uma montadora utiliza essa solução de corrente em alguns de veículos, surge a dúvida sobre a padronização do material. O Engenheiro comentou sobre isso. “A grande parte das montadoras não está preocupada com o material em si do rolamento ou dos componentes, esse material é especificado pelo fabricante. A montadora apresenta as dificuldades e variáveis que eles necessitam, como por exemplo, o número de rotações que a corrente deverá suportar, a quantidade de torque. A partir desses dados, o fabricante faz os estudos e desenvolve uma solução para a montadora”, explica.
Tensores hidráulicos
Como o nome já diz, o tensor hidráulico depende totalmente do fluido lubrificante do motor, nesse ponto, já demonstra uma preocupação em se utilizar o óleo de motor correto e especificado pela montadora. Pois, o tensor precisa manter a tensão correta na corrente para o bom funcionamento do sistema de sincronismo. O componente trabalha com variação da sapata de tensionamento que faz o contato direto com a corrente de sincronismo (figura 3).
Sapatas e trilhos guias
Os trilhos de tensionamento ou sapatas como podem ser chamadas, são componentes que estão em contato direto com a corrente de sincronismo. Os trilhos de tensão e/ou guia podem consistir em apenas um componente ou dois.
A depender do projeto, podem ser desenvolvidos trilhos com sistemas integrados, como por exemplo sapatas que possuem tensionador para acionamento da bomba de óleo.
Geralmente, esse tipo de componente é produzido em material plástico, porém, também podem ser feitos componentes de alumínio ou aço. Por conta do contato direto com a corrente de sincronismo, as sapatas de tensionamento tem um polímero especial para suportar o atrito gerado entre a corrente e as sapatas (figura 4).
Sprocket
Pode-se definir o “sprocket” como a polia dentada do comando de válvulas. Por trabalharem com a corrente de sincronismo, tem menos espessura se comparado com uma polia utilizada nos sistemas de acionamento por correia, e tem como característica o metal sinterizado em seus dentes. A sinterização permite alterar a estrutura microscópica do metal que, envolve a compactação, aquecimento de partículas de um material em pó em tratamentos térmicos dos quais a temperatura é sempre menor que a temperatura de fusão, e resulta em uma peça com maior resistência (figura 5).
Causas de danos na corrente e suas manutenções
As correntes de sincronismo têm uma durabilidade maior do que as correias, mas isso não significa que o componente não necessite de verificação e até manutenções. A má qualidade no sistema com partículas de sujeira, água, combustível, quilometragens elevadas e tensor bloqueado ou sem funcionamento, podem causar o alongamento da corrente. Nesses casos, é necessária a substituição do sistema de acionamento por corrente, além da troca do óleo de motor (figura 6).
Quando ocorre desalinhamento entre o sprocket e a corrente ou o movimento não é executado de maneira correta nos guias, o sprocket começa a gerar atrito nos elos internos da corrente, o que causa desgaste no componente. O desalinhamento pode ser provocado por diferentes fatores como, um acidente de trânsito que ocorreu colisão do veículo, um choque mecânico, problemas na montagem do sistema, é sempre importante verificar a causa e para correção, há necessidade da troca do sistema de acionamento e a substituição do óleo do motor.
Outro problema que os guias podem causar é o desgaste nos elos externos da corrente. Isso se deve aos trilhos estarem inclinados ou até soltos, fazendo com que o contato com a parte externa da corrente ocorra. Para sanar o problema, deve ocorrer o alinhamento do sistema e a substituição dos componentes desgastados (figura 7).
O trilho, ou capa plástica também pode sofrer desgaste quando o tensor não funciona corretamente, ou quando há problemas de corrente alongada, dano citado anteriormente nesta matéria, além das altas quilometragens. Para esse sintoma, deve-se verificar o fornecimento de óleo do sistema e substituir o sistema de corrente.
Vale lembrar que, para garantir o correto funcionamento do sistema, aspectos como montagem/instalação dos componentes, limpeza do sistema e principalmente a substituição do óleo de motor nos períodos determinados, devem ser seguidos. O lubrificante de motor não está em contato direto com a corrente ou com os sprockets, porém, ele está diretamente ligado com a sapata ou trilho de tensionamento, uma falha de acionamento pode causar danos citados acima, bem como problemas em outros sistemas que estão interligados ao sistema de sincronismo do veículo.
The post O que você precisa saber sobre os sistemas de sincronismo por corrente? appeared first on Revista O Mecânico.
O que você precisa saber sobre os sistemas de sincronismo por corrente? Publicado primeiro em http://omecanico.com.br/feed/
Nenhum comentário:
Postar um comentário