Tecnologia do motor e construção simples fazem do HB20 um carro bem preciso
Apesar de ter mantido a plataforma utilizada desde 2012, com mudanças nas dimensões e reforços estruturais, o novo Hyundai HB20 mudou muito no visual e traz novo motor na versão topo de linha, Diamond Plus. O motor 1.0 TGDi 3-cilindros flex, da família Kappa, não é o mesmo 1.0 Turbo que apareceu em 2016. O atual aposenta o reservatório de gasolina da partida a frio, tem injeção direta, comando de válvulas variável tanto na admissão quanto no escapamento e se vale da adoção de sistema stop-start. Entrega potência de 120 cv (E/G) a 6.000 rpm em vez de 105/98 cv do antigo. O torque também aumentou de 15/13,8 kgfm para 17,5 kgfm, seja com etanol ou gasolina, a 1.500 rpm.
Este motor está disponível na linha acoplado apenas ao câmbio automático de seis marchas, com aletas atrás do volante para trocas manuais. Não há versão 1.0 turbo com câmbio manual.
A suspensão foi toda recalibrada. A dianteira utiliza sistema independente McPherson e na traseira, eixo de torção. O conjunto no geral absorve bem os impactos gerados pelas imperfeições do asfalto. A adoção de rodas de liga leve de 15 polegadas, ao invés de diametros maiores como em seus concorrentes, favorece o conforto. Para atingir a imobilidade, o HB20 conta com freios a disco ventilado na dianteira e tambor na traseira. Na versão de topo, Diamond Plus, um dos destaques é o pacote de segurança ativa que possui frenagem autônoma de emergência (até 50 km/h), alerta de colisão e mudança de faixa.
O acabamento do modelo surpreende e não parece que você está a bordo de um hatch compacto. O alinhamento dos componentes são perfeitos e não há rebarbas ou irregularidades. Os bancos são revestidos em couro e apoios de braços nas portas são revestidos com espuma, inclusive as portas traseiras, detalhes cada vez mais escassos em nosso mercado. O painel de instrumentos é bem prático e objetivo, com um mostrador digital para o velocímetro e analógico para as rotações. A central multimídia de 8 polegadas permite conectividade com Android Auto e Apple CarPlay.
Levamos o Hyundai HB20 Diamond Plus até a oficina AJMotorSport, localizada em São Paulo/SP no bairro Chácara Santo Antônio para conhecermos melhor a disposição dos componentes, condições de reparabilidade e suas características. Quem nos auxiliou na avaliação foi o mecânico Antonio Aparicio Campos Junior, proprietário da oficina.
MOTOR
Ao abrir o capô, Junior nota algumas mudanças em relação ao antigo HB20 1.0 turbo, como por exemplo, “a turbina possui um modulador de pressão eletrônico para regular a pressão, antigamente era a vácuo e o turbo lag era bem maior”. Segundo o mecânico, o espaço do cofre melhorou.
Para acessar a válvula termostática, é necessário remover a mangueira da entrada de ar e remover o suporte do chicote. O parafuso de fixação está voltado para cima, facilitando a desmontagem. Para a remoção do eletroventilador do radiador, está mais complicado, pois é necessário desmontar a frente do veículo.
A polia do virabrequim possui uma borracha chamada “dumper” ou “harmônica”, que tem a função de reduzir a vibração do motor. Outro detalhe observado por Junior foram os coxins do motor, que agora são hidráulicos, trazendo mais conforto na rodagem.
O novo motor utiliza dois sensores de oxigênio, como é obrigatório há alguns anos. Junior comenta também que os chicotes são bons e bem vedados e que a tecnologia empregada no motor é bem moderna. O sensor de etanol localiza-se na própria linha de combustível, antes da bomba de alta.
O óleo do motor recomendado pelo fabricante é o Shell Helix 5W30 (capacidade de 3,6 litros). Para o líquido de arrefecimento a capacidade do reservatório é de 5,1 litros.
FREIO
Para a manutenção do conjunto de freios não há nada de novo. As rodas dianteiras utilizam freios a disco ventilado e na traseira, tambores. O fluido de freio recomendado pelo fabricante é o genuíno da própria Hyundai (DOT 4) e o volume dentro do reservatório é de 800 ml. Se ao conduzir o veículo a luz de freio de estacionamento estiver acesa e a luz do fluido de freio permanecerem acesas, isso indica que o nível do reservatório está baixo.
O módulo ABS está localizado próximo ao quadro da suspensão na parte inferior do cofre. O sensor do ABS traseiro é integrado ao cubo. Caso seja danificado, o cubo precisará ser trocado também ou, caso o rolamento seja danificado, o sensor será trocado junto, o que acaba elevando o custo da manutenção. “Para a retirada do sensor está mais complicado, pois o chicote passa por dentro do porta-malas”, observa Junior. Na dianteira, o sensor não é integrado ao cubo, porém, para a substituição é necessário remover o forro interno do para-lamas.
SUSPENSÃO
Ao levantar o HB20 no elevador, Junior comenta sobre a espessura dos elos das molas, que são mais finos do que o comum, e a manga de eixo, que é pequena. A substituição dos amortecedores, tanto os dianteiros quanto traseiros, está bem fácil e não necessita ferramentas especiais. Ao lado do amortecedor traseiro está o tubo de plástico de abastecimento do combustível. Junior acha que a tubulação ficou muito exposta: “se algo bater na peça, ela quebra, como, por exemplo, a borracha do pneu caso ele estoure”.
TRANSMISSÃO
O câmbio do HB20 tem opções de trocas manuais pela alavanca ou por aletas atrás do volante. O conjunto possui 6 marchas, sendo que a 6ª funciona como uma sobremarcha. Isso ajuda na economia de combustível em rodovia. Possui um bom torque em baixas rotações fazendo com que ganhe velocidade sem muito esforço. O câmbio como um todo está bem acertado, com trocas de marchas no tempo certo e sem dar nenhum solavanco. O fluido utilizado nesta caixa é o óleo genuíno Hyundai ATF SP-IV e o volume é de 7,2 litros.
Texto Victor Piccin
Fotos Renan Senra e Victor Piccin
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