Hoje em dia, montar uma loja virtual é um procedimento relativamente simples. Há serviços de hospedagem, serviços de pagamento, serviços de propaganda por e-mail e de atendimento ao cliente acessíveis e de boa qualidade. Grande parte do custo e da gestão da mão de obra foi terceirizada e, em muitos casos mecanizada – e isso barateia empreender.
Não é à toa que o número de negócios feitos no ambiente virtual tem crescido expressivamente nos últimos tempos. O relatório do NeoTrust, formulado com base em dados da empresa Compre&Confie, registra um faturamento de R$75,1 bilhões com comércio digital em 2019. O crescimento foi de 22,7% em relação ao ano anterior – mas isso foi antes da pandemia da covid-19 girar o mundo de pernas para o ar.
Aceleração digital
Em apenas 90 dias de pandemia no Brasil, as vendas pela internet cresceram 71% no país, novamente conforme dados da Compre&Confie. O faturamento registrado até o momento é de R$27,3 bilhões, com o comércio digital correspondendo a 7,2% do varejo.
A margem de 7,2% ainda tem margem para crescer no país. A quantidade de pessoas sem atividade bancária no Brasil chega 45 milhões, numa população de mais de 200 milhões de pessoas. Significa que quase um quinto da população sequer participa de maneira expressiva na economia, e que o potencial de crescimento do consumo ainda é grande.
Os comerciantes e provedores de serviço não estão alheios a essa tendência, tanto no Brasil quanto no mundo. A digitalização de empresas está passando por um momento de investimento maciço.
Trabalho remoto e comunicação
Com a restrição a aglomerações em ambientes de empresa e transportes públicos, muitas firmas investiram em no trabalho remoto como uma maneira de manter sua produtividade minimamente normal em tempo de estagnação.
A comunicação remota para reuniões diárias é feita por uma série de programas de videoconferência e comunicação por texto, que vêm ganhando projeção inédita.
O potencial delas é imenso. Basta conferir algumas estatísticas sobre o WhatsApp para constatar que a ferramenta é imprescindível para o funcionamento da vida doméstica e econômica no país. Isso ficou especialmente sensível nas ocasiões em que o serviço de comunicação foi temporariamente suspenso por medidas judiciais num passado recente.
A grande vedete do momento é o Zoom. O aplicativo é impulsionado por investidores de peso desde sua criação, como a gigante norte-americana de tecnologia Cisco. No entanto, a plataforma de vídeo ainda era relativamente desconhecida até a “explosão” do trabalho remoto em 2020.
O Zoom não apenas alcançou empresas do mundo inteira, como também agradou a usuários domésticos, devido às suas capacidades de incorporar dezenas ou centenas de falantes na mesma reunião mantendo qualidade na transmissão de som e vídeo.
Ainda não se sabe quanto do trabalho remoto será mantido depois da superação da pandemia no mundo. No entanto, a tendência é que ele seja maior do que era até o começo de 2020 e que as empresas criadoras de plataformas digitais invistam de maneira cada vez mais competitiva no ramo – o Google Meets já vem modificando sua interface para replicar os pontos positivos do Zoom, por exemplo.
Entrega
A China é, de longe, a maior consumidora de papel no mundo. Com o tamanho do mercado consumidor chinês, isso não seria grande surpresa. No entanto, análises mostram que o grande motor para o consumo de papel no país são as embalagens de entrega, especialmente de comida.
Os chineses capitaneiam a tendência das entregas em domicílio. O país, inclusive, foi precursor em incorporar veículos aéreos não tripulados (drones) na entrega de produtos encomendados.
Em outros países, o mesmo tipo de entrega já é realizada e nos Estados Unidos essas pequenas aeronaves foram utilizadas para monitorar pessoas que saíam de casa durante o período de quarentena da pandemia.
No Brasil, isso poderia parecer uma realidade distante antes da pandemia. No entanto, hoje já há empresas de entregas aéreas sendo estruturadas em território nacional. Empresas como a Speedbird Aero são pioneiras em busca da certificação para operar no país.
Além da baixa emissão de poluentes, os drones consumem menos combustíveis do que outros veículos de entrega e têm capacidade de fazer as encomendas chegarem mais rapidamente.
A perspectiva da automatização total, da porta do comércio até a porta do cliente, ainda vai além de cinco anos. No entanto, a chegada da pandemia tornou evidente a lojistas e até a hospitais e órgãos públicos as vantagens desse tipo de investimento inovador.
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