sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Troca de fluido das transmissões automáticas; Finalmente a validação do que era óbvio

Lubrificante paulatinamente perde as suas propriedades (“sofre desgaste”). E como todo mundo sabe: “lubrificante desgastado traz muito mais problemas do que benefícios” 

artigo por Fernando Landulfo   fotos Arquivo O Mecânico 

 

Há algumas décadas atrás, quando câmbio automático era um acessório raro e caro, as trocas preventivas de fluido e filtro eram realizadas apenas nas concessionárias, nos veículos que realizavam as revisões de fábrica.  

Fora da rede autorizada, devido a desinformação (raríssimos eram os especialistas), muitos defendiam a tese de que não se devia substituir o fluido do conjunto. E as justificativas eram as mais variadas: enquanto uns alegavam que o fabricante “não queria” que o fluido fosse trocado, tendo como base a falta do bujão de esgotamento em alguns câmbios, outros defendiam a hipótese de que o fluido novo removeria a “sujeira” que proporcionava vedação e contato adequado entre as embreagens internas.  

Um completo absurdo que levou, na época, muitas transmissões a terem as suas vidas encurtadas e o dispositivo, consequentemente, receber o estigma de “bomba”.  

A transmissão automática é um dispositivo mecânico que, como qualquer outro, está sujeito aos efeitos do atrito que desgasta as suas peças. O fluido que circula no seu interior é um lubrificante especial que possui duas funções básicas [1]:  

  1. a) Amenizar os efeitos do atrito;
  2. b) Refrigerar o conjunto;
  3. c) Manter o conjunto limpo e as impurezas dispersas;
  4. d) Proteger contra a corrosão; 
  5. e) Atuar como fluido hidráulico (transmitindo torque e manobrando válvulas internas e êmbolos do sistema);
  6. f) Amortecer vibrações e reduzir
    ruídos.

Ou seja, fica submetido a grandes variações de pressão e temperatura, impurezas, umidade, etc. Conclusão: O lubrificante paulatinamente perde as suas propriedades (“sofre desgaste”). E como todo mundo sabe: “lubrificante desgastado traz muito mais problemas do que benefícios”. 

Solução: O lubrificante precisa ser substituído.  

Mas qual lubrificante usar? Bem, como todo mundo sabe, nos dias de hoje, não se pode utilizar qualquer tipo de fluido em um câmbio automático. O lubrificante apropriado possui características muito especiais.  

Os ATF (Automatic Transmission Fluid) são produzidos a partir de óleos básicos, de origem mineral ou sintética. Como deve penetrar em folgas muito pequenas, via de regra, apresentam uma viscosidade bem mais baixa, do que a dos populares lubrificantes para câmbio manual e motor.  

Além disso, apresentam uma carga muito alta de aditivos, que lhe confere propriedades muito particulares: intensa proteção anti-desgaste, auto poder limpante e dispersante, alta resistência a pressão, alto índice de viscosidade (baixa variação da viscosidade em função da variação da temperatura) e alta resistência a oxidação (ataque pelo oxigênio presente no ar).  

Além de propriedades específicas requeridas por determinados modelos de transmissão (as aprovações de fábrica).  

Com a utilização, além esses aditivos tenderem a se exaurir, o fluido fica contaminado por impurezas, tornando necessária a substituição do fluido.  

Algo que, a princípio, não deveria ser tema de discussão.  

No entanto, o tema se tornou polêmico devido ao aparecimento das transmissões lubrificadas por fluidos denominados “para toda a vida”. Um termo utilizado por algumas montadoras. 

Mas quanto é a vida toda? A resposta era: a vida toda do veículo. Um argumento raso, bastante subjetivo e claro: não convincente. 

Devido a disseminação das transmissões automáticas, na frota nacional, nos últimos 20 anos, a quantidade de especialistas, por sinal muito bem treinados, no mercado das oficinas independentes, aumentou vertiginosamente.      

Profissionais que, associando os seus conhecimentos técnicos as ocorrências do “chão de oficina”, passaram a contestar e essa “vida eterna” dos lubrificantes que, obviamente, não consideravam as condições de “uso severo” dos veículos, típica dos grandes centros urbanos.     

E ao consultar diretamente os fabricantes das transmissões, descobriram que o troca do fluido era sim necessária. 

  

Mas que fluido utilizar? 

No mercado podem ser encontradas muitas classificações e especificações de ATF. Via de regra, cada montadora e/ou fabricante de câmbio recomenda um produto de especificações próprias, cujo cruzamento com os demais existentes no mercado, é praticamente impossível, sem a ajuda de uma criteriosa e onerosa análise laboratorial.  

No entanto, há casos em que, além do produto da marca, o fabricante do sistema recomenda produtos alternativos. Mas que fique bem claro: tais substituições só devem ser feitas mediante aval por escrito do fabricante, na forma de uma instrução de serviço, um boletim técnico, ou qualquer outro documento de caráter oficial.  

Não há espaço para invenções!!!!  

A aplicação de um fluido inapropriado pode destruir um câmbio. O prejuízo pode ser enorme!!!  

E como se faz a troca? Muitos câmbios possuem bujões para drenagem e bocais de enchimento, como qualquer compartimento do automóvel. No entanto, existem casos em que o fluido usado deve ser drenado, mediante a retirada do reservatório (cárter).  

E quanto ao filtro?  

Sim, o câmbio automático possui um filtro! Na grande maioria das aplicações, em veículos de passeio, o componente fica instalado no interior do cárter do câmbio. O aceso varia de modelo para modelo. Mas há casos específicos em que uma desmontagem de maior porte se faz necessária. A grande maioria dos fabricantes recomenda a troca do filtro por ocasião da troca do ATF.  

E as montadoras, mudaram de opinião a respeito da troca preventiva? 

Sem citar nomes, ao serem contraditas com as recomendações dos fabricantes dos câmbios, algumas montadoras mudaram de opinião e passaram a recomendar a troca. 

Os períodos variam de modelo para modelo, assim como, da forma de utilização do veículo (severo ou não). 

Já outras, apesar de insistirem na teoria dos fluidos para a “vida toda”, não costumam recusar a executar a troca, à pedido do cliente, em suas concessionarias. 

Mas afinal de contas, quem é que mais entende do câmbio? Quem o projeta e produz, ou quem apenas monta no veículo? 

 E onde entra o mecânico nesta história toda? Bem, cabe aos “guerreiros das oficinas”: convencer o dono do veículo da importância desse importante procedimento de manutenção preventiva, se preparar tecnicamente para o procedimento (manuais, peças e materiais) e executá-lo com qualidade.  

 

Referências: 

[1] CAMBIO AUTOMÁTICO DO BRASIL. A Importância da Troca do Fluido de Transmissão Automática: Informações Essenciais para Proprietários de Veículos. Disponível em:< https://ift.tt/1g2cJ9D>. Acesso em 31/03/25. 

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Grupo Renault anuncia François Provost como novo CEO global

Executivo tem 23 anos de experiência no Grupo Renault

 

 

O conselho de administração do Grupo Renault anunciou que François Provost iniciou as funções como novo CEO em 31 de julho, com mandato de quatro anos. A nomeação substitui a gestão interina feita por Duncan Minto.

Provost faz parte do Grupo Renault há 23 anos, ocupando antes o cargo de diretor de Compras, Parcerias e Assuntos Públicos. Ele também ocupou posições como CEO da Renault-Nissan Portugal, vice-CEO da Renault Rússia, presidente da Renault Samsung Motors na Coreia e diretor de operações na Ásia-Pacífico.

Sobre a nomeação, François Provost disse: “É com orgulho e gratidão que acolho a minha nomeação. Gostaria de agradecer calorosamente ao meu Presidente, Jean-Dominique Senard, e ao Conselho de Administração pela confiança que depositaram em mim. Tenho um pensamento especial para as equipes do Grupo que me apoiaram ao longo destes últimos 23 anos. Dedicarei toda a minha energia e paixão a contribuir – juntamente com os nossos 100.000 colaboradores, os nossos concessionários, fornecedores e parceiros – para o desenvolvimento do nosso Grupo, um dos expoentes máximos da indústria francesa nos últimos 127 anos. O Grupo Renault beneficia de fundamentos sólidos, com equipes empenhadas, uma gama de produtos excepcional, marcas fortes e um modelo organizacional inovador. Estes serão ativos inestimáveis à medida que aceleramos a nossa transformação num ambiente cada vez mais exigente para o nosso setor. Podem contar com o meu empenho e determinação para escrevermos juntos a próxima página da nossa história.”

O novo executivo terá a missão de manter a empresa competitiva no cenário atual de transição de matriz energética e crescente concorrência de montadoras chinesas, assumindo o cargo deixado por Luca de Meo em 15 de julho, posição que ocupava desde 2020.

 

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