Produção será ampliada com novo SUV compacto
A Nissan celebra 25 anos de operação no Brasil consolidando uma nova fase de expansão industrial. A marca japonesa confirmou investimento de R$ 2,8 bilhões no Complexo Industrial de Resende (RJ), voltado à produção de novos veículos e motores, além da modernização das linhas existentes. O plano reforça a importância da unidade brasileira dentro da estratégia de longo prazo da Nissan para a América Latina.
Em meio a uma severa crise externa que levou a extinção de alguns modelos, fechamento de fábricas como na Argentina e uma unidade no México, a Nissan está em uma fase de reestruturação.
Expansão industrial
O complexo fluminense abriga atualmente as linhas de produção do Nissan Kicks e dos motores HR16DE 1.6 flex, além de um centro de testes e validação de componentes. Como parte das comemorações dos 25 anos, a marca criará o “Memória Nissan”, espaço dedicado à preservação da história da empresa no país. A área ficará localizada na fábrica de motores e contará com veículos históricos e registros de marcos industriais. Um Nissan Kicks com carroceria assinada pelos colaboradores será peça permanente do acervo.
A Nissan emprega 3,2 mil funcionários no Brasil, sendo 2,6 mil em Resende. Desse total, 400 profissionais foram recentemente contratados para reforçar a capacidade produtiva e apoiar os novos projetos locais.
“O Brasil é um mercado estratégico dentro da nossa operação global, e seguimos com consistência para oferecer produtos e serviços voltados à melhor experiência do cliente brasileiro”, destacou Gonzalo Ibarzábal, presidente da Nissan do Brasil.
Novo SUV nacional em desenvolvimento
O próximo produto confirmado pela marca é um novo SUV compacto, internamente conhecido como projeto Kait. O modelo será produzido em Resende e ocupará o espaço de entrada da gama, abaixo da nova geração do Kicks, substituindo o atual Kicks Play.
Segundo fontes ligadas à engenharia da marca, o Kait será construído sobre a mesma base estrutural do Kicks atual, derivada da plataforma V (CMF-B Light), amplamente utilizada em mercados emergentes. Essa arquitetura modular permite flexibilidade de montagem e redução de custos industriais, mantendo alto índice de nacionalização. A Revista Carro já trouxe detalhes sobre esse novo produto aqui nessa matéria.
O conjunto mecânico deve seguir o já consagrado motor 1.6 16V flex da família HR16DE, com comando variável duplo (CVTC) e sistema de injeção multiponto. O propulsor desenvolve 113 cv e 15,3 kgfm de torque, acoplado ao câmbio automático CVT Xtronic, que simula sete marchas virtuais e privilegia eficiência e suavidade nas trocas.
O sistema de arrefecimento, a calibração eletrônica e os suportes de motor devem receber pequenas atualizações para melhorar o conforto vibracional e a resposta em baixas rotações, segundo informações apuradas junto à cadeia de fornecedores.
Segmento e posicionamento
O novo SUV compacto da Nissan chegará para disputar um dos segmentos mais competitivos do país, onde atuam modelos como Fiat Pulse, Volkswagen Tera, Honda WR-V e Renault Kardian.
Engenharia e nacionalização
O investimento de R$ 2,8 bilhões também contempla a atualização dos processos de manufatura e a ampliação do parque de fornecedores na região Sul Fluminense. Parte dos recursos será destinada à integração de novos robôs de soldagem e pintura e à implantação de sistemas de controle de qualidade digitalizados, com rastreabilidade total das peças em linha.
O complexo de Resende, inaugurado em 2014, opera sob o conceito Nissan Powertrain Plant, no qual a montagem do motor é feita a poucos metros da linha final de veículos, otimizando logística e controle de qualidade.
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