Você sabe qual o tempo de vida útil do seu carro? Sabe que existem fatores que podem causar a sua depreciação no mercado, caso queira vendê-lo? Alguns cuidados devem ser levados em consideração para que você não seja prejudicado após a compra desse bem tão importante na vida dos condutores.
O que você sabe sobre depreciação e tempo de vida útil de um carro?
Você já deve saber que qualquer produto comprado perde valor comercial com o passar do tempo.
Portanto, não é novidade que dificilmente conseguimos recuperar o valor exato que investimos na compra de um produto quando decidimos revendê-lo.
Quando o assunto é compra e venda de veículos, a questão da depreciação é notável.
É natural que, em algum momento, você queira ou precise trocar seu carro. E, normalmente, vender o veículo atual é o primeiro passo para a realização da troca de automóvel.
Por isso, prestar atenção a detalhes, como depreciação e vida útil do veículo, é primordial para que você não acabe perdendo dinheiro.
Pensando nisso, resolvi abordar este tema na publicação de hoje.
Se você se interessou pelo assunto, não deixe de ler este artigo até o final.
Aqui, você terá acesso às seguintes informações:
- o que é a depreciação de um veículo;
- como calcular a depreciação do carro;
- dicas para aumentar a vida útil do automóvel;
- o melhor momento para trocar de carro;
- infrações que podem ser registradas por falta de manutenção.
Desejo uma ótima leitura!
Entenda o Que é a Depreciação de um Veículo
Um veículo, assim como vários outros produtos que você compra, é um bem patrimonial.
Dessa forma, existem fatores determinantes para considerar o tempo em que ele irá funcionar corretamente. A isso, damos o nome de vida útil.
No que se refere aos carros, esses fatores consistem em desgastes naturais ocasionados pelo uso.
Por conta disso, o veículo perde valor anualmente. No entanto, não é apenas isso que colabora para a depreciação do carro.
Outro fator que contribui para a perda de valor do automóvel é a concorrência. Veículos concorrentes mais modernos são, obviamente, mais caros.
E a valorização desses carros é mais um dos fatores responsáveis pela perda de valor comercial.
O que muitas vezes não lembramos é: quando saímos com o carro da concessionária, ele já perde valor de venda.
Desse modo, mesmo que você queira revendê-lo em pouquíssimo tempo, ele já terá sofrido depreciação por não ser mais zero quilômetro.
Quilometragem e ano de fabricação do carro também auxiliam na diminuição do valor do automóvel.
E isso até parece ser óbvio, visto que, quanto maior o tempo de uso do veículo, maior seu desgaste e, consequentemente, menor o seu valor.
Mas você pode contribuir para uma menor desvalorização do seu carro.
Como? Cuidando da sua conservação.
Um veículo bem cuidado, sem arranhões ou amassados na lataria perderá menos valor do que veículos em estado de conservação inferior.
Outro cuidado que você pode ter para que seu carro sofra menos depreciação é pensar antes de realizar qualquer modificação nele.
Carros que sofreram modificações e, por isso, já não estão em sua forma original, tendem a perder mais valor no mercado.
Mas você sabe como é feito o cálculo de depreciação de um veículo?
Na próxima seção deste artigo, comentarei mais a respeito disso com você.
Como Calcular a Depreciação de Um Carro?
Você pode estar se perguntando como fazer para saber quanto o seu veículo irá desvalorizar após alguns anos de uso.
Para que você consiga ter uma ideia disso, acho interessante pegar, como exemplo, o cálculo disponibilizado pelo site da Localiza Seminovos.
Para nossa simulação, vamos imaginar que você comprou um Fiat Mobi (atualmente, um dos carros 1.0 mais baratos do Brasil) e quer saber qual será a sua depreciação em 3 anos.
O valor aproximado desse automóvel é R$ 32.590,00.
Agora, vamos ao passo a passo para calcular a depreciação do veículo.
- Divida por 3 o valor do veículo: 32.590/3 = 10.863. Com isso, descobrimos o valor anual da depreciação.
- Agora, podemos dividir o valor do cálculo anterior por 12, para saber quanto o veículo desvalorizará a cada mês: 10.863/12 = 905,27.
Veja que seu Fiat Mobi 2018 valerá, aproximadamente, R$ 905,27 a menos por mês.
O cálculo é bem simples, mas vale lembrar que você não deve levá-lo ao pé da letra, pois essa conta não determina a regra para a depreciação do veículo.
Isso porque não se deve desconsiderar todos os fatores já mencionados que influenciam na diminuição do valor do seu carro.
Além disso, o cálculo da depreciação é feito de algumas formas diferentes, pois existe o cálculo feito pela Receita Federal, pela Tabela Fipe e pela Avaliação do Veículo.
Sobre esses 3 tipos de cálculo de depreciação de um carro, comentarei abaixo.
Cálculo pela Receita Federal
Ao contrário do que se pode pensar, não existe um único índice que indique a taxa de depreciação de um carro.
Um dos cálculos realizados para esse fim é estabelecido pela Receita Federal.
De acordo com tabela disponibilizada pelo site oficial da Receita, a porcentagem referente à taxa de depreciação anual do veículo varia conforme o seu tipo.
As informações referentes à depreciação de veículos estão no capítulo 87 da tabela, o qual trata sobre “veículos automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres”.
Sobre a depreciação de carros, especificamente, conforme a tabela da Receita Federal, os automóveis destinados ao transporte de pessoas têm vida útil de 5 anos e taxa de depreciação de 20% ao ano.
Cálculo pela Tabela Fipe
A Tabela Fipe é a principal referência para a consulta de preços de veículos à venda no Brasil, sejam eles novos, seminovos ou usados.
Uma equipe de pesquisadores analisa o preço dos veículos em todo o território brasileiro para, dessa forma, determinar seu preço médio.
No cálculo, costuma-se desconsiderar os valores excessivamente altos e baixos, pois destoam do valor médio cobrado pela maior parte das concessionárias e revendas no Brasil.
Os valores são disponibilizados no site da Fipe, para que qualquer pessoa possa consultar.
Para exemplificar como funciona a consulta, decidi pesquisar o valor de um Ford Fiesta Sedan 1.0 do ano de 2007.
Para isso, indiquei a marca do veículo no primeiro campo de pesquisa, o modelo no segundo campo e o ano no terceiro campo.
Clicando em “pesquisar”, obtive a resposta que, em junho de 2020, o Ford Fiesta Sedan 1.0 2007 está avaliado em R$ 16.072,00.
Como você pode ver, a consulta à Tabela Fipe é extremamente simples.
Cálculo pela avaliação do veículo
O cálculo de depreciação pela avaliação do veículo, como o próprio nome já diz, ocorre a partir da avaliação feita do seu carro.
Além dos fatores já comentados neste artigo, tais como estado de conservação e ano de fabricação, outros critérios são utilizados para avaliar o carro.
Dois deles são a marca e o modelo do automóvel. Existem carros que sofrem menos desvalorização devido ao seu modelo.
Para dar um exemplo a você, cito o Chevrolet Onix e o Hyundai HB20, os quais, atualmente, são uns dos carros que sofrem menor depreciação no mercado nacional.
Dizer que o veículo sofre menor depreciação significa dizer, também, que provavelmente será mais fácil vendê-lo, quando você quiser trocar seu automóvel.
Até agora, você viu que a vida útil do carro exerce grande influência no cálculo da depreciação sofrida pelo veículo.
Com isso, é interessante pensar em como aumentar a vida útil do carro, de modo a evitar uma desvalorização excessiva e, também, o desgaste do veículo. Assim, você não precisará trocar seu automóvel com pouco tempo de uso.
Existem meios de prolongar a vida útil do veículo. Cuidados referentes à manutenção e à condução do seu automóvel são essenciais para isso.
Portanto, fique atento às dicas que separei para você e conserve seu carro por mais tempo.
Como Aumentar a Vida Útil do Carro?
Quando compramos um carro 0 km, recebemos, com ele, um manual do proprietário, no qual estão várias indicações de uso do automóvel.
Dentre essas indicações, está o plano de manutenção preventiva. Esse plano é feito pela montadora e apresenta orientações, como periodicidade das revisões e troca de peças do carro.
Uma dica importante é seguir as orientações do plano de manutenção preventiva.
Como o próprio nome sugere, esse tipo de manutenção previne que o veículo sofra danos maiores, evitando o risco de acidentes. Além disso, é uma forma de não gastar além do necessário com consertos.
Cuidar do motor do carro é essencial para o seu bom funcionamento. Por isso, as dicas a seguir são muito importantes.
- Troque o óleo
O óleo do motor lubrifica as peças, evitando atrito entre elas e, assim, o seu desgaste.
Além disso, o óleo ajuda a resfriar o propulsor e a remover partículas microscópicas geradas em função do desgaste das peças.
- Verifique o nível da água do radiador
Verificar o nível da água do radiador é importante porque essa peça é responsável pelo sistema de arrefecimento do motor.
Ela ajuda, portanto, a estabelecer a temperatura adequada no uso do propulsor.
- Calibre frequentemente os pneus
Com a calibragem em dia, além de contribuir para a conservação dos pneus, o veículo também gasta menos combustível.
- Mantenha o veículo sempre limpo
Talvez você não tenha parado para pensar nisso ainda, mas um veículo cuja limpeza está sempre em dia tem seu tempo de vida útil prolongado.
Você sabe por quê?
Porque a lavagem do carro elimina partículas que podem arranhar a lataria.
Mas ainda que você tome todas as precauções e realize as revisões do carro sempre em dia, não significa que você irá permanecer com o mesmo veículo para sempre.
Em algum momento, poderá ser necessário trocar de carro, seja porque ele já não atende às suas necessidades ou porque sua vida útil chegou ao fim.
Mas você sabe qual é a hora certa para realizar esse investimento?
É o que explicarei no tópico a seguir.
Saiba Quando é Chegada a Hora de Trocar de Carro
Essa é uma dúvida frequente entre os proprietários de veículos.
Comprar um carro novo não é uma tarefa simples, pois envolve muitos fatores, e o que mais pesa na hora de tomar essa decisão é o aspecto financeiro.
Mas algo a ser considerado é até que ponto vale a pena seguir com um veículo antigo, que precisa de manutenção com maior frequência.
Nesse momento, você precisa analisar quanto está gastando para manter o veículo em funcionamento.
Se os gastos com manutenção estiverem na casa de 80% do valor de um automóvel novo ou seminovo, significa que sua vida útil já se esgotou. Nesse caso, talvez valha mais a pena investir dinheiro na troca do veículo.
Assim, pode ser que valha mais a pena vender o carro que você já possui, antes que seja tarde e você não consiga fazer isso.
Leve em consideração trocar de carro, também, se o veículo sofrer algum dano.
Caso você sofra qualquer tipo de acidente com ele, saiba que sua vida útil será reduzida e, portanto, é interessante começar a pensar em trocá-lo.
Mas caso sua intenção não seja trocar de carro tão cedo, saiba que as manutenções são muito importantes, não somente para que ele siga funcionando.
Um veículo com problemas por falta de manutenção pode gerar multas para o condutor.
Leia com atenção o tópico a seguir, para não se envolver em problemas de trânsito.
Conheça Algumas Infrações Por Falta de Manutenção do Veículo
Agora, você já conhece algumas maneiras de aumentar a vida útil do seu automóvel.
Sabendo que, para isso, é necessário realizar frequentemente as manutenções veiculares, é importante não descuidar nesse ponto.
Saiba que é preciso se preocupar com a manutenção do veículo não apenas para poder ficar mais tempo com o mesmo carro.
Algumas das normas para a condução de veículos, previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), dizem respeito à conservação do automóvel.
De modo a alertá-lo sobre esse aspecto, resolvi comentar 3 pontos importantes da legislação de trânsito, para você evitar receber uma multa por falta de manutenção.
Então, vamos a eles.
Falta de combustível
Já aconteceu de você estar no trânsito, rumo ao seu destino, e, de repente, o carro para porque acabou o combustível?
Se você já passou por isso, certamente não achou nem um pouco agradável a experiência.
Nesse caso, a única solução é procurar o posto de gasolina mais próximo para reabastecer o carro e “seguir viagem”.
Porém, pode acontecer de você ser flagrado, por um agente de trânsito, com o veículo parado na via por falta de combustível.
Nesse caso, você corre grande perigo de ser autuado.
Se isso acontecer com você, é possível que o agente embase a autuação de acordo com o art. 180 do CTB: veículo imobilizado na via por falta de combustível.
Trata-se de uma infração média, com multa como penalidade e remoção do veículo como medida administrativa.
Por ser considerada infração média, o valor da multa é R$ 130,16 e você receberá 4 pontos em sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Seguindo com o exemplo, imagine que faltou combustível, mas você não entende como isso pode ter acontecido, já que o carro foi abastecido há pouco tempo.
Aqui, entra a questão da importância da manutenção do veículo, pois vários problemas podem causar o vazamento de combustível.
Saiba que essa situação também pode fazer com que você seja multado.
Conforme o art. 231, inciso II, alínea b, do CTB, transitar com o veículo que esteja derramando sobre a via combustível ou lubrificante é uma infração gravíssima.
As consequências disso são multa no valor de R$ 293,47, 7 pontos na CNH e retenção do veículo para regularização.
Luzes desreguladas
O sistema de luzes do carro é um importante componente do veículo.
Isso porque as luzes contribuem de forma significativa para a manutenção da segurança, principalmente quando dirigimos à noite.
Assim, é importante que todo o sistema de iluminação do veículo esteja funcionando em perfeitas condições.
Por esse motivo, o CTB prevê penalidade para quem conduzir veículo com luzes danificadas.
De acordo com o art. 223 do Código, transitar com o farol desregulado ou com luz alta, perturbando a visão de outro condutor, é uma infração grave.
Com isso, a multa recebida será de R$ 195,23, serão adicionados 5 pontos no documento de habilitação e ocorrerá a retenção do veículo para regularização.
Buzina em desacordo com as normas
Muitas vezes, o trânsito se torna estressante para os condutores por causa do intenso barulho nas vias.
Alguns motoristas contribuem para a produção da poluição sonora, ultrapassando os limites da utilização de determinados itens do veículo.
Um desses itens é a buzina.
Esse elemento tem a função de ajudar a alertar os demais usuários da via sobre alguma situação, mas não pode ser utilizado para atrapalhar o sossego ou a concentração de quem estiver por perto.
Pode ser que a buzina de seu veículo sofra algum dano e saia dos padrões determinados pela Resolução nº 35/98 do CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito).
Mais uma vez, a manutenção do veículo é muito importante, pois esse é mais um caso de infração prevista no CTB.
De acordo com o art. 227 do Código, é infração leve usar buzina nas seguintes situações:
- em situação que não a de simples toque breve como advertência ao pedestre ou a condutores de outros veículos;
- de maneira prolongada e sucessivamente por qualquer pretexto;
- entre as 22h e as 6h;
- em locais e horários proibidos pela sinalização;
- em desacordo com os padrões e frequências estabelecidos pelo CONTRAN.
As penalidades previstas para esses casos é multa no valor de R$ 88,38 e 3 pontos na CNH.
Vale ressaltar que, em qualquer uma das infrações mencionadas acima, é possível recorrer.
Esse é um direito assegurado a todos os condutores, pela própria Constituição Federal.
Conclusão
Neste artigo, falei sobre depreciação e tempo de vida útil de um carro.
Mostrei que o cálculo de depreciação de um automóvel é feito pela Receita Federal, pela Tabela Fipe e, ainda, a partir da avaliação do seu veículo.
Além disso, trouxe algumas dicas para que você saiba o momento certo de trocar de carro.
Também falei sobre a importância de manter as revisões do veículo em dia e de submetê-lo às manutenções necessárias.
Não se esqueça de que você pode ser multado por circular com um veículo sem manutenção.
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Além disso, deixe seu comentário, caso você tenha algo a contribuir ou alguma dúvida sobre este assunto.
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