Um dia útil a menos em outubro em relação a setembro e as paralisações nas estradas por protestos no último dia 31 resultaram em recuo nas vendas. O total comercializado de automóveis, comerciais leves e pesados alcançou 180,9 mil unidades com crescimento de 11,4% sobre outubro de 2021, porém recuo de 6,7% frente a setembro deste ano. No acumulado dos dez primeiros meses de 2022 a queda é de 3,2% sobre o mesmo período do ano passado.
A Anfavea mantém sua previsão de que 2022 vai superar em 1% as vendas de 2021. Deverão ser emplacadas 2,140 milhões de unidades até dezembro, na realidade praticamente um empate, num ano complicado pela falta de componentes especialmente chips. As exportações, no entanto, vão crescer. Até agora apresentam alta de 32,4%, apesar do período difícil da economia argentina, tradicionalmente o maior comprador dos produtos brasileiros. Contudo, Chile, Colômbia e México compensaram com folga.
Embora ainda existam dificuldades com os fluxos de componentes, que devem continuar pelo menos até o primeiro semestre de 2023, a produção acumulada dos dez primeiros meses de 2022 avançou 7,1% sobre 2021. Nos 12 meses de 2022 a Anfavea prevê evolução de 4% sobre o ano passado.
Outra referência importante é o estoque total nas fábricas e concessionárias. Passaram de 29 dias em setembro para 31 dias em outubro. Isso significa que está próximo aos 35 dias considerados normais e, portanto, vai diminuir a pressão altista sobre o mercado de carros seminovos. Alguns modelos com um ano de uso chegaram a valer mais que um zero-km. Essa distorção já está no fim e tudo voltará à normalidade com a desvalorização média histórica de 15% no primeiro ano após sair da concessionária.
Peugeot e-2008 amplia pegada elétrica da marca
O mercado brasileiro de híbridos e elétricos pode crescer até 10 vezes entre 2022 e 2027, segundo as previsões apresentadas pelo presidente da Stellantis, Antonio Filosa. De 2023 a 2025 as vendas ficarão na faixa de 23.000 a 26.000 unidades que significam três vezes o volume atual. Mas em 2027 já terão atingido cerca de 90.000 unidades, embora não se possa precisar agora qual o percentual será de modelos 100% elétricos.
Neste cenário a Peugeot lança seu primeiro SUV compacto elétrico, e-2008 GT, com potencial de superar em vendas o hatch e-208 GT, além de confirmar mais dois elétricos em 2023 não revelados. O novo SUV tem estilo próprio, muito atraente e dimensões externas maiores que o hatch em parte pelo desenho dos para-choques: 4.300 mm de comprimento, 1.550 m de altura, além de oferecer mais 67 mm na distância entre eixos. Interior, portanto, mais espaçoso e o porta-malas de 434 litros é 64% maior.
Chamam atenção as rodas de 18 pol. com pintura bi tom e desenhadas para melhorar o fluxo aerodinâmico.
No interior do carro, bons materiais de acabamento, bancos revestidos de material que imita couro e mantém o ar futurista que a marca francesa faz questão de preservar nos seus projetos, como o quadro de instrumentos com aspecto 3D. A central multimídia tem tela de 10 pol. e oferece navegação GPS 3D. Conexão Android Auto e Apple Car Play é com fio, mas há carregador de bateria do celular por indução. O teto solar panorâmico também traz ótima sensação ao ambiente da cabine.
Distância livre do solo de 174 mm é próxima (12 mm a menos) à do Renegade. Para evitar raspar o fundo do carro em lombadas e outros obstáculos, o ideal seria ter pelo menos uns 200 mm de vão livre, como o Compass (209 mm).
A bateria de 50 kWh, igual à do e-208 GT, permite alcance médio um pouco maior que o hatch dentro do procedimento WLTP. A fabricante declara 345 km, enquanto no hatch são 320 km. Existe um seletor de câmbio que a Peugeot chama de e-Toggle e ao lado os botões P (parking, estacionar) e B (brake, freio), este aumentando a intensidade de regeneração de energia elétrica e que age como freio ao levantar o pé do acelerador. Isso permite dirigir o carro quase sem pisar no pedal de freio, além de proporcionar uma recarga da bateria bem mais eficiente e, na esteira, estender bastante a duração de pastilhas e discos de freio.
No entanto, o SUV é 90 kg mais pesado que o hatch, mantendo o mesmo motor de 136 cv e 26,1 kgf.m. Neste caso, o desempenho é menor. Acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 s e o e-208 GT, em 8,3 s. Há três modos de condução: Normal, Eco e Sport.
Preço de R$ 259.990 é competitivo entre os elétricos do mercado.
GWM avança em tecnologias de bordo
Primeiro produto da GWM (Great Wall Motor) importado da China chega no início de 2023, mas a marca já adiantou diversos recursos que estarão no seu SUV médio híbrido comum e versão plugável, o Haval H6. O conjunto de itens tecnológicos do H6 estará em uma única e completa versão, além de preço bem competitivo. Câmera de reconhecimento facial para até cinco motoristas permitirá detectar movimentos de distração ou cansaço com aviso sonoro e visual (neste caso acima de 65 km/h). Os chips utilizados para processamento são três vezes mais rápidos.
Com ajuda de 14 radares e cinco câmeras alcança nível 2,5 de direção semiautônoma. Hoje poucos modelos no exterior chegam ao nível três de uma escala até cinco. A empresa destaca dois itens. O sistema de controle de cruzeiro adaptativo com função para-e-arranca analisa não só o veículo à frente, mas também o raio da curva seguinte e automaticamente reduz a velocidade quando necessário. Ao ultrapassar caminhões e ônibus promove um pequeno desvio, mas se mantendo dentro da faixa de rolamento.
O H6 grava os últimos 50 metros do percurso e faz o mesmo trajeto em marcha à ré a um comando do motorista que apenas observa a manobra pela tela da central multimídia, podendo interromper se necessário. Este é um recurso que poucos modelos de alto preço disponibilizam aqui.
A tela multimídia, uma das maiores do mercado (12,3 pol.), permite conexão sem fio com Android Auto e Apple Car Play. Oferece ainda internet a bordo e cinco entradas USB das quais três carregam dispositivos e duas integram-se ao sistema. O carregador de celulares por indução tem 15 W. Assim o telefone pode ser usado sem limitações após longos percursos indicando rotas que costumam exaurir a bateria, quando esta não é recarregada.
Outro bom recurso: atualização dos sistemas eletrônicos pela nuvem (OTA, na sigla em inglês) tanto da central multimídia quanto do trem de força (motor e câmbio).
Produção no Brasil em Iracemápolis (SP) está prevista para início de 2024 com a picape média Poer. Trata-se de um modelo evoluído em relação ao que acabou de chegar à Argentina por meio de um importador local. O Haval H6 será o segundo produto de fabricação nacional.
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