Será que você já conhece todas essas curiosidades sobre os lubrificantes, da sua formulação e aditivação à destinação correta do produto usado?
O lubrificante é um item essencial para o bom funcionamento do motor e, consequentemente, do veiculo. A Revista O Mecânico já listou aqui os mitos e verdades sobre esse item e agora explora algumas curiosidades. Confira a seguir.
1. Lubrificante usado é um item perigoso
O óleo é um dos resíduos de maior volume gerado pelos automóveis e é considerado Perigoso Classe I, segundo a NBR-10004, uma vez que os danos à saúde e ao meio ambiente, se destinado incorretamente, são significativos. Um único litro de Óleo Lubrificante Usado e Contaminado (OLUC) é capaz de contaminar 1 milhão de litros de água, segundo a AMBIOLUC, entidade que representa o setor. É proibido o seu uso como combustível ou a queima para quaisquer fins.
O mecânico precisa se ater ao fato de ser necessário dar o destino apropriado para o óleo lubrificante usado e a oficina ter as licenças ambientais necessárias. O cliente pode questionar se o local possui o Certificado de Coletas de Óleo (CCO), que certificam que o OLUC gerado no estabelecimento foi destinado a uma empresa coletora autorizada pela ANP. Caso o cliente verifique que há algo irregular, ele pode denunciar a oficina e ela ser penalizada com multa entre R$ 5 mil até R$ 1 milhão.
2. É possível rerrefinar o óleo lubrificante
O óleo lubrificante é composto por uma grande parcela de óleo mineral, que recebe aditivos para melhoria do seu desempenho. Este óleo mineral presente na sua composição não se degrada durante o uso nas máquinas e motores. Por isso, esse óleo usado pode e deve ser reaproveitado, processo chamado de rerrefino.
Esse processo consiste em separar o óleo mineral contido no óleo lubrificante usado dos demais componentes, como água, aditivos degradados e outros tipos de óleo e combustíveis, recuperando-o incontáveis vezes. Para o seu descarte, basta armazenar corretamente o óleo usado e agendar a sua coleta através de empresas especializadas e credenciadas pelos órgão competentes.
A elaboração da lei do CONAMA Nº362/05 determina que os produtores do resíduo sejam os responsáveis sobre o recolhimento, coleta e envio correto do óleo lubrificante para o refino.
LEIA MAIS: Como é o processo de reciclagem do óleo lubrificante
3. Conheça os principais aditivos presentes nos lubrificantes
Os principais aditivos presentes nos óleos lubrificantes são:
- Detergentes: atuam na limpeza do motor, neutralizando os ácidos corrosivos que se formam quando combustível é queimado
- Dispersantes: também com função de limpeza, eles removem a fuligem e a borra e as mantêm em suspensão no óleo para evitar entupimentos
- Antidesgastantes: eles criam uma camada química entre as partes móveis ajudando a proteger o motor
- Antioxidantes: evitam a oxidação do óleo, além da formação de borras e vernizes, ajudando a retardar a degradação do óleo
- Antiespumantes: evitam a formação de bolhas e espumas
- Antiferrugem e Corrosão: evitam a perda de material das partes metálicas do motor, impedindo a sua corrosão.
4. Quais as diferenças entre óleo mineral e sintético?
Os óleos minerais são derivados do petróleo bruto, que é processado em uma refinaria para separar as frações com propriedades de lubrificação úteis e remover os componentes indesejáveis. Já os óleos sintéticos são produzidos a partir de um processo químico que permite moldar o produto de acordo com as características desejadas. E por serem desenvolvidos em um ambiente controlado, são mais estáveis e tendem a oferecer maior durabilidade.
5. Veículos considerados de uso severo têm prazos de troca diferentes
O manual do proprietário do veículo sempre trará a indicação correta do prazo de troca do óleo lubrificante, incluindo o prazo em meses ou anos e em quilometragem percorrida. Se você roda pouco, provavelmente fará a troca pelo prazo em meses ou anos. Porém, fique atento também à indicação específica em caso de uso severo do veículo, que reduzirá esse tempo estimado para a substituição do lubrificante até pela metade. Táxis e carros de aplicativo, por exemplo, são considerados uso severo, porque rodam muito em congestionamentos e em marcha lenta, o que dificulta a lubrificação.
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