Construção simples e robusta é característica do Volkswagen Polo GTS, versão esportiva do hatch compacto com motor 1.4 turbo de 150 cv de potência e suspensão modificada
A Volkswagen do Brasil trouxe de volta o emblema GTS, uma sigla que é sinônimo de diversão para quem é apaixonado por carros. “Grand Turismo Sport”, significado da sigla, remete à esportividade em modelos de várias marcas, como a Porsche utiliza no 911, por exemplo. Apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo em 2018, o Polo GTS Concept tinha um visual diferente de sua versão de produção: era dotado de rodas de 18 polegadas, molas do Polo GTI europeu 15 mm mais baixas, e pinças de freio pintadas na cor vermelha.
A versão que chega às ruas recebeu suspensão toda recalibrada para um acerto mais firme se compararmos com qualquer outra versão do hatch para proporcionar um comportamento mais esportivo. Na dianteira, o Polo GTS utiliza uma barra estabilizadora de 21 mm, ou 1 mm mais grossa do que a da versão Highline 200 TSI. Na traseira, possui um eixo de torção totalmente novo, diferente do utilizado em modelos de mesma plataforma. Possui freio a disco nas quatro rodas, com as mesmas medias do Polo Highline, pinça sem pintura e os pneus Pirelli P7 são de medida 205/50R17. Em rodagem, a base de apoio se mostra bem rígida, mas não incômoda, e a rolagem da carroceria em curvas é bem pequena, ao mesmo tempo em que absorve bem as imperfeições do asfalto.
Seu motor é o mesmo 250 TSI do T-Cross, Jetta e Tiguan: 1.4 f lex com turbo e injeção direta capaz de gerar 150 cv de potência a 4.500 rpm e 25,5 kgfm de torque a 1.500 rpm – seja com gasolina ou etanol. O motor é composto de bloco e cabeçote de alumínio e seu turbo é de duplo f luxo. Sua unidade de gerenciamento eletrônico, assim como a do câmbio, foi recalibradas para entregar respostas mais rápidas do que nos outros modelos com o mesmo trem de força.
Na prática, a disponibilidade de torque em baixas rotações deixa o motor bem elástico. As dimensões reduzidas do turbo ajudam a reduzir bastante o efeito de “turbo lag” (tempo correspondente em que a turbina demora para encher). Já o câmbio automático de 6 velocidades AISIN AQ250-6F cumpre bem o seu papel, mas em reduções que podem ser feitas pelas aletas atrás do volante, ou pela alavanca de câmbio, não é tão permissivo o quanto se espera de um veículo com características de esportivo.
Levamos o VW Polo GTS até a oficina High Tech, localizada em São Paulo/SP no bairro da Lapa, para conhecermos melhor a disposição das peças no veículo, suas características e reparabilidade. Quem o avaliou foi mecânico proprietário da oficina, o pelo Roberto Montibeller. Assim que o carro chegou à oficina, seu primeiro comentário foi: “Por ser um GTS, o visual do carro é bem discreto”.
MOTOR
Ao acessar o cofre do motor, a primeira mudança observada por Roberto foi que o capô possui duas travas de segurança. Também, a tampa do reservatório do líquido de arrefecimento tem uma pegada ruim. É a mesma tampa que se observa em outros modelos com esse motor, inclusive o novo Audi Q3. Logo à direita do cofre, perto do farol, existe uma bomba de vácuo auxiliar para que o servo-freio não dependa de depressão no coletor de admissão para funcionamento. “Hoje em dia, devido às questões de emissões de poluentes, o motor trabalha com um vácuo bem negativo para reaproveitar os gases gerados na combustão”, comenta Roberto.
Outro componente interessante é o sensor de etanol presente na linha de combustível antes que a mistura entre ar e combustível aconteça, permitindo um acerto mais refinado pela central eletrônica. O acesso a diversos componentes no cofre é bem apertado por causa do propulsor 1.4 4-cilindros ser maior que o 1.0 3-cilindros, explica Roberto. Para acessar a bomba d´ água, é necessário desmontar o filtro de ar e o coletor de admissão – este, abriga em si o intercooler do ar de admissão, do tipo ar/água.
A sonda lambda (ou sensor de oxigênio) pré-catalisador localiza-se à esquerda do cofre ao lado da turbina. Próximo a ela, está localizado o módulo ABS. A injeção é do tipo direta na câmara de combustão. Para acessar a flauta, é necessário desmontar o coletor de admissão. O óleo do motor recomendado pela fabricante é o que atende a norma VW 508.88, Castrol Magnatec 5W-40 (capacidade de óleo do motor: 4,0 litros). Ao levantarmos o carro no elevador, outro detalhe observado pelo mecânico foi a ausência do protetor de cárter.
SUSPENSÃO
A suspensão do Polo foi totalmente retrabalhada, desde a geometria do conjunto até a carga utilizada nos amortecedores e a classe de peso maior das molas, não só para deixar o hatch com o comportamento esportivo esperado como também pelo peso do propulsor ser maior do que nas outras versões. “A manga de eixo composta por ferro fundido agora é vazada e, na hora de realizar a manutenção, torna a desmontagem do amortecedor mais complicada”, completa Roberto.
Na dianteira, o sistema é McPherson convencional e na traseira, eixo de torção – uma configuração conhecida já em veículos de passeio. A barra de torção apresenta alguns furos para alívio de peso, mesma tecnologia utilizada em competições. Por utilizar barra de torção na traseira, a quantidade de peças é menor: menos coxins, menos braços e ocupa menos espaço, porém, os eixos e apoios são mais pesados, elevando a massa suspensa. Com relação à manutenção, não é necessário nenhuma ferramenta especial.
TRANSMISSÃO
Para transferir a força do motor para as rodas, utiliza-se um câmbio automático de 6 velocidades AQ250-6F com conversor de torque. A caixa é fabricada pela AISIN (a título de curiosidade, é uma empresa japonesa subsidiária da Toyota). A manutenção desse câmbio é quase zero, pois ele é bem robusto. Nos semi-eixos, utiliza-se trizeta/tulipa, “um sistema não tão comum e que causa mais manutenção”, observa Roberto.
FREIOS
O Polo GTS utiliza o mesmo conjunto de freios do Polo Highline, freio a disco nas quatro rodas (disco ventilado de 276 mm de diâmetro na dianteira e sólido de 230 mm na traseira) e uma extensa lista de itens de segurança como airbargs frontais e laterais, detector de fadiga que emite um sinal sonoro para o motorista fazer uma pausa. Possui também o indicador de perda de pressão dos pneus, que permite uma vida útil maior dos pneus e reduz o consumo de combustível ao advertir o motorista se os pneus estiverem murchos.
O controle eletrônico de estabilidade, ao detectar uma saída de trajetória determinada pelo volante, aciona os freios individualmente para trazer o veículo de volta para a trajetória. No teste de frenagem a frio da CARRO no campo de provas da ZF em Limeira/SP, o Polo GTS freou de 100 km/h a zero em 39,21 metros, comprovando a eficiência do conjunto. bem robusto. Nos semi-eixos, utiliza-se trizeta/tulipa, “um sistema não tão comum e que causa mais manutenção”, observa Roberto.
CAIXA DE FUSÍVEIS
Abaixo são representadas as localizações dos fusíveis do compartimento do motor e suas respectivas funções.
F1 – Unidade de comando do motor
F2 – Válvula de dosagem de combustível (motor TSI) / Bomba d’água (motor TSI)
F3 – Sonda lambda pré catalisador / Sonda lambda pós catalisador
F4 – Bomba de combustível
F5 – Ventilador do radiador – eletrônica (motor TSI) / Válvula de controle de pressão do óleo (motor TSI) / Eixo do comando variável – admissão / Eixo do comando variável – exaustão (motor TSI) / Válvula do filtro de carvão ativado / Sensor de etanol (motor TSI)
F6 – Relé de partida aquecida (motor MPI) / Unidade de comando da partida aquecida (motor MPI) / Bobinas de ignição
F7 – Bomba de vácuo
F8 – Relé da bomba de combustível (motor MPI) / Válvulas injetoras de combustível
F9 – Sensor do pedal de freio
F10 – Unidade eletrônica de controle
F11/F12/F13 – Livre
F14 – Relé principal do sistema de injeção / Unidade de comando ABS / ESC
F15 – Unidade de comando da transmissão automática
F16 – Livre
F17 – Partida assistida
F18 – Partida assistida (motor de partida)
F19 – Livre
F20 ou F21 – Unidade de comando ABS / Unidade de comando ESC / Unidade de comando ABS/ESC
F22/F23/F24 – Livre
F25 – Ventilador do radiador – 1ª velocidade (motor MPI)
F26 – Ventilador do radiador (motor TSI)
F27 – Ventilador do radiador – 2ª velocidade (motor MPI)
F28 – Livre
Texto: Victor Piccin
Fotos: Rafael Guimarães
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