Com o mesmo motor 1.3 turbo flex T270 da versão Abarth, esportivo traz solução “da casa” usado nos Jeep
texto Vitor Lima fotos Diego Cesilio
Desde agosto de 2022 em nosso mercado, o Fiat Fastback emplacou no ano de estreia 9.889 unidades. De acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o SUV Coupé da marca italiana soma, atualmente, 118.767 unidades emplacadas até o acumulado de maio de 2025.
A Revista O Mecânico teve a oportunidade de analisar a versão Limited Edition, que conta com a performance do motor 1.3 turbo flex T270 de 185 cv de potência e 27,5 kgfm de torque, com transmissão automática AT6. As novas versões do Fastback Limited sofreram ajustes com relação a potência, para se adequarem as normas de emissões de poluentes produzem 176 cv.
O motor é o mesmo utilizado em outros veículos do Grupo Stellantis e, também está na versão Abarth do Fastback, que tem em seu visual um apelo mais esportivo se comparado com a versão Limited Edition. Porém, por ser um carro relativamente leve para o seu porte com peso de 1.304 kg, o SUV tem boa relação peso/potência de 7,04 kg/cv.
A versão Limited Edition traz pintura bicolor com teto preto, rodas de liga leve de 18 polegadas com acabamento escurecido, detalhes black piano, além do emblema “powered by Abarth”. Os faróis e lanternas são em LED.
Por dentro, o Fastback Limited Edition traz bancos em couro, painel de instrumentos digital de 7 polegadas, central multimídia Uconnect de 10,1 polegadas com conexão aos sistemas Android Auto e Apple CarPlay sem fio. Contemplam o interior o sistema de ar-condicionado digital automático, carregador de celular por indução e sistema de partida por botão com chave presencial.
Referente as suas dimensões, o Fiat Fastback tem comprimento de 4.427 mm, largura de 1.774 mm, altura de 1.545 mm, entre-eixos de 2.533 mm e porta-malas de 600 litros.
Na parte de segurança, o SUV Coupé conta com 6 airbags (frontais, laterais e de cortina); Frenagem autônoma de emergência (AEB); alerta e assistente de manutenção de faixa (LDW + LKA); Controle de estabilidade (ESC) e tração (TC); assistente de partida em rampa (HSA); Detector de fadiga e alerta de atenção do condutor; Câmera de ré com linhas dinâmicas e sensores de estacionamento.
Mas no quesito de manutenção, nós convidamos Cleyton André, mecânico e proprietário da oficina Elevance Automotive, localizada em São Bernardo do Campo, São Paulo, para analisar as condições de reparabilidade do SUV.
Por baixo do capô
Ao levantar o capô do Fiat Fastback, Cleyton comenta sobre o espaço interno para trabalho do mecânico. “Para manutenções básicas, algo comum do dia a dia do mecânico, eu diria que está bem acessível os componentes, como o sistema de ignição, troca de óleo e filtros”. (1)
O lubrificante de motor homologado é o Mopar Maxpro Synthetic 0W-30 com especificação ACEA C2 e classificação FCA 9.55535-GSI. A substituição do óleo de motor deve ocorrer a cada 10 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. São 4,8 litros de capacidade do sistema, contando com o filtro.
Outro serviço simples para realização do mecânico é a carga de gás refrigerante do sistema de ar-condicionado. As válvulas de serviço do sistema de baixa e alta pressão estão ao lado direito do motor.
Para o sistema de exaustão que vai em direção a caixa quente do turbocompressor, o acesso também é simples e facilitado. A localização do componente ajuda, como está montado na parte da frente do motor, facilita o acesso.
“A sonda lambda está tão fácil quanto na Jeep Compass. É uma sonda banda larga com melhor capacidade de leitura para o refino da mistura. É uma tecnologia que está cada vez mais presente nos motores turboalimentados”, informa o mecânico que acrescenta uma explicação sobre as diferenças entre uma sonda lambda de banda larga para convencional. “A diferença está no seu tempo de resposta, a capacidade de enviar as informações para unidade de comando e ter a resposta para realizar o refino da mistura ar/combustível”, conclui.
Mas nem todos os sistemas são simples, o acesso as eletro-injetores é algo que necessitará de intervenções do mecânico em outros sistemas. “Diferente da localização no Jeep Compass que fica na parte superior do cabeçote, no Fastback os eletro-injetores estão dispostos perto do coletor de admissão. Para acessar os eletro-injetores, será necessário realizar intervenção no coletor de admissão para acessá-los em caso de manutenção”, informa Cleyton.
Em caso de alguma falha com os eletro-injetores, o mecânico não recomenda que seja realizado a limpeza dos injetores. “Importante ressaltar que eu não recomendo a limpeza dos eletro-injetores, em situações que ocorram falhas a recomendação é a substituição em conjunto dos quatro injetores”, declara.
O reservatório do líquido de arrefecimento está na parte frontal do cofre do motor e, no mesmo reservatório há duas saídas, uma para o arrefecimento do motor e outra para arrefecimento do turbocompressor. No momento da substituição o fluido homologado é o Mopar Coolant OAT 50, pronto para uso e a capacidade do sistema é de 7 litros. A troca do fluido deve ocorrer a cada 240 mil km ou 10 anos, o que ocorrer primeiro.
Cleyton comenta sobre este alto prazo indicado pela fabricante. “Na minha opinião, não importa se é o óleo do motor, o líquido de arrefecimento, é sempre importante reduzir o tempo de troca considerando que, na maior parte do tempo, principalmente no trânsito de São Paulo, o nosso uso é severo. Com isso, é necessário reduzir esses períodos pela metade. Também pelo histórico de problemas que ocorreram na parte do trocador de calor da transmissão automática na linha de motores T270, há necessidade de um cuidado maior”, conclui. (2)
A bateria de 12V do Fiat Fastback é do tipo EFB com 68 Ah. “Com o avanço da tecnologia também aparecem diferentes condições de defeitos. É importante comentar que, na mesma medida que o sistema start-stop foi implementado nos veículos, as baterias também sofreram mudança na tecnologia. São baterias com muitos ciclos de trabalho com 60% de descarga e alta velocidade de carga, assim, pode suportar esse sistema. Por isso é importante realizar a aplicação correta da bateria e não utilizar bateria 12V convencional neste veículo, pois, ela irá desabilitar o sistema stop-start em um curto período de tempo. Basicamente esse seria o defeito mais comum. De modo geral, a bateria é o reservatório de energia que abastece todo o sistema eletrônico do veículo. Estamos falando de um veículo tecnológico que possui transmissão automática, uma vez que essa bateria comece a ter problemas no fornecimento de energia para esses sistemas eletrônicos, por conta da complexidade da eletrônica embarcada do veículo, pode haver diferentes defeitos espalhados, e por vezes, o problema é a bateria de 12V. Por isso a importância de realizar a correta aplicação da bateria, assim como o monitoramento da carga desse componente”, explica o profissional sobre problemas que podem ocorrer em caso de não utilizar a bateria correta.
Undercar
Na parte de suspensão, Cleyton comentou sobre os pivôs rebitados na bandeja de suspensão. “Se eventualmente for necessário realizar a substituição, tem que ser removido esses pinos. Isso se tratando de um pivô de suspensão do mercado de reposição, em casos de peças genuínas será necessário a substituição completa da bandeja”. (3)
Diferente do que está ficando popular entre os carros novos, o Fiat Fastback utiliza bieletas convencionais de metal, ao invés do componente de polímero plástico.
O conjunto de freios dianteiros é o comum entre os carros dessa categoria, que são freios a disco ventilados e pinça de freio com pinos deslizantes. (4)
Para realização da troca do filtro de óleo do motor, não há nenhum componente que atrapalhe o acesso ou dificulte a manutenção. Assim como o bujão de dreno no cárter. “Evite o aperto excessivo do bujão para não danificar a rosca”, orienta o mecânico. (5)
Já o acesso a correia de acessórios não é complicado, porém, haverá necessidade da retirada da proteção plástica que protege o componente de detritos e impurezas mais pesadas.
O Fiat Fastback apresenta dois trocadores de calor. O primeiro é responsável pela troca de calor do motor e, está localizado na frente do bloco do motor (6). Já o segundo é o trocador de calor da caixa de câmbio (7). Vale lembrar que essa caixa é uma AT6. “É um trocador já conhecido pelo mecânico. Vale dizer que houve alteração da transmissão por completo no Jeep Compass, não apenas no sistema de troca térmica. Para o Compass é utilizado uma caixa 9HP e AT6 para o Fastback”, informa Cleyton.
Sobre a substituição do óleo de câmbio, a Fiat não recomenda a troca, indicando que o fluido é ‘for life’, Cleyton deu a sua opinião sobre esta recomendação. “Nós do setor automotivo temos a experiência de entender que deve se trocar o fluido de câmbio. Não faz sentido o fluido se tornar ‘for life’ dentro da caixa de câmbio onde sofre troca térmica, atrito, oxidação já que é uma transmissão que tem respiro. Se no manual do proprietário não recomendar como é o caso deste veículo, nós temos o costume de recomendar a substituição entre 40 mil km a 60 mil km que seria o ideal. Isso com certeza trará longevidade para transmissão automática”.
O profissional ainda complementou sobre casos de veículos que atendeu em sua oficina, dos quais tiveram problemas causados pela falta da troca de óleo. “O fluido sofre degradação perdendo suas propriedades em troca térmica e lubrificação. Quando o lubrificante perde as suas propriedades a caixa de câmbio acaba passando por desgaste prematuro, o que poderia ser evitado com a manutenção neste componente”.
“Outro ponto importante é falar sobre o trocador de calor da transmissão, nós mecânicos sabemos que é comum a pauta em redes sociais e no setor automotivo que precisamos ter atenção especial para o líquido de arrefecimento, para preservarmos a condição desse trocador. Eu estenderia até para substituição desse trocar de maneira periódica. O fabricante não realiza essa recomendação em manual, porém, como plano de manutenção preditiva, onde já conhecemos a falha que esse trocador sofre, por que não evitar?”, informa o mecânico.
No sistema de escape não há nenhuma mudança do comum visto nos veículos de linha leve. Cleyton comenta sobre a utilização de sonda lambda convencional pós catalisador ao invés de sonda banda larga como a pré-catalisador. “Neste caso, não se faz necessário a utilização de uma sonda pós catalisador banda larga, já que está sonda utiliza uma tecnologia mais aprimorada, o que aumenta o seu custo, em um lugar que não há necessidade seria um custo adicional sem retorno. A função da sonda lambda pós catalisador é, literalmente, monitorar a eficiência catalítica”.
O profissional elogiou o quadro de suspensão que, está mais simples para remoção em casos de intervenção com a caixa de direção. “Comparado a outros veículos que tem bastante componentes na área central do quadro, como exemplo o Jeep Compass, podemos verificar que no Fastback é mais tranquilo”, informa Cleyton. (8)
Partindo para a parte do eixo traseiro, o filtro de combustível está próximo e externo ao tanque. A substituição do filtro deve ocorrer a cada 10 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. (9)
Algo que chamou atenção do Cleyton foi o material utilizado para o tanque de combustível. “Neste carro é utilizado um tanque de combustível metálico, o que foi removido no mercado há um bom tempo. Isso não é encontrado nos veículos mais modernos, que utilizam cada vez mais o tanque de plástico”. (10)
No conjunto de freios traseiros, o Fiat Fastback utiliza freio a tambor e possui acionamento eletrônico do freio. (11)
Após analisar as condições de manutenção com o Fiat Fastback Limited Edition, Cleyton informa aos mecânicos que é um veículo de bons acessos aos componentes. “Confesso que imaginei uma manutenção um pouco mais complexa, por conta da tecnologia que o carro entrega. O Fastback Limited Edition tem tecnologia um pouco mais complexa, porém com acessos simples. Então nós [mecânicos] teremos bastante alegria quando realizar a manutenção neste carro”.
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