quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Mecânica Diesel: Cuidados com câmbio Eaton do Mercedes-Benz Accelo

câmbio Eaton

Câmbios automatizados EAO 6106 e EAO 6206 da Eaton, que estão nos caminhões leves Mercedes-Benz Accelo e Volkswagen Delivery, usam óleos diferentes para engrenamento e automação; confira dicas para não errar

 

Fabricados pela Eaton, os câmbios automatizados de 6 marchas EAO 6106 e EAO 6206 podem ser encontrados em caminhões Mercedes-Benz Accelo e Volkswagen Delivery. Há um detalhe técnico importante que diferencia esses câmbios de outros da mesma marca: o especialista técnico da Eaton, Ivan Peres, esclarece que, nesses modelos, a automação faz o acionamento de embreagem e engates por sistema eletro-hidráulico que trabalha com um óleo específico, distinto do utilizado dentro da caixa de engrenagens.

“As caixas hidráulicas contam com dois tipos de lubrificação, a interna do engrenamento, e a da automação com reservatório separado. São óleos distintos com funções e características diferentes, sendo o da transmissão para lubrificar e refrigerar, e o do sistema de automação para transmitir força para realizar os engates e acionamento da embreagem. Por serem óleos com propriedades distintas, não podem se misturar na hora da manutenção, pois os sistemas não funcionarão corretamente”, destaca Ivan. Portanto, esse sistema difere dos câmbios automatizados Ultrashift Plus MHD dos VW Constellation V-Tronic de 280 cv e Iveco Tector, por exemplo, que não utilizam óleo na automação, uma vez que este sistema é 100% elétrico.

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UTILIZANDO UM MERCEDES-BENZ ACCELO, A EATON SUBLINHA QUATRO PONTOS QUE O MECÂNICO DEVE OBSERVAR AO FAZER A SUBSTITUIÇÃO DOS ÓLEOS DO CONJUNTO:

1) Atenção com a contaminação e mistura dos óleos da engrenagem e automação: O óleo da automação tem seu reservatório específico e jamais pode entrar em contato com o óleo do engrenamento (caixa) e com outros produtos não especificados, como graxas e solventes, evitando assim a contaminação e falhas no sistema.

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2) Tempo de troca: Caminhões que rodam em condições mais severas, como em estradas de terra e canavieiros, exigem troca de óleo com quilometragem mais curta. Caminhões com aplicação normal, que rodam nas cidades e de uso urbano, suportam rodar o período determinado pela fabricante do veículo. Em casos de revisões intermediárias, é importante o mecânico sempre avaliar a condição dos óleos e realizar inspeções de nível e visual para conferir se não há nenhum tipo de vazamento ou outro problema específico.

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3) Na hora da troca, cuidados com fiapos e excesso de lubrificante: Tanto o bujão de enchimento como o de dreno devem ser limpos para evitar a contaminação do novo lubrificante. Para a limpeza, um pano ou pincel com solvente podem ser utilizados. Atenção com fiapos: se qualquer tipo de resquício ou sujeira ficar retida no circuito da automação, pode gerar problemas em seu funcionamento.

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4) Nível de óleo: É imprescindível usar os lubrificantes indicados no manual do fabricante, pois são os produtos validados em testes durante o desenvolvimento do veículo. Lubrificantes de menor qualidade ou especificação diferente do recomendado, podem elevar o desgaste dos componentes da transmissão (o que aumenta o custo de manutenção total e o tempo do veículo parado), reduzir a vida útil do conjunto, causar aumento de ruído e prejudicar o meio ambiente (óleos de baixo custo costumam ter grande quantidade de aditivos prejudiciais ao meio ambiente, como o enxofre). O nível de óleo também deve ser respeitado, pois o excesso de lubrificante pode acarretar em vazamentos pelos retentores ou pelo respiro da transmissão. Já um câmbio com baixo nível de óleo acelera o desgaste dos componentes internos, como engrenagens, sincronizadores e rolamentos, ocasionando raspagens, excesso de ruído e até a quebra da transmissão.

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texto: Redação O Mecânico

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