O avanço da eletrificação e a concorrência crescente estão remodelando a indústria automotiva global. Em entrevista à Bloomberg, o CEO da Volvo, Hakan Samuelsson, afirmou que duas ou três montadoras chinesas em breve terão a mesma relevância que gigantes tradicionais como Ford, Toyota, GM e Volkswagen.
Desafios da Volvo
No comando da Volvo há cinco meses, após ser chamado de volta da aposentadoria por Li Shufu, presidente da Geely (controladora da Volvo desde 2010), Samuelsson reconheceu que a situação da marca sueca é “desafiadora”. Sua principal missão é, segundo ele, “revitalizar a história da eletrificação da Volvo”, mas o executivo admite que será necessária uma estratégia de longo prazo.
Entre os obstáculos, destacou a condução autônoma, que parecia um caminho natural há alguns anos — inclusive quando a Volvo introduziu sistemas avançados de assistência (ADAS) no Brasil em 2017 — mas que hoje exige revisão de prioridades.
Planos para eletrificação
O CEO adiantou que a Volvo deverá apostar em novos modelos híbridos plug-in nos próximos anos, embora a expansão desse portfólio esteja prevista apenas mais próxima da virada da década.
Enquanto isso, a marca enfrenta dificuldades: quedas nas vendas globais, atrasos no lançamento de elétricos e perda de participação de mercado em um segmento que cresce rapidamente.
O papel das marcas chinesas
Samuelsson destacou também o avanço das fabricantes chinesas, que já representam metade do mercado interno da China e vêm ampliando presença na Europa. Para ele, a transformação da indústria é inevitável:
“As marcas chinesas já são metade do mercado da China e estão entrando na Europa. A direção da eletrificação é clara. Assim como Ford, GM, Toyota e Volkswagen dominaram o passado, haverá duas ou três marcas chinesas muito fortes no futuro.”
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