terça-feira, 27 de agosto de 2024

Sistema híbrido 48v. Mas afinal de contas, o que é isso?

Ganha o meio ambiente com a redução das emissões de gases poluentes, ganha o usuário final com a redução do consumo de combustível

artigo por Fernando Landulfo   fotos Arquivo O Mecânico

 

Que a tração hibrida veio para ficar, não resta a menor dúvida. O aumento da disponibilidade de modelos e da produção são evidências inquestionáveis.

Um sucesso que era bem fácil de se prever pois, até o presente momento, muitas são as vantagens proporcionadas. Entre outras: ganha o meio ambiente com a redução das emissões de gases poluentes, ganha o usuário final com a redução do consumo de combustível e dos tributos e ganha o “Guerreiro das Oficinas” com mais uma frente de trabalho para atuar.

Mild hybrid 48 volt drivetrain

Muito embora o sistema enfrente algumas críticas. Por exemplo: o preço das baterias e incertezas no que tange a desvalorização do veículo.

Mas como diz aquele velho ditado popular: “não se pode fazer omelete sem quebrar ovos”.

Para se desfrutar das vantagens é preciso fazer um investimento inicial: compra do veículo (usuário final) e/ou compra de ferramentas e treinamentos (mecânico).

Investimento esse que, segundo os especialistas em finanças, tem retorno garantido.

Atualmente existem várias configurações de tração hibrida. Não existe melhor ou pior. Cada uma delas apresenta vantagens de desvantagens, em relação a outra.

No entanto uma, em especial, tem chamado mais a atenção: o sistema 48V, também conhecido como Mild Hybrid ou híbrido leve.

Trata-se em um sistema dotado de um motor de combustão interna, apoiado momentaneamente (para as acelerações) por um sistema elétrico que opera sob tensão de 48V [1, 2, 3].

No que diz respeito a frenagem regenerativa, o sistema funciona praticamente da mesma forma que um híbrido convencional: envia energia cinética gerada nas frenagens para uma bateria de 48 V, que trabalha em conjunto com um super alternador (48V) [2]. De acordo com um dos maiores sistemistas existentes no mercado, existem dois sistemas híbridos leves: Belt Start Generator (BSG) e o Integrated Starter Generator (ISG) [3].

Por sinal, a edição de outubro de 2023 da Revista O Mecânico, cuja leitura recomendo, traz uma matéria completa e detalhada sobre o funcionamento desse sistema.

O sistema pode estar associado a diversos tipos de motores de combustão, assim como, transmissões automáticas do tipo CVT ou convencional [3].

No que diz respeito a manutenção, o plano de manutenção preventiva, proposto pelos fabricantes, deve ser rigidamente seguido.

O Guerreiro das oficinas, que deve ser previamente treinado e estar devidamente equipado, deve ter atenção com as desconexões da bateria de lítio de 48V e com o módulo conversor DC/DC [3].

Também deve ser observado a tensão da bateria em caso de longa estadia do veículo na oficina [3].

Energy flow during comfort start / stop

É preciso ter certeza de que o veículo está realmente desligado, antes de qualquer intervenção [3].

No que diz respeito a aplicação, muitas montadoras e sistemistas estão apostando alto no sistema.

A razão para isso está na vantajosa relação custo-benefício apresentada pelo sistema: além de ser mais barato (30% do preço de um híbrido convencional), proporciona ao usuário de 50% a 70% da economia de um híbrido convencional [4].

Outro benefício é segurança e facilidade de manutenção, devido a maior simplicidade do sistema em relação as outras configurações [4].

Logo, a formação técnica exigida para manusear um Mild Hybrid deveria ser bem menor. E consequentemente bem mais acessível [4].

Ou seja, o Mild Hybrid é a “cara” dos veículos “modelos de entrada”.

A Delphi calcula que, até 2025, cerca de 14,5 milhões de carros equipados com esse tipo de tração por ano no mundo. O que representa mais da metade de todos os modelos híbridos mundialmente vendidos [4].

A Hyundai também aposta alto no Mild Hybrid. Na Europa, o modelo Tucson já é disponibilizado com esse tipo de tração. Para o Brasil, a expectativa recai sobre o “Kona”.

Já a Caoa Cherry aposta no modelo Tiggo 7 Pro. Por sua vez, a Stellantis apresenta o Bio-Hybrid, que poderá equipar diversos modelos da Jeep, Fiat, Citroen e Peugeot.

Ou seja, tudo indica que, em muito pouco tempo, o Mild Hybrid deverá ser o sistema mais comum de tração hibrida presente nas ruas.

 

Referências:

[1] HYUNDAI. O que é um 48V Mild Hybrid? Disponível em:< https://ift.tt/FOop5wj.>. Acesso em: 02/08/2024.

[2] SCHAUN André. O que é Mild Hybrid, sistema híbrido que dá uma forcinha para o motor e custa menos. Revista Auto Esporte. Disponível em:< https://ift.tt/7zWAR1L>. Acesso em 02/08/2024.

[3] SILVA, Felipe Salomão. Como funcionam os veículos híbridos? Parte 1. Revista O Mecânico. Disponível em:< https://ift.tt/OYeoDan>. Acesso em: 02/08/2024.

[4] KUTNEY, Pedro. Delphi aposta no “hibrido leve” de 48V. Automotive Bisuness. Disponível em:< https://ift.tt/c4dsv6T>. Acesso em: 02/08/2024.

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