sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Passo a passo de diagnóstico da sonda lambda em tempos de gasolina E30

Renato Munhoz da Bosch, explica como o sistema reconhece o combustível e ajusta a mistura ar/combustível 

 

texto Felipe Salomão   fotos Diego Cesilio 

O diagnóstico da sonda lambda ganha relevância com a adoção da gasolina E30. Com maior percentual de etanol adicionado ao combustível derivado do Petróleo há muitas dúvidas sobre o diagnóstico e a reparação de motores e sistema de alimentação. 

Portanto, a Revista O Mecânico foi até o Centro de Treinamento da Bosch em Campinas/SP para entender melhor desse assunto. Para isso, conversamos com Renato Munhoz Borbon, Instrutor Técnico de Treinamento Automotivo da empresa, que explicou como o sistema de injeção identifica variações na mistura ar/combustível e qual é o papel de cada sensor. Segundo Borbon: “o objetivo é entender quem é o responsável por identificar essas alterações de mistura”. 

O instrutor técnico ainda reforçou que os veículos flex utilizam duas sondas com funções distintas: a pré-catalisador, responsável pelo reconhecimento do combustível, e a pós-catalisador, que confirma o funcionamento do catalisador. Como resume: “a sonda pré faz o reconhecimento de combustível, ajuste da mistura ar e combustível. A sonda pós identifica se o catalisador está fazendo seu papel.” 

Testes da Sonda 

Por ser uma matéria de diagnóstico, o passo a passo completo será melhor observado por vídeo, uma vez que há uma melhor visualização dos dados do scanner KTS590, da Bosch. Isto posto, é importante acessar o módulo da injeção e, dentro da parte de valores reais, buscar informações sobre a sonda. 

Neste campo de informação, será possível achar os dados dentro do banco 1, visto que o carro é de três cilindros. Já o sensor 1 é pré-catalisador e o sensor 2 pós-catalisador. Com o veículo desligado, é possível ver os valores de tensão da sonda pré e pós em 0,45 volt, ou seja, 450 milivolts. Esses dados representam a mistura estequiométrica. Portanto, com o motor parado, sem os gases passando pelo escapamento, é esperado esse valor de 0,45 volt. 

Todavia, a partir do momento em que ligar o motor, esse valor irá variar. A sonda pré-catalisador muda com o motor em funcionamento. Por sua vez, na sonda pós, é comum o valor gerado no scanner não ter alteração, já que ela é pós-catalisador. Agora, se os dados da sonda pós, quando o carro estiver ligado, ficarem iguais aos da pré, é provável que haja problemas com o catalisador. 

No scanner, é possível ver a função “curso tempo”, em que vai mostrar um sinal contínuo na sonda pós-catalisador. A sonda pré varia de quase 900 milivolts a 100 milivolts em marcha lenta. Quanto mais ela variar, melhor o sinal. Além disso, a variação deve ser no mínimo de três valores em dez segundos, indicando que a sonda está em perfeito estado. Se ela tiver menos de três variações, pode indicar que a sonda está envelhecida, indicando a troca do componente. 

Ao acelerar o veículo de forma intermitente, é possível ver que há variações no sinal da sonda pós, indicando que está passando uma ampla quantidade de mistura rica. Portanto, quanto mais a sonda pós variar, melhor ela está em termos de condição. Em uma rotação estável do motor, é possível notar que a sonda pré-catalisador faz as correções de mistura e a sonda pós-catalisador fica estável em 550 milivolts, além de o catalisador trabalhar nesse tempo. Ao tirar o pé do acelerador, há um corte de combustível em desaceleração, caindo para 0 milivolt. 

A sonda precisa agir de forma rápida. A sonda não tem a capacidade de identificar combustível ruim, mas esse componente identifica a quantidade de oxigênio presente no gás do escapamento e informa o módulo para tomar decisão, já que o sensor de etanol consegue identificar a quantidade de mistura do combustível, sendo uma peça comum em veículos de injeção direta. 

Sejam motores mais antigos ou mais novos, eles vão se adaptar às mudanças do combustível E30, visto que o sistema flex tem essa capacidade. No entanto, uma sonda envelhecida pode apresentar um tipo de falha, mas uma falha pelo desgaste do componente, que também vai sofrer com combustível adulterado. 

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